Gesso
Artigo: Gesso. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 4/5/2013 • 9.616 Palavras (39 Páginas) • 5.501 Visualizações
INTRODUÇÃO
O gesso é um material que tem sido utilizado em grande escala na construção civil, sendo um material de grande importância em acabamentos e até mesmo substituindo, em alguns casos, as alvenarias convencionais. Este trabalho tem como objetivo apresentar o gesso de uma forma geral, desde a extração da gipsita das jazidas, produção do gesso, passando pelos diferentes modos de aplicação na construção civil (gesso liso, gesso acartonado, molduras, placas e blocos de gesso), método de acabamento e pintura, manutenção e conservação, assim como apresentar algumas possíveis patologias e suas soluções.
A tecnologia do gesso foi introduzida no Brasil no início da década de 70, mas somente na década de 90 é que o setor de construção civil começou a questionar amplamente a utilização de divisórias de gesso acartonado (DryWall) em substituição das tradicionais paredes de alvenaria, na compartimentação interna de edifícios residenciais e comerciais.
Com a competividade no mercado atual, os profissionais da construção civil estão tendo que se adaptarem e buscarem cada vez mais formas para otimização de custos e oferecer um rápido e eficiente serviço e produto ao consumidor, sem deixar de lado a qualidade. Na construção civil cada centavo/m² economizado no final de uma obra pode se tornar um montante significativo.
Mudanças na postura estratégica de condução dos negócios imobiliários que, pressionadas pelas exigências dos clientes em relação à qualidade e à manutenção dos edifícios, fizeram com que as construtoras buscassem comprar soluções construtivas completas, com garantia dada pelo fornecedor do que for construído, ou seja, o mercado quer comprar sistemas de produção, ou em outras palavras, produtos e serviços em um único pacote.
Capítulo I
O GESSO
Entre os materiais utilizados na construção o gesso é considerado um dos mais antigos, pois existem relatos do uso de gesso em ruínas que remontam ao 8º milênio AC, e também que foi empregado pelos egípcios na construção das grandes pirâmides, há mais 2800 anos antes de nossa era.
O emprego do gesso tem evoluído muito, na Europa e nos Estados Unidos este material representa um papel importante na construção moderna aonde vem se adaptando as novas formas e tendências construtivas, já no Brasil o seu emprego era bastante limitado, servindo apenas para execução de decoração interna em edifícios de acabamento esmerado, porém nos últimos anos a indústria da construção tem utilizado o gesso de forma mais significativa, seja em substituição do reboco convencional ou da massa corrida em pinturas ou em rebaixamento de tetos, na execução de molduras com os mais variados detalhes ou, mais recentemente, em blocos de gesso e painéis acartonados para substituição das alvenarias convencionais.
1.1. História
O gesso é um dos mais antigos materiais de construção fabricados pelo homem, como a cal e a terra cota. No passado, o gesso de estuque era usado como material de construção, aplicado em paredes interiores de algumas pirâmides egípcias, como possibilidade ornamental e utilizado na arquitetura Muçulmana. No período românico o gesso foi utilizado na elaboração de afrescos para decoração de igrejas e capelas. Outra possibilidade do emprego do gesso para trabalhos artísticos é usar o gesso-cré, carbonato de cálcio artificialmente preparado, como cola ou fundo para pintura a óleo e têmpera, o que permite obter uma cor branca brilhante.
Em recentes descobertas arqueológicas, tornou-se evidente que o emprego do gesso remonta ao 8º milênio a.C. (ruínas na Síria e na Turquia). As argamassas em gesso e cal serviram de suporte em afrescos decorativos, na realização de pisos e mesmo na fabricação de recipientes. Foram encontrados, também, nas ruínas da cidade de Jericó, no 6º milênio a.C., traços do emprego de gesso em moldagens e modelagens.
O gesso é bastante conhecido na grande pirâmide erguida por Quéops, rei do Egito, da 4ª dinastia, no ano de 2.800 antes da nossa era, que consiste numa das mais antigas contradições do emprego do gesso na construção, pois, sua execução seguiu uma técnica até hoje não esclarecida, nas juntas de assentamento estanques, de precisão, entre imensos blocos de cerca de 16 toneladas que constituem o monumento. Entretanto, o filósofo Teofrasto (Theophrastus), que viveu entre o IV e III séculos antes de Jesus Cristo, e que foi discípulo de Platão e Aristóteles, tornou-se conhecido por seu “Tratado de Pedra”, que é mais antigo e o mais documentado dos autores que se interessaram pelo gesso. Teofrasto citou a existência de gesseiras em Chipre, na Fenícia e na Síria, e indicava que o gesso era utilizado, como argamassa, para a ornamentação, nos afrescos, nos baixos relevos e na confecção de estátuas.
Na África, foi com um gesso de altíssima resistência que os bárbaros construíram as barragens e os canais, que garantiram, por muitos séculos, a irrigação das palmeiras de Mozabe, assim como, utilizaram o gesso junto aos blocos de terra virgem que ergueram suas habitações.
Na França, após a Invasão Romana, iniciou-se o conhecimento dos processos construtivos chamados de pedreiros de gesso. O modelo de construção utilizado constituía-se do emprego do gesso voltado ao aproveitamento das construções em madeira, sendo utilizadas até as épocas Carolíngeas e Merovíngeas. A cerca dessa época, o gesso foi enormemente utilizado na região parisiense para a fabricação de sarcófagos decorados, e inúmeros exemplares foram encontrados quase intactos em nossos dias.
A partir do século XII e por todo o fim da Idade Média, as construções utilizando as argamassas com gesso eram desejadas por oferecerem diversas vantagens. O gesso para estuque e alisamento já era conhecido.
Uma carta real mencionava, em 1292, a exploração de 18 jazidas de pedra de gesso na região parisiense. O gesso era, então, empregado na fabricação de argamassas, na colocação de placas de madeira, no fechamento de ambientes e na construção de chaminés monumentais.
A Renascença foi marcada pelo domínio do emprego do gesso para a decoração e, época do barroco, foi largamente chamado de gesso de estuque. Deve-se, em grande parte, a generalização do emprego do gesso na construção civil, na França, a uma lei de Luiz XIV, promulgada em 1667.
No século XVIII, a utilização do gesso na construção foi tão generalizada na França, a ponto de, do montante das construções existentes, 75% dos hotéis e a totalidade dos prédios públicos e populares serem realizados em panos de madeira e argamassa de gesso, e para as novas construções ou as reformas, cerca de 95% serem feitas em gesso. Nessa época, a fabricação de gesso era empírica e rudimentar. Porém Lavoisier, em 1768, presenteou a Academia de Ciências Francesa, com o primeiro estudo científico dos fenômenos, que são à base da preparação do gesso.
No século XIX, os trabalhos de diversos autores, particularmente, os de Van t´Hoff e, sobretudo, o de Lê Chatelier, permitiu abordar uma explicação científica para a desidratação da gipsita. A partir do século XX, em função da evolução industrial, os equipamentos para a fabricação do gesso deixaram de ter um conceito rudimentar e passaram a agregar maior tecnologia, assim como a melhoria tecnológica dos produtos passou a facilitar suas formas de emprego pelo homem.
1.2. Definição
Gesso é o termo genérico de uma família de aglomerantes simples, constituídos basicamente de sulfatos mais ou menos hidratados e anidros de cálcio. Existem tipos de gesso diferentes, de acordo com o grau de calcinação, como o gesso de estuque (calcinação completa) e o gesso de Paris (calcinação incompleta). No campo das artes, pode ser usado na produção de estatuetas, jarros, castiçais, santos e outros objetos ornamentais, além de trabalhos decorativos em tetos, colunas, paredes e como suporte para a pintura.
