Fundamentos Historicos E Metodologicos Do Serviço Socisl 3

Introdução:

O presente artigo tem como objetivo contribuir à reflexão sobre o exercício profissional do Assistente Social, frente às novas conjunturas socioeconômicas da população brasileira, as exigências postas pela complexidade do trabalho coletivo, a necessidade de desenvolver um trabalho interdisciplinar e as implicações deste no processo de democratização e universalização das políticas públicas no Brasil. O Assistente Social consiste em provocar transformações no cotidiano para proporcionar os resultados concretos onde a profissão se consolida e se materializa, permitindo a união das dimensões instrumental, técnica, política, pedagógica e intelectual da intervenção profissional. Estabelece estratégias da ação profissional com vistas à construção de uma instrumentalidade eficiente e ética para o contexto político atual além da sua atuação nos setores públicos e privados da sociedade. Através da intervenção o Assistente Social provocará o desenvolvimento de uma consciência teórica de modo a assegurar participação e que permitem identificar um descompasso entre teoria, prática e imagem profissional.

Nas últimas décadas o mundo contemporâneo vem sendo procedido por uma lógica social que privilegia especialmente a produção de mercadorias e a valorização do capital, ocasionando profundas transformações econômicas, sociais, políticas, culturais e ideológicas estabelecendo grandes desafios nas formas de sociabilidade humana. Assim conhecendo os atuais problemas da sociedade e as diversas expressões da questão social existentes nela, tais como: violência, desemprego, preconceito, discriminação, exploração do trabalho infantil, e demais demandas existentes como na saúde, habitação, educação, entre outras. O Assistente Social tem como principal desafio compreender a realidade dos indivíduos construindo propostas de trabalhos, coerentes com suas necessidades.

O Serviço Social como uma profissão inserida na divisão social técnica do trabalho, atua nas múltiplas questões sociais, diariamente enfrentadas pelos assistentes sociais sem seus espaços sócios ocupacionais. Os laços da profissão ainda existentes surgem, com o capitalismo que desenvolve a gritante questão social, que nega os direitos dos cidadãos e pela tendência crescente da Igreja Católica.

Contudo cabe ao assistente social ter um olhar crítico da sociedade, buscando as verdadeiras fontes dos problemas para assim saná-los. A criticidade deste profissional faz com que ele se prenda a respostas fáceis e momentâneas, a julgamentos pessoais, de fórum íntimo, cabe a ele, uma busca substancial, essencial, daquilo que aflige a sociedade, para que, assim, se encontre a raiz do problema. O assistente social tem uma obrigação social de lutar contra as injustiças, a falta de direitos, buscando as melhores soluções possíveis para minorar as mazelas sociais.

O Assistente Social é um profissional que tem como objetivo de trabalho a questão social com suas diversas expressões, formulando e implementando propostas para seu enfrentamento, por meio das políticas sociais, públicas, empresariais, de organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Para Netto (1992, p.71),

“a questão social, como matéria de trabalho, não esgota as reflexões”. Sem sombra de dúvidas, ela serve para pensar os processos de trabalho nos quais os assistentes sociais, em uma perspectiva conservadora, eram “executores terminais de políticas sociais”, emanadas do Estado ou das instituições privadas que as emprega.

O papel do profissional é de um protagonista, pois se projeta frente à sociedade, através de metas capazes de transformar a realidade da sociedade, colocando em prática políticas sociais combatendo as desigualdades. Considerado um profissional de suma importância, pois é uma profissão que está inserida na divisão social e técnica do trabalho, realiza sua ação profissional no âmbito das políticas socioassistenciais, na esfera pública e privada. Desenvolve atividades na abordagem direta da população que procura as instituições e o trabalho do profissional e por meio da pesquisa, da administração, do planejamento, da supervisão, da consultoria, da gestão de políticas, de programas e de serviços sociais.

Segundo José Filho (2002, p.56):

“O Serviço Social atua na área das relações sociais, mas sua especificidade deve ser buscada nos objetivos profissionais tendo estes que serem adequadamente formulados guardando estreita relação com objeto". Essa formulação dos objetivos garante-nos, em arte, a especificidade de uma profissão. Em consequência, um corpo de conhecimentos teóricos, método de investigação e intervenção e um sistema de valores e concepções ideológicas conformariam a especificidade e integridade de uma profissão. O serviço Social é uma prática, um processo de atuação que se alimenta por uma teoria e volta à prática para transformá-la, um contínuo ir e vir iniciado na prática dos homens face aos desafios de sua realidade.

O Serviço social aparece atualmente como uma profissão consolidada na sociedade brasileira, ganhando visibilidade no cenário atual e sustentado por um projeto ético-político que o habilita a formular respostas profissionais qualificadas face à questão social. Esse projeto comprometido com valores e princípios que apontam para a autonomia, a emancipação, a defesa da liberdade e da equidade, a socialização da política e da riqueza socialmente produzida e o pleno desenvolvimento de seus usuários, vem se concretizando nas ações cotidianas de trabalho dos Assistentes Sociais, seja qual for o espaço de atuação, permitindo-lhes compreender o Serviço Social na divisão sócio técnica do trabalho e no encaminhamento de ações que contribuam para a ultrapassagem do discurso da “denúncia” para o âmbito das práticas institucionais e da contribuição à formulação de novas políticas sociais.

O Serviço Social serviu aos propósitos da burguesia, da classe dominante, que utilizou os primeiros profissionais, de forma indireta, amenizar e abafar os conflitos surgidos entre a crescente classe operária produzida no sistema capitalista em ascensão. Como também no princípio, possuía um caráter caritativo vinculado aos dogmas da doutrina social da Igreja Católica, que deu um aspecto ‘humanista’ à profissionalização e que temos reflexões destas ações até os dias atuais. Teve suas origens como forma Filantrópica e assistencialista.

A Filantropia é um termo de origem grega que significa ”amor à humanidade”, é um sentimento que faz com que os indivíduos ajudem outra pessoa, seja ela através de donativos como roupas,