Funções e derivados
Seminário: Funções e derivados. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: custelac • 21/11/2014 • Seminário • 1.164 Palavras (5 Páginas) • 195 Visualizações
Definição
Seja uma função indefinidamente derivável num ponto .
Chama-se série de Taylor de f no ponto a à série de potências,
ou seja à série
No caso particular de a = 0, obtém-se a série
que se designa por série de Mac-Laurin de f.
Por exemplo, as funções e têm as derivadas de todas as ordens dadas por e , respectivamente. As correspondentes séries de Taylor no ponto a = 0 (ou séries de Mac-Laurin) são, respectivamente,
e
O facto de podermos escrever a série de Taylor de uma função num ponto (o que se verifica para qualquer função indefinidamente derivável nesse ponto) não garante que a função seja soma dessa série, mesmo no intervalo de convergência desta, como se verifica no exemplo que se segue.
Exemplo
Consideremos a função definida em por
É imediato verificar que esta função é indefinidamente diferenciável em e, por indução, pode-se provar que tem derivadas, de qualquer ordem, na origem, e que estas são todas nulas.
Portanto, a sua série de Mac-Laurin tem os coeficientes todos nulos, pelo que é convergente, para qualquer e a sua soma é sempre nula.
No entanto, a função f apenas se anula no ponto 0, pelo que não é igual à soma da sua série de Mac-Laurin em nenhum ponto diferente de 0. Conclui-se, assim, que não existe nenhuma vizinhança de 0 em que a função seja igual à soma da sua série de Mac-Laurin.
Portanto, f não é analítica no ponto 0, apesar de se poder determinar a sua série de Mac-Laurin.
Definição
Diz-se que uma função f(x) é desenvolvível em série de Taylor num ponto se f(x) é a soma da sua série de Taylor nalguma vizinhança do ponto considerado.
Por exemplo, a função do exemplo anterior não é desenvolvível em série de Taylor no ponto zero.
Coloca-se, então, a questão de encontrar condições, a impôr à função, que nos permitam garantir que esta é efectivamente soma da sua série de Taylor numa vizinhança do ponto considerado. É o caso do resultado que se segue. Note-se, no entanto, que este nos dá apenas uma condição suficiente para que a função seja desenvolvível em série de Taylor num ponto; a função pode ser desenvolvível em série de Taylor num ponto sem verificar a mencionada condição. De referir que esta condição é bastante restritiva. Existem outros resultados, bastante mais gerais, que permitem garantir que uma função é desenvolvível em série de Taylor num certo ponto.
Proposição (Cond. suf. de desenvolvimento em série de Taylor)
Seja f(x) uma função indefinidamente derivável no intervalo , cujas derivadas de qualquer ordem são globalmente limitadas neste intervalo, isto é, para a qual existe uma constante M tal que
para todo o e para todo o n ≥ 0.
Então, neste intervalo, f(x) é soma da série de Taylor no ponto a, isto é,
Exemplo
Já vimos que as funções e têm as derivadas de qualquer ordem dadas por
Em qualquer intervalo ] -R, R [ estas derivadas assumem valores entre -1 e 1, pelo que, em módulo, são todas limitadas por 1
A proposição anterior permite, então, afirmar que as funções sen x e cos x são soma das suas séries de Mac-Laurin em qualquer intervalo ] -R, R [.
Portanto, para qualquer
e
Exemplo
A função é indefinidamente derivável e .
Como a função exponencial é crescente, em qualquer intervalo ] -R, R [, com R > 0, tem-se , qualquer que seja n ≥ 0.
Portanto, a função exponencial é desenvolvível em série de Mac-Laurin sendo o desenvolvimento válido em qualquer intervalo ] -R, R [, e consequentemente em toda a recta real. Como
Em particular, considerando x = 0, obtém-se
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