1.3. Matéria Prima
O gesso é o produto obtido pela desidratação parcial ou total da gipsita (CaSO4 . 2H2O) sulfato de cálcio biidratado.
Os depósitos mais importantes de gipsita, no Brasil, estão situados no Nordeste na região conhecida como Chapada do Araripe.
Figura 01 – Jazida de gipsita (Internet) Figura 02 – Jazida de gipsita (Internet)
1.4. Produção
São obtidos pela calcinação da gipsita natural, constituída de sulfato biidratado de cálcio geralmente acompanhado de certa proporção de impurezas, como sílica, alumina, óxido de ferro, carbonatos de cálcio e magnésio. Passa por várias etapas antes de sua composição final, iniciando-se pela extração do ambiente natural, seguida por sua trituração, pela desidratação através de cozimento em fornos especiais a uma temperatura não muito elevada, cerca de 160°C e uma posterior trituração completa que o torna pó.
A anidrita solúvel colocada em presença de água, em temperatura normal, reconstitui rapidamente o sulfato biidratado original. Essa combinação faz-se com a produção de uma fina malha cristalizada, interpenetrada responsável pela coesão do conjunto. Tal fenômeno conhecido como pega do gesso é acompanhado de elevação de temperatura, por ser a hidratação uma reação exotérmica.
A anidrita insolúvel não é suscetível a reidratação rápida, sendo praticamente inerte e, por este motivo, participa do conjunto como um material de enchimento, como a areia na argamassa, temos então que acrescentar um estabilizador adequado como o alúmem ou o sulfato de potássio.
A partir de 1000ºC até 1200ºC haverá dissociação do sulfato em SO3 e CaO A cal (CaO) vai então, produzir a aceleração do endurecimento. Obtém-se assim o gesso de pavimentação ou gesso lento, ou gesso hidráulico. O gesso hidráulico é o mais empregado para a execução de pisos e apresenta resistência mais elevada que o gesso estuque ou gesso molde.
Figura 03 – Usina de gesso (Internet) Figura 04 – Usina de gesso (Internet)
Temperatura Processo Produto Obtido
110° a 150°C A Gipsita perde uma parte da água combinada para se transforma em Hemidrato de cálcio (CaSO4 . ½ H2 O)
Gesso para fundição
170° a 250°C Hemidrato de cálcio (CaSO4 . ½ H2 O) se transforma em Anidrita (CaSO4) instável e muito ávida por água Anidrita ativa ou solúvel: normal-mente utilizada para elaboração de misturas na produção de gesso rápido para diminuir o tempo de pega.
300º a 600°C Nessa faixa de temperatura se obtém a Anidrita, totalmente desidratada e com tempo de pega muito longo. Anidrita insolúvel: utilizada para ela-boração de misturas visando à produ-ção de gesso para revestimento (30% de Anidrita + 70% de Hemidrato).
600º a 900ºC A essa temperatura se obtém um produto inerte e que não apresenta o fenômeno da pega.
Tabela 1: Características do gesso em função da temperatura de aquecimento
1.5. Características
O gesso de estuque ou, simplesmente, gesso, como é denominado no Brasil, é um aglomerante pulverulento com um resíduo de cerca de 40% na peneira número 100, de cor branca, pesando 650 a 800 kg/m3, de massa específica real igual a 2,57 kg/dm3.
É entregue para consumo em sacos de papel de 50 kg.
Até hoje a ABNT não estabeleceu especificação e métodos de ensaio para o gesso, obrigando-nos a adotar métodos americanos e europeus. As especificações que adotamos são bastante falhas e são as seguintes:
O gesso deve ser obtido a uma temperatura máxima de 300ºC. O produto assim obtido deverá oferecer um fim de pega de 20 a 40 minutos, devendo ser fornecido em pó, seco e isento de blocos.
A ASTM C-26 especifica as seguintes características para o gesso:
Resistência à flexão mínima:...........................................................................................1,4 MPa
Resistência à compressão mínima:..................................................................................7,0 MPa
Início de pega sem retardamento:........................................................................10 a 40 minutos
Início de pega com retardamento:................................................................40 minutos a 6 horas
Resíduo na peneira nº 14 (1,4 mm):.....................................................................................Nada
% de material abaixo da peneira 100 (0,15 mm):.............................................................45 a 75
Figura 05 – Aplicação decorativa (Internet) Figura 06 – Placa de gesso (Internet)
Figura 07 – Gesso (Internet)
Capítulo II
PROPRIEDADES DO GESSO
2.1. Endurecimento do Gesso
O endurecimento de qualquer tipo de gesso é devido a sua combinação com a água adicionada, que é feita para que se obtenha uma pasta suficientemente plástica de modo a permitir sua aplicação. O endurecimento decorre da hidratação com a regeneração do sulfato com duas moléculas de água.
O mecanismo de hidratação do gesso rápido é o seguinte:
O sulfato com duas moléculas de água cristaliza-se, os cristais formados aderem entre si, produzindo uma massa dura e resistente.
2.2. Pega
O início de pega do gesso se processa entre 2 a 3 minutos e termina 15 a 20 minutos depois do amassamento, com água quente o tempo total de pega se reduz á 2 minutos.
Para obter um produto de pega mais lenta, adiciona ao gesso produtos retardadores, pequenas porcentagens de cola animal, sangue ou produto de matadouro denominado QUERATINA (0,1%) que é obtida de chifres e cascos de animais. Só desta forma a pasta permanecerá plástica, de modo a permitir a sua aplicação durante pelo menos uma hora. Esta substância poderá ser adicionada à agua de amassamento, com o mesmo efeito.
2.3. Resistencia Mecânica
As pastas de gesso, depois de endurecidas, atingem resistência à tração entre 7 e 35 kgf/cm 2 e à compressão entre 50 e 150 kgf/cm2.
Em argamassas com elevada proporção de areia esta resistência fica sensivelmente reduzida.
2.4. Aderência
As pastas e argamassas de gesso aderem muito bem ao tijolo, pedra, ferro e concreto e aderem mal a superfícies de madeira. A aderência entre o gesso e o ferro, apesar de elevada, trás como consequência, por ser instável, a corrosão do metal, por isso não se pode fazer gesso armado como se faz concreto armado, porém a estabilidade gesso-ferro á alcançada quando o ferro é galvanizado.
2.5. Isolamento
As pastas endurecidas de gesso gozam de excelentes propriedades de isolamento térmico e isolamento acústico. Sua condutibilidade térmica é cerca de 1/3 do valor do tijolo comum, também confere aos revestimentos um excelente isolamento contra fogo, a água de cristalização é eliminada pelo calor, reduzindo o material superficial à condição de pó, que não sendo removido, atua como um isolante que protege a camada interior do gesso.
Figura 01 – Ferramentas (Internet)
Capítulo III
REVESTIMENTO DE GESSO
3.1. Definição
Revestimento de gesso é o recobrimento de superfícies, paredes e tetos, com pasta ou argamassa de gesso confeccionado in-loco. É uma técnica usada com a finalidade de eliminar as ondulações nas emendas das placas de gesso ou dar acabamento em paredes e tetos de alvenaria.
Deve-se ter cuidados especiais quando do revestimento for em argamassa; a proporção, a qualidade e a natureza da areia interfere significativamente na aplicação e qualidade final do revestimento, quase sempre necessitando de aditivos.
Pode-se proceder ao alisamento final da superfície do revestimento com a colher ou desempenadeira, ou com a raspagem final, quando o material adquiriu dureza suficiente, de qualquer forma o acabamento é sempre muito bom, podendo alcançar polimentos excepcionais.
O revestimento com gesso é particularmente recomendado para superfícies internas e secas, já que a umidade e a água permanente alteram as características do gesso devido a sua alta solubilidade, que pode ser solucionada com a utilização de resinas especiais (impermeabilizantes).
Pela sua plasticidade, as argamassas e as pastas de gesso são muito adequadas para o jateamento, permitindo a execução de revestimentos em larga escala e com acabamentos diversos.
Foto 01 – Aplicação revestimento (Internet) Foto 02 – Aplicação revestimento (Internet)
3.2. Vantagens
Os revestimentos em gesso apresentam as seguintes vantagens:
• Têm elevada aderência aos diversos tipos de substratos: cerâmica, concreto, sílico-calcários, argamassa de cimento, madeira etc.
• Facilitam os acabamentos lisos e decorativos, devido á textura fina e baixa retração, podendo aceitar a pintura direta sem a utilização de massa corrida;
• Têm endurecimento rápido e dispensam prazos de cura prolongados, sendo apenas necessário aguardar o período de secagem, que depende da umidade e velocidade de troca de ar do ambiente e da espessura do revestimento aplicado.
• Têm baixa massa específica (da ordem de 1050 Kg/m 3) o que pode contribuir para redução do peso próprio;
• Têm baixa condutividade térmica e resistência ao fogo, o que contribui para prolongar o tempo de proteção contra fogo;
• Contribui para manter o equilíbrio higrométrico com o meio ambiente e pode reduzir o efeito da umidade de condensação em ambientes com excesso de vapor de água.
3.3. Desvantagens
Por outro lado, os revestimentos de gesso apresentam pontos negativos que demandam cuidados:
• O gesso pode reagir com o cimento portland, em presença de umidade, com isso o revestimento de gesso não poderá ser aplicado sobre superfícies de argamassa ou de concreto de cimento em prazo inferior ao um mês. Também não deve ser aplicado nem receber pintura a base de cimento.
• São bastante suscetíveis ao desenvolvimento de bolor, principalmente em ambiente pouco ventilados e úmidos. Recomenda-se nestes casos utilizar um sistema de pintura permeável ao ar, e garantir a estanqueidade da base do revestimento com impermeabilização adequada.
• O gesso propicia a corrosão de metais ferrosos, podendo provocar manchas de ferrugem quando em contato. Devendo ser evitado a utilização de instrumentos ferrosos na aplicação e não utilizar componentes ferrosos não galvanizados nos revestimentos.
Capítulo IV
GESSO ACARTONADO – DRYWALL
As divisórias de gesso acartonado apresentam características próprias, que as diferenciam em muito das tradicionais vedações em alvenaria, utilizadas com a mesma finalidade e para as quais elas são apresentadas como substitutas.
A norma NB 1313 conceitua as divisórias leves internas moduladas como sendo: "elemento construtivo que separa os espaços internos de uma edificação, compartimentando e ou definindo ambientes, estendendo-se do piso ao forro ou teto, sendo constituído por painéis modulares e seus componentes, com massa não superior a 60 kg/m² "As divisórias de gesso acartonado se enquadram no conceito de subsistema de vedação leve, pois não possuem função estrutural e seu peso varia de 20 a 45 kg/m², de acordo com as características da divisória”. (LAFARGE GESSO, 1996; PLACO DO BRASIL, s.d.).
Figura 01 – Gesso acartonado (Internet) Figura 02 – Instalação de drywall (Internet)
4.1. Definição DryWall
Drywall é um sistema de vedação vertical. Buscando o significado na origem da palavra,
dry significa seco e wall parede, então drywall é uma parede seca. Existem mais de um tipo de parede seca, mas o sistema que ficou conhecido popularmente no Brasil por drywall é o composto por chapas de gesso acartonado fixadas em uma estrutura de perfis de aço galvanizado.
4.2. Principais características
4.2.1. Montagem por acoplamento mecânico, com modulação flexível
A montagem por acoplamento mecânico, através de dispositivos como, por exemplo: parafusos, rebites, pinos e presilhas, inseridos com ferramentas especiais normalmente elétricas ou pneumáticas, provocam mudanças muito significativas no processo de produção de vedações, quando comparado com a técnica tradicional de moldagem no local com argamassas plásticas (por aderência a úmido).
A seguir são analisadas estas mudanças e as repercussões no processo de produção.
• Maior precisão dimensional do subsistema
A montagem de componentes produzidos industrialmente e com precisão mecânica altera a referência dimensional de todo o processo construtivo. Mas, para ser eficiente enquanto método de montagem, ele exige compatibilização da sua precisão dimensional com os demais subsistemas. A não observância deste novo referencial de precisão irá exigir ajustes no local, incompatíveis conceitualmente com a montagem industrial.
• Maior produtividade potencial da mão de obra em canteiro
O uso de ferramentas especiais, componentes de grandes dimensões e técnicas de acoplamentos otimizados reduzem significativamente o consumo de mão de obra. Estudos indicam uma produtividade em dobro, em relação a execução da vedação em alvenaria tradicional, revestida em ambas as faces com argamassa. Isto tende a reduzir o custo do item mão de obra, diminuir os prazos de execução, diminuir os custos indiretos, otimizar a logística de obra, etc.
• Mão de obra especializada, mas com baixa exigência de habilidade manual
No entanto, para ser eficiente, um montador precisa de alta qualificação profissional e, por isso, exige treinamento intenso.
• Modulação flexível
A montagem com gesso acartonado permite adaptação, ao contrário de outros sistemas de montagem (como por exemplo, com painéis pré-fabricados), a projetos arquitetônicos sem qualquer modulação horizontal e vertical. Isto faz com que não exista restrição de uso em projetos que não foram desenvolvidos racionalmente, como é a prática comum no País.
• Projeto de produção, planejamento operacional e gestão específicas
Um processo de montagem industrial é, em termos organizacionais, essencialmente diferente de uma moldagem. Para se obter a máxima eficácia a gestão do processo deve ser coerente com o próprio processo. Um planejamento inadequado pode comprometer totalmente os resultados esperados. Vale lembrar que a sequência de execução dos subsistemas tem de ser alterada em função das características próprias das divisórias, como por exemplo: o fechamento prévio dos vãos das janelas com esquadrias, a execução prévia do telhado e a de não permitir construções úmidas posteriores;
• Serviços mais limpos, menor dano a serviços já executados, menor percentual de perdas e menor geração de entulho
As duas primeiras características são sempre verdadeiras. Quando a montagem é feita a partir de projetos de produção racionalizados específicos todas elas são. No entanto, quando a situação é de elevada adaptabilidade, deve-se questionar o problema da geração de entulho, pois mesmo inferior em volume, deve-se lembrar que o valor deste em serviços de gesso acartonado custa de 5 a 6 vezes o valor do entulho de alvenaria e revestimentos (quando considerado o volume).
• Maior potencial de reduzir o tempo de construção e de induzir mudanças potencialmente significativas no fluxo de caixa do processo da construção.
A maior velocidade de construção, a eliminação de etapas de revestimento internos de paredes, posteriores à execução da vedação e à eliminação de tempos de espera para cura e secagem das alvenarias e revestimentos internos permitem reduzir o tempo de construção sem provocar, com isto, problemas patológicos, como ocorre quando se usa a alvenaria.
4.2.2. Não contraventa a estrutura
A baixa rigidez e a maior resiliência das divisórias de gesso acartonado permitem considerar que as mesmas não contraventam os pórticos e elementos estruturais, como ocorre com as paredes de alvenaria, quando as mesmas são monolitizadas à estrutura. O não-contraventamento possibilita uma concepção estrutural mais precisa e uma melhor previsibilidade do comportamento da estrutura com o tempo, principalmente em relação às deformações, pois a modelagem utilizada para dimensionar o sistema estrutural reticulado é coerente com a existência de vedações de rigidezes não-significativas.
4.2.3. Superfície plana, com textura lisa e de aspecto monolítico
Estas características das divisórias de gesso acartonado são responsáveis por vários aspectos positivos associados à sua utilização. A superfície plana permite dispensar as camadas de regularização para aplicação de qualquer tipo de revestimento, inclusive revestimentos cerâmicos. A textura lisa e uniforme permite a aplicação de revestimentos de pequeníssima espessura, como os papéis de parede e de pintura direta sem a necessidade de camadas de massa corrida. O aspecto monolítico é responsável pela aparência visualmente idêntica da divisória em relação às paredes de alvenaria revestidas.
4.2.4. Sensibilidade à umidade
Esta característica, associada principalmente ao emprego do gesso e do cartão superficial, mas também pelo uso de perfilados metálicos, é uma das mais críticas da construção a seco com gesso acartonado. É esta característica que impede a utilização das chapas em vedações de fachada, limitando o seu emprego em divisórias de compartimentação e separação. Mesmo internamente diversos problemas podem surgir e comprometer o desempenho e a durabilidade das divisórias. A seguir analisamos sucintamente os de maior relevância.
• Umidade relativa do ar permanentemente elevada no ambiente. O cartão submetido a uma atmosfera com umidade relativa do ar permanentemente próxima da saturação tende a desenvolver fungos. Para evitar-se a formação de fungos deve-se proteger a superfície com uma pintura de baixa permeabilidade ao vapor e ou com fungicida;
• Encontro piso-divisória em ambientes revestidos com pisos frios. Em ambientes com baixa probabilidade de água de lavagem ou acidental (p.ex. salas com pisos de pedra) a chapa de gesso acartonado deve ser fixada com a borda inferior afastada de pelo menos um centímetro acima do piso acabado, para evitar o risco da umidade, que eventualmente pode estar presente no piso, ascender pela chapa e danificá-la. Em pisos com probabilidade normal de lavagens constantes deve-se fazer um detalhe que impermeabilize o encontro piso-divisória, e utilizar a chapa verde (resistente à água). Além da chapa, o perfil em contato com o piso não deve ser submetido à umidade pelo risco de corrosão;
• Encontro divisória-parede externa. A parede externa pode eventualmente umedecer-se por ação de infiltração de água de chuva. Se o risco for significativo, deve-se prever um detalhe que garanta a separação da chapa (junta de trabalho) e do montante da parede externa.
• Divisórias em contato com boxes, banheiras e bancadas de pia. Em outros países esta é uma situação em que não se recomenda o emprego de chapas de gesso acartonado, mesmo as resistentes à água (verde), pelo alto risco quanto a durabilidade da divisória. Existem chapas especiais, cimentícias, adequadas para esta situação e devem ser previstas em projeto;
• Vazamento acidental. É um dos calcanhares de Aquiles das divisórias de gesso acartonado. A parede sendo oca dissimula o local do vazamento, que tende a se difundir por uma grande extensão, até ser identificado. Isto pode provocar danos irreparáveis em muitas paredes. Deve-se analisar durante a fase de projeto a opção de instalações hidráulicas em tubos contínuos flexíveis ou outra solução que minimize os riscos. Sistemas de drenagem e alarme também são opções a serem consideradas.
• Construção úmida após a execução da divisória. A execução de revestimentos de argamassa (por exemplo, forros, contra pisos) após a montagem das divisórias deve ser evitada, pois a umidade existente nas argamassas pode danificar as chapas;
• Execução da divisória totalmente protegida da chuva. Para evitar o comprometimento das divisórias pela ação da água de chuva, recomenda-se que o início dos serviços se dê após o fechamento dos vãos de janelas e a impermeabilização da cobertura (ou execução do telhado). Isto impõe que este início se dê após o término do revestimento de fachada.
4.2.5. Vedação oca e estruturada por perfis
A existência de um vazio interno nas vedações em gesso acartonado tem aspectos positivos e negativos. O principal aspecto positivo é a possibilidade do embutimento racionalizado das instalações, sem quebras e feito com maior produtividade. No entanto, este embutimento deve ser bem administrado, pois cria-se uma interdependência entre os serviços que pode comprometer a produção. Os aspectos negativos: Som oco, quando a divisória é percutida. Quanto a isto nada pode ser feito, pois é uma característica intrínseca da divisória. Os vazios internos podem se transformar em ninho e esconderijo de insetos, como baratas, cupins e formigas. Os detalhes construtivos devem impedir totalmente esta possibilidade. Como analisada no item anterior os vazios internos podem se transformar em caminho para difusão de vazamentos, com todos os problemas que isto pode acarretar. A característica de emprego de perfis em "U" como montantes e guias pode trazer algumas dificuldades que devem ser equacionadas. Por exemplo, as guias não devem ser atravessadas por canalizações e conduítes, porque isto, além de provocar interferências na produção, que causam perda de produtividade, exigem uma maior precisão dimensional no posicionamento daquelas canalizações. Os montantes, em estruturas muito deformáveis, precisam ser telescópicos, pois se forem comprimidos pela deformação lenta das lajes poderão flambar e provocar trincas no fechamento. Os montantes que se fixam às paredes de alvenaria precisam ser isolados com bandas acústicas para permitir um adequado isolamento acústico
Figura 03 – Estrutura para drywall (Internet) Figura 04 – Gesso acartonado (Internet)
4.2.6. Propriedades com grande amplitude de variação
O desempenho das divisórias de gesso acartonado é muito variável (inclusive a durabilidade) e muito dependente das técnicas executivas, da tipologia da divisória, do uso e manutenção que dela se fará e das condições de contorno. A característica de poder projetar divisórias com montantes e chapas duplas ou simples, com ou sem o enchimento dos vazios por isolantes, com variados tipos de chapas (normal, resistentes à água e ao fogo, de diversas espessuras), utilizar inúmeros tipos de massa e tela de junta e uma grande quantidade de acessórios, tem um aspecto muito positivo, pois é possível obter-se uma divisória com o desempenho que se deseja. Ou seja, a grande amplitude de variação nas propriedades que é possível de ser obtida traz grande flexibilidade de escolha. Mas, obriga também que quem compra, específica e vai utilizar o produto tenham domínio da tecnologia para não comprarem "gato por lebre", e trazem embutidos maiores riscos para o consumidor.
4.3. Vantagens do Gesso Acartonado
Estas vantagens são referente á comparação do uso de Dry Wall com paredes de alvenaria convencional.
4.3.1. Ganho de área
A divisória interna para compartimentação de ambientes (dentro de uma unidade) é a única que tem normalmente uma espessura menor que a da alvenaria racionalizada. A mais recomendada pelos fabricantes de gesso acartonado é a de 7,2 cm contra 10,5 cm da alvenaria revestida com gesso liso. Tem-se, com a substituição da alvenaria pela divisória de gesso acartonado, um ganho de área de 3% em apartamentos residenciais (nos quais a divisória de compartimentação representa cerca de 40% de todas as vedações verticais) e inferior a 1% em outros tipos de edifícios. Este ganho nos empreendimentos residenciais pode não representar, em termos comerciais, uma vantagem, pois normalmente vende-se a área útil, que inclui as paredes e não a área de piso (ou de carpete), que é a que aumenta com o uso das divisórias. No entanto, pode ser utilizado como argumento de marketing pela incorporadora imobiliária.
Em apartamentos de área muito reduzida pode ser uma vantagem importante por viabilizar alguns layouts de difícil realização.
4.3.2. Menor peso
A redução de massa pode representar em edifícios residenciais de 5 a 7% do total. Isto representa uma significativa vantagem para o dimensionamento das fundações. No entanto, a alegada vantagem de alívio de carga na estrutura com a consequente redução da volumetria da própria estrutura, induzindo uma redução de custo desta, não deve ser absolutamente admitida. Não no Brasil, que por diversas razões tem praticado estruturas extremamente esbeltas e deformáveis, ao contrário da Europa e Estados Unidos. Estima-se que hoje a espessura média de nossas estruturas corriqueiras sejam de 30 á 50% inferiores as que são executadas nos países que utilizam intensivamente as divisórias de gesso acartonado. Ao contrário do que se imagina, a retirada da alvenaria de contravento necessariamente deverá ser compensada pela utilização de estruturas mais rígidas, o que na maioria dos casos irá significar estruturas de maior volumetria.
4.3.3. Facilidade de instalações embutidas
Quanto à execução de instalações elétricas de distribuição não resta dúvida ser esta uma vantagem. A instalação dos conduítes e caixas de luz podem ser feitas sem danos, de uma forma racionalizada e produtiva. No entanto, para que não ocorram interferências conflituosas entre subcontratantes, que possam prejudicar o planejamento físico, a instalação elétrica deve ser feita pelo oficial montador da divisória (como é a prática em outros países), pois ele não pode fechar a divisória sem que a distribuição de conduítes esteja completada. Outro aspecto a considerar é de que ainda não se dispõe no mercado dos sistemas de caixa de luz adequados para a divisória de gesso acartonado, o que prejudica um pouco esta vantagem. Quanto ao embutimento das instalações hidráulicas está é uma vantagem ainda potencial, não se realizando na prática, na maioria das situações, por diversos aspectos. Os principais são: falta (não fabricação no Brasil) de sistemas de distribuição de água adequados; interferências entre subcontratantes muito conflituosas; risco de vazamentos altos (devido aos dois aspectos anteriores) em situação de "água em parede oca"; inexistência ou inadequação de louças e complementos para otimização do embutimento; aspectos do projeto (p. ex. espessura de paredes adotadas) e construtivos (impermeabilização, contrapiso, etc.) ainda não adaptados, além de aspectos culturais relacionados com as soluções adotadas em outros países para facilitar o embutimento das instalações hidráulicas. Algumas construtoras estão adotando, em vista de todas estas dificuldades, que se transformam em desvantagem para a divisória de gesso acartonado, a retirada total das instalações de distribuição da divisória adotando soluções próprias e mais racionalizadas.
4.3.4. Desempenho acústico
Na realidade a vantagem é a de que as divisórias permitem uma grande variação no desempenho acústico (flexibilidade) sem ganhos significativos na espessura da vedação e sem maiores complexidades para a execução. As soluções existentes foram desenvolvidas justamente para compensar o desempenho acústico inferior das divisórias simples em relação à parede de alvenaria. Evidentemente as divisórias acusticamente eficientes tem maior custo e demandam maiores cuidados no detalhamento e execução. Nas fases de projeto, contratação e execução dos serviços estes cuidados devem ser seguidos para a obtenção de um desempenho aceitável.
4.3.5. Superfície lisa e precisa
Esta é uma vantagem indiscutível. Para a obtenção da mesma regularidade superficial na alvenaria de vedação revestida são necessários diversos serviços, todos eles dependentes de mão de obra qualificada e materiais adequados para obter-se uma qualidade superficial que é inerente à divisória. Apesar disto, esta é uma vantagem ainda mal aproveitada no País, pois não é pratica a utilização de revestimentos de pequeníssima espessura, como os papéis de parede, que exigem como condição básica o grau de regularidade superficial proporcionada pelas divisórias de gesso acartonado. Outro aspecto é que existem no mercado chapas de gesso com qualidade superficial não padronizada, sendo que algumas exigem aplicação de massa corrida para se obter o resultado desejado.
4.3.6. Reduz prazo da obra
Quando o projeto e o planejamento forem totalmente adequados ao uso das divisórias de gesso acartonado esta é uma vantagem real e muito significativa. Evidentemente, quando a diminuição dos prazos de construção é uma exigência (nem sempre o é). Para obter esta vantagem são necessárias mudanças organizacionais que permitam adequar os projetos e o planejamento ao uso destas divisórias. A maior vantagem está em permitir a mudança no cronograma de desembolso em uma obra com o prazo pré-definido (adequado para o uso da alvenaria), trazendo vantagens financeiras.
4.3.7. Economia
Com a utilização de uma nova tecnologia não se deve analisar, do ponto de vista econômico, apenas a vantagem mais evidente da troca pura e simples: R$/m² de um versus R$/m² de outro. Se a análise for feita assim e considerarem-se produtos de igual desempenho a vantagem econômica tenderá a continuar pendendo, no Brasil, para a alvenaria. Mas esta é uma forma equivocada de analisar o problema. A divisória leve de gesso acartonado é uma etapa da montagem industrial de edifícios. Se o processo de produção aproveitar esta sua característica e adequar-se integramente a ela, as vantagens econômicas irão se realizar em todo os demais subsistemas e não apenas nas vedações internas. E, principalmente, irão ocorrer na gestão do processo (redução de despesas indiretas, na empresa e no canteiro) e as decorrentes de um cronograma específico (postergação de despesas, p. ex.).
4.4. Desvantagens do Uso de Gesso Acartonado
Essa tecnologia tem mais limitações de emprego do que desvantagens e algumas das limitações são relativamente simples de serem suplantadas, pois dependem de decisões técnicas e operacionais. Outras, mais difíceis, dependem de mudanças culturais e da postura empresarial dos setores envolvidos.
4.4.1. Deformações das estruturas de concreto
As divisórias de gesso acartonado devem absorver, sem ruptura visível, as deformações impostas pela estrutura suporte. No Brasil as estruturas de concreto armado apresentam características diferentes das existentes na Europa e Estados Unidos. Genericamente, são estruturas mais esbeltas, com deformações lentas de maior amplitude e com elementos de menor rigidez. Do comportamento recente das estruturas de concreto em edifícios multipavimentos [9] infere-se que as deformações poderão vir a suplantar as máximas admitidas pelas divisórias em um grande número de edifícios. Principalmente, se for levado em conta no dimensionamento o alívio de carga proporcionado pelas divisórias e se não forem adequadamente consideradas as exigências de estabilidade global. A ocorrência de patologias então poderá dificultar em muito a disseminação do uso da tecnologia.
4.4.2. Deficiente interação com os subsistemas de instalações prediais
Para promover uma adequada interação com os demais subsistemas, que resulte em reais vantagens econômicas e de desempenho para o construtor e para os usuários do edifício são necessários diversos pré-requisitos, muitos deles ainda não disponíveis ou não praticados. Por exemplo: componentes e acessórios para instalações embutidas; esquadrias de porta específicas; soluções de revestimentos em áreas molhadas adequadas; soluções que minimizem os riscos de vazamentos acidentais, etc. Muitos dos componentes e das soluções construtivas adotadas recentemente têm provocado problemas patológicos não previstos, limitado a produtividade na montagem e criado interferências e conflitos indesejáveis, limitando a difusão e dificultando a aceitação das divisórias.
4.4.3. Comercialização de sistemas de produto e não de soluções construtivas
Como foi analisado na introdução, um dos fatores que promove o atual interesse pela construção seca é a demanda do mercado por soluções construtivas completas, com garantia dada pelo fornecedor destas soluções do que for construído, e não apenas dos materiais e componentes. Apesar dos fornecedores de chapas de gesso acartonado afirmarem que vendem sistemas, na prática não existe a garantia dada por estes ao mercado, e por ninguém, do preço, prazo e qualidade da solução alternativa. A construtora ou o incorporador continua assumindo sozinho todo o risco dos problemas futuros e das promessas não materializadas. O que os fabricantes comercializam são sistemas de produto (conjunto de materiais, componentes e técnicas para a construção de uma parte da edificação que se complementam e suprem as necessidades de execução da mesma) e não soluções construtivas (sistemas de produção). Na opinião do autor, o não atendimento das exigências de mercado, na forma como elas são demandadas, é uma das mais importantes, se não a mais importante, barreira para a disseminação no mercado das divisórias de gesso acartonado.
4.4.4. Dificuldade de manutenção das instalações hidráulicas
Apesar de ser mais fácil e simples recortar a chapa, consertar o vazamento e recompor a divisória do que cortar a parede de alvenaria, na prática não é tão simples. Isto porque normalmente tem-se azulejos sobre a placa e o dano à vedação pode ser de igual monta; Do ponto de vista sistêmico, com a parede oca pode ser muito mais difícil a localização do vazamento e o dano à vedação ser muito maior, dificultando e não facilitando a manutenção. Deve se lembrar ainda que as instalações deverão ser testadas antes do fechamento da divisória, o que implica mudanças no planejamento e administração da interdependência entre dois serviços e dois subcontratantes.
Capítulo V
FORRO DE GESSO
O forro de gesso, além de decorar o ambiente, pode resolver os problemas de vigas aparentes e rebaixamentos de um modo geral. Suas características de resistência ao fogo, melhor isolamento termo-acústico, economia e rapidez na instalação, fazem com que o forro de gesso seja superior aos demais.
Com gesso reforçado com fibras naturais (principalmente celulose) ou fibras de vidro, são produzidas placas com elevadas resistências mecânicas, para fins estruturais ou para vencer grandes vãos (até 3 m).
Figura 01 – Instalação do forro (Internet) Figura 02 – Instalação do (Internet)
5.1. Tipos de Forro
5.1.1. Gyprex
Forro removível composto por placas de gesso acartonado, revestidas a quente, com película rígida de PVC na face aparente. Ideal para ambientes que necessitam da praticidade na limpeza/manutenção e acesso as instalações. É montado com perfis “T” em aço ou alumínio, facilitando a aplicação e remoção, pois não utilizam presilhas. Sua montagem é rápida, mantendo a obra limpa e seca. Tem ótimo isolamento termo-acústico e resistência ao fogo.
5.1.2. Gyptone
Os forros removíveis Gyptone em gesso acartonado atendem as mais atuais tendências do mercado com possibilidades de superfícies lisas e perfuradas. O acabamento na superfície aparente é em pintura vinílica à base de látex. A face externa recebe um feltro acústico. Além dos aspectos estéticos. A linha de produtos apresenta excelente performance para correção acústica e alta resistência ao fogo. Atendem aos mais rigorosos padrões de qualidade e são testados conforme as normas europeias.
5.1.3. Casoprano
Os forros removíveis Casoprano atendem as mais atuais tendências do mercado com possibilidades de superfícies lisas, perfuradas ou fissuradas e texturizadas. O uso de gesso acartonado permite que os contornos tenham um design preciso e o acabamento em pintura vinílica à base de látex garante uma superfície altamente reflexiva. Além dos aspectos estéticos, os produtos apresentam excelente performance acústica, elevada refletância luminosa, alta resistência ao fogo e a umidade.
5.1.4. Placostil
Forro monolítico constituído de uma estrutura de aço galvanizado revestido de gesso acartonado pendurados por tirantes rígidos reguláveis e fixados na cobertura. O forro pode ser executado reto ou curto, pois as juntas não são aparentes formando uma superfície monolítica que não trinca e/ou ondula. São ideais para grandes áreas. Sua montagem é rápida, mantendo a obra limpa e seca. Tem ótimo isolamento termo-acústico e resistência ao fogo.
5.2. Instalação do Forro de Gesso
A instalação de um forro de placas de gesso comum começa com a inserção no teto de pinos de aço colocados a cada 60cm no máximo (tamanho normal da placa), colocados com um revólver especial. Um arame de aço ou cobre passa por um furo existente no pino e é preso na placa em um furo feito na própria obra, torcendo-o bem para amarrar a peça. Uma massa feita de pó de gesso, água e estopa é colocada junto à parede para reforçar a fixação. A moldura é fixada do mesmo jeito. As placas, com encaixes macho-e-fêmea nas laterais, recebem a mesma massa para acabamento nos rejuntes, após a retirada dos restos de fios com alicate.
5.3. Cuidados com o Forro de Gesso
Nos forros de gesso não se deve permitir impactos, pois podem quebrar.
Não fixar ganchos ou suportes para pendurar vasos ou qualquer outro objeto, pois os forros não foram dimensionados para suportar peso.
Os forros de gesso nunca podem ser molhados, pois o contato com a água faz com que o gesso se decomponha.
O bolor (manchas) no teto dos banheiros e da cozinha é causado pela umidade do banho ou preparo das refeições. Evita-se mantendo as janelas abertas durante e após o uso do ambiente. Para remover tais manchas no caso de seu aparecimento, utilizar água sanitária. Recomenda-se que os forros dos banheiros sejam repintados anualmente com tintas acrílicas.
Capítulo VI
BLOCO DE GESSO
6.1. Definição
São blocos pré-moldados de gesso especial, fabricado por processo de moldagem, apresentando acabamento perfeito nas suas superfícies. Assim, os blocos se encaixam perfeitamente e, após a montagem da parede, obtém-se uma superfície plana e lisa, pronta para receber o acabamento.
Os blocos de gesso podem ser encontrados em duas espessuras diferentes de 07 cm e 10 cm nas versões maciças ou vazadas, sendo que os blocos de 10 cm são produzidos somente na versão maciça.
Os blocos vazados são 25% mais leves que os blocos maciços devido aos dutos internos, eles são usados quando se quer diminuir o peso das paredes reduzindo assim a sobrecarga nas estruturas, são ideais para redistribuição de paredes sobre lajes antigas, já o bloco de gesso maciço permite construir paredes com maior altura.
As diferenças entre os blocos de gesso não se resumem apenas em se eles são maciços ou vazados ou se tem 7 ou 10 cm de acordo com a finalidade a que se destinam os blocos de gesso são comercializados em 4 versões diferentes.
6.2. Tipos de bloco
6.2.1. Blocos Standard – cor branca
São blocos chamados de standard ou blocos simples que apresentam as características especificadas pelas normas ABNT: TB02: 002-40-009, TB02: 002-40-010 e TB02: 002-40-014. Devem ser utilizados em substituição aos materiais convencionais, como blocos de cimento ou blocos cerâmicos, na construção de paredes internas como: divisórias de quartos, salas, escritórios e espaços semelhantes.
6.2.2. Bloco de Gesso Hidro – cor azul
Bloco de Gesso Hidro, de cor azul claro é utilizado em áreas úmidas, pois ele é hidrófilo, ou seja, repele a água, sua absorção em água após 2 horas de imersão é inferior a 5%. Ele é recomendado para todas as divisórias em área molhada como banheiros, área de serviço e cozinha, é igualmente recomendado para divisórias para todos os locais que possa estar exposto a umidade como: adega, garagem, subsolo, etc. Pode ser utilizado no revestimento de banheiras, em suporte de pia ou lavabo. Além do uso do bloco Hidro nessas áreas é aconselhável sua colocação para construir a 1ª fileira das divisórias, assim as paredes ficam mais resistentes a qualquer tipo de vazamento ou inundação, isto também ajuda na prevenção de umidade proveniente da base.
6.2.3. Bloco de Gesso GRG – cor verde
Bloco de Gesso GRG, de cor verde claro, são especiais aditivado e com fibra de vidro conhecido pela sigla GRG “Glass Reinforced Gypsum” (Gesso Reforçado com Vidro) utilizado na construção de paredes que serão submetidas a esforço de cargas suspensas como armários, quadros e suporte de TV. também é usado em áreas que ocorram impacto generalizados ou em áreas onde ocorram grande aglomeração de pessoas como cinema, corredores, hospitais etc. Ele também oferece mais resistência ao fogo, pois mantém a parede estruturada sem descamar melhorando assim a condição de fuga em caso de incêndio.
6.2.4. Bloco de Gesso GRGH – cor rosa
Bloco de Gesso GRGH, de cor rosa claro, pré-moldado de gesso reforçado com fibra de vidro e com aditivos hidro repelentes, ou seja, que repelem a água. Estes blocos devem ser utilizados para a construção de paredes em áreas que necessitam de um desempenho especial, somando as características dos blocos reforçados com fibra de vidro o GRG e a dos blocos hidro. É o mais robusto de todos e podem ser usados também em hospitais, cinemas e demais construções que precisem de um alto grau de resistência. Vale a pena lembrar que todos os tipos de blocos são fabricados nas versões maciços e vasados e nas dimensões de 7 ou 10 cm, sendo os de 10 cm fabricados apenas na versão maciça.
Figura 01 – Blocos de gesso (Internet) Figura 02 – Blocos de gesso (Internet)
Capítulo VII
GESSO DECORATIVO
O uso do gesso na arquitetura de interiores poderá ter até duas funções, a decorativa com molduras, frisos, florões, sancas, cimalhas, iluminação embutida, revestimentos de colunas, frentes de lareira, captéis, além de perfis e bordas de janelas e portas e rebaixamento de teto, aí não só pela sua função estética, mas também, muitas vezes, pela necessidade de se esconder uma tubulação hidro sanitária aparente no teto.
Já existe no mercado opções de modelos prontos ou peças feitas sob encomenda para o espaço e no estilo solicitado. Neste caso, com moldes desenvolvidos especificamente, o preço também é diferenciado. E vale a pena saber também que o gesso, por sua maleabilidade, é material ideal para trabalhos meticulosos de restauração de peças antigas.
Seguindo o padrão de qualidade e resistência exigido por arquitetos, decoradores e consumidores finais, as empresas investem no desenvolvimento de ferramentas e tecnologia. Por conta disso, cada vez mais empresas oferecem trabalhos exclusivos.
Figura 01 – Molduras (Internet) Figura 02 – Teto de gesso com rebaixo (Internet)
Figura 03 – Sanca de gesso (Internet) Figura 04 – Molduras (Internet)
Capítulo VIII
FIBROGESSO
A finalidade deste reforço de fibras é o de melhorar as propriedades, basicamente as mecânicas de dihidrato que é um material frágil, isto é, sofre ruptura sem, previamente, ter deformações plásticas significativas. A maior utilidade das fibras é no comportamento do fibrogesso após a sua fratura ter se iniciado. A ductilidade pós-fratura que as fibras conferem ao material é o fator que destaca o composto em relação ao material sem fibras.
O pH neutro da pasta de gesso permite que o mesmo seja reforçado com fibras de vidro como, tipo E, de preço mais baixo dentre as fibras de vidro, e são as únicas produzidas no Brasil. Processos de jateamento simultâneo das fibras e da pasta nas formas, foram desenvolvidos no exterior, destacando-se o trabalho na Inglaterra.
Processo de produção mais simples do fibrogesso com fibras de vidro foi desenvolvido, permitindo a produção de painéis divisórias vazadas, de 8 cm de espessura e massa superficial de 64 kg/m2 . O desempenho deste tipo de painel é satisfatório e tem custos compatíveis com a alvenaria de blocos quando computadas as despesas de revestimento, limpeza de entulho e demora dos serviços.
Um outro ponto a destacar é que o gesso vidro é um material de construção civil mais confiável que o gesso comum, em climas úmidos, porque a resistência mecânica da junta fibra-matriz é menos afetada pelo meio úmido do que a resistência da matriz.
Da mesma forma, que as fibras de vidro, o reforço com as fibras plásticas, como as de polipropileno, poliacrilonítrilo (acrílico) e polietilentereftalato (poliéster) têm apresentado resultados satisfatórios. Com adições de fibras superiores a 2% é possível alterar o comportamento frágil da matriz para um compósito com ductilidade.
Nos fibrogessos, o preço das fibras sintéticas é parte considerável do custo final da produção. No caso brasileiro, em se tratando de produção simples realizada pela própria construtora, o gasto com fibras pode representar valores tão elevados como um quarto do custo total dos componentes, incluindo mão-de-obra e depreciação dos equipamentos. Por essa razão, outras fibras, notadamente os vegetais estão sendo experimentados para o reforço do dihidrato. Resultados satisfatórios foram obtidos com o reforço de papel imprensa desagregado, que é uma fonte barata de fibras vegetais. Fibrogesso com 6% de papel desagregado e massa unitária de 1177kg/m3 apresentou resistência à tração na flexão de 7.1 Mpa. Com maior teor de papel, 9%, e massa unitária de 1072kg/m3 chegou-se à resistência à tração na flexão de até 8.3Mpa.
Capítulo IX
PINTURA DO GESSO
Neste capítulo abordamos a pintura sobre o gesso, mais especificamente sobre o sistema drywall que é mais complexo, porém para os outros sistemas (blocos, argamassa em pasta de gesso, forros, molduras etc) a verificação, preparação e procedimentos são bem parecidos e em alguns casos como no revestimento de gesso em pasta, por exemplo, chega a ser mais simples o procedimento.
9.1. Verificação da superfície a ser pintada
Inicialmente, deve ser feito uma avaliação de superfície, verificando-se a presença de falhas no tratamento das juntas e saliências ou rebaixamento nos pontos das cabeças dos parafusos, seguindo-se as recomendações das normas ABNT NBR 15.758-1:2009, ABNT NBR 15.758-2:2009 e ABNT NBR 15.758-3:2009 – Seção recebimento dos serviços. Caso seja observada alguma dessas falhas, deve-se corrigi-las antes de qualquer intervenção.
9.2. Preparação da superfície a ser pintada
Figura 01 – Preparo da superfície (Internet) Figura 02 – Pintura pronta (Mauro Luiz)
A correta preparação da superfície é de fundamental importância para se obter uma pintura durável e de qualidade. A superfície dos sistemas de Drywall é nivelada e lisa, porém apresenta diferenciação de cor, textura e absorção entre as superfícies do cartão e da massa nas regiões das juntas entre as chapas e das cabeças dos parafusos.
Uma forma prática de verificação de secagem total da massa é pressionar a superfície desta com a ponta da unha. Se isso provocar um vinco ou ranhura, a massa não está totalmente seca. Imperfeições rasas podem ser corrigidas com massa corrida látex para interiores.
Após a secagem, as áreas tratadas nas juntas entre as chapas e nas cabeças dos parafusos, devem ser lixadas para eliminação de eventuais rebarbas de massa e pequenas irregularidades, zerando-as em relação à superfície do cartão. Recomenda-se utilizar lixa grana 150 ou 180 aplicada com uma base (um taco de piso, por exemplo), de forma a manter plana a superfície tratada. A superfície geral do cartão não deve ser lixada. Para acabamentos mais sofisticados, pode ser aplicada mais de uma demão de fundo ou massa sobre toda a superfície do sistema. Após a secagem total de cada demão, de acordo com a recomendação do fabricante, toda a superfície deve ser lixada com lixa grana 220/280, também aplicada com uma base, para manter a lixa plana. Ao final de cada procedimento, é necessário eliminar o pó de toca a superfície.
É importante lembrar que o perfeito lixamento só será obtido com a total secagem e cura da massa o que leva aproximadamente 48 horas. Não deve ser aplicado nenhum acabamento antes da secagem por completo da massa.
Figura 03 – Preparo da superfície (Internet) Figura 04 – Limpeza da superfície (Internet)
9.3. Preparação básica das tintas e componentes
9.3.1. Homogeneização
Agitar todos os produtos antes de serem utilizados.
Esta homogeneização precisa ser feita de forma a garantir que todo o conteúdo da embalagem esteja perfeitamente uniforme.
9.3.2. Diluição
Observar as especificações dos produtos nas embalagens e seguir as informações indicadas para diluição.
9.4. Fundo Preparador e Massa
9.4.1. Fundo Preparador
Fundo preparador, também chamado de primer ou selador, tem a finalidade de preparar as superfícies, corrigindo defeitos que o substrato apresenta e/ou uniformizar a absorção da superfície, proporcionando durabilidade à pintura e economia de tinta de acabamento.
9.4.2. Massa
Massa é o produto que tem a finalidade de regularizar defeitos e imperfeições da superfície.
As massas devem atender os requisitos da Norma ABNT NBR 15348 Tintas para construção civil - Massa niveladora monocomponente à base de dispersão aquosa para alvenaria.
9.4.3. Aplicação
Primeiro o selador ou fundo preparador deve ser aplicado em toda a superfície a fim de tornar a mesma homogenia e selar por completo toda a superfície. Após a secagem por completo, caso seja necessário, aplique uma fina camada de massa corrida de boa qualidade em toda a superfície do trabalho. Essa massa deve cobrir qualquer ondulação reentrante e ao mesmo tempo igualar a superfície do cartão, das massas e do tratamento de juntas, uniformizando a textura e a cor dos dois elementos e também para corrigir eventuais defeitos. A inspeção deste procedimento poderá ser feita com a utilização de luz de incidência lateral, de preferência um holofote de 500W.
Após a secagem completa, deve-se lixar a superfície total do trabalho conforme já mencionado anteriormente e aplica-se novamente a imprimação. Este procedimento poderá ser repetido até se obter o perfeito acabamento de toda a superfície.
9.5. Pintura
A pintura que seria o último passo, a finalização do acabamento, deve seguir as orientações dos fabricantes das tintas aplicadas quanto ao que se refere a quantidade de demãos e diluição do produto, recomenda-se usar material de boa qualidade.
9.5.1. Tinta
Figura 05 – Tintas apropriadas para gesso (Internet)
A tinta é uma composição química formada por uma dispersão de pigmentos, numa solução ou emulsão de um ou mais polímeros. Ao ser aplicada na forma de uma película fina sobre uma superfície, se transforma em um revestimento a ela aderente, que colore, protege e embeleza.
A superfície do drywall pode receber qualquer tipo de tinta que atenda às especificações da Norma ABNT NBR 15079 - Tintas para construção civil – Especificação dos requisitos mínimos de desempenho de tintas para edificações não industriais - Tintas látex nas cores claras.
Cores escuras, quando aplicadas na parte interna da construção, protegida das intempéries, seguem as mesmas especificações da norma acima.
Os componentes básicos das tintas são: resinas, pigmentos, diluentes e aditivos.
• Resinas
As resinas são responsáveis pela formação da película protetora na qual se converte a tinta depois de seca. Existem vários tipos de resinas. As tintas látex (PVA e acrílicas) e seus complementos (massas e fundos), por exemplo, utilizam resina do tipo (PVA) acetato de polivinila, poliacrílicos puros, copolímeros acrilo-estireno, vinil acrílico, etc. Já as tintas epóxi e poliuretanas utilizam a resina epóxi e poliuretanos, respectivamente.
• Pigmentos
Os pigmentos são partículas (pó) sólidas e insolúveis. Podem ser divididos em dois grandes grupos: ativos e inertes. Os pigmentos ativos conferem cor e poder de cobertura à tinta, enquanto os inertes (ou cargas) proporcionam lixabilidade, dureza e consistência, entre outras características.
• Diluentes
Os diluentes, também chamados de solventes, são líquidos voláteis utilizados nas diversas fases de fabricação das tintas e possibilitam que o produto se apresente na forma líquida e sempre com o mesmo padrão de viscosidade. Eles são empregados para conferir à tinta as condições ideais de pintura, visando facilitar sua aplicação, seu alastramento, etc.
Nos produtos látex, a fase líquida é a água, que também é utilizada na sua diluição.
• Aditivos
Aditivos são componentes que participam em pequena quantidade na composição da tinta, porém podem modificar significativamente as suas propriedades. Os aditivos mais comuns são: secantes, antiespumantes, antissedimentantes, antipele, bactericidas e fungicidas.
Figura 06 – Pintura sobre drywall (Internet)
Capítulo X
O GESSO E O MEIO AMBIENTE
A geração de resíduo de gesso representa um problema econômico com graves consequências e impacto ecológico, pois esse resíduo é um material tóxico que libera íons Ca2+ e SO42 alterando a alcalinidade do solo e contaminando os lençóis freáticos.
Por este motivo, os resíduos só são aceitos em aterros particulares, sendo este um dos motivos pelos quais o descarte deste resíduo ser muito caro, e infelizmente encontramos estes resíduos descartados em beiras de estradas e ate em terrenos baldios.
10.1. Resíduos
Os resíduos gerados pela construção e demolição representam uma grande parcela dos resíduos sólidos urbanos, o que pode ser atribuído à alta intensidade de novas construções e pouca atividade de demolição, bem como às elevadas taxas de desperdício de matérias nos canteiros de obras, estima-se que 4% de entulhos na construção civil são de resíduos de gesso.
A hidratação do gesso se dá no momento de sua utilização na presença de água, reconstituindo rapidamente o sulfato bi-hidratado original, a rapidez com que a reação ocorre, proporciona um grande desperdício de material, nas aplicações dele como revestimento.
10.1.1- Os maiores problemas do resíduo
A área da construção civil é a maior consumidora de gesso, porém produz muito resíduo por questão do desperdício nos canteiros de obras, causando assim diversos problemas ambientais, sendo que tais resíduos não podem ser descartados em aterros sanitários. De acordo com estudos realizados, estes resíduos se depositados em aterros sanitários, produz o gás sulfídrico, que pode causar sérios danos a saúde. Mediante a estes problemas, estão sendo pesquisados meios de reciclagem e reutilização deste produto.
10.1.2- Decomposição dos resíduos
A decomposição do resíduo de gesso em aterros leva a geração de gás sulfídrico, devido às reações do sulfato com a matéria orgânica, sendo assim a resolução CONAMA 307 classifica o resíduo de gesso como classe C, sem tecnologia de reciclagem economicamente viável.
10.2. Reciclagem do Gesso para Revestimento
O gesso hidratado foi moído e queimado a temperaturas de 160, 180 e 200°C em um período de 6 horas, o gesso reciclado obtido foi submetido a ensaios de caracterização física e mecânica conforme NBR 12127, NBR 12128 e NBR 12129.
Os resultados obtidos foram analisados conforme atendimento às especificações da NBR 13207 e observou-se que as propriedades mecânicas apresentadas na realização do experimento com gesso calcinado apresentaram características próximas às do gesso utilizado co
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