Gestao De Competencias
Pesquisas Acadêmicas: Gestao De Competencias. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 22/11/2014 • 3.338 Palavras (14 Páginas) • 357 Visualizações
GESTÃO DE COMPETÊNCIAS
CURITIBA
2014
GESTÃO DE COMPETÊNCIAS
RESUMO
Em uma geração onde o imediatismo é constante e as mudanças são
rápidas, a gestão de pessoas tradicional se tornou defasada diante de jovens
profissionais acelerados. Sendo assim, as empresas pressionadas por essa
nova onda, são forçados a buscar uma nova gestão estratégica baseadas no
desenvolvimento de competência de cada um. Competências são as
habilidades nativas ou adquiridas necessárias para realizar uma tarefa. A
Gestão
por
Competência
permite
a
identificação
das
habilidades,
conhecimentos, comportamentos e capacidades para suportar o estado atual
da empresa e atender as necessidades do futuro. Como estudo de caso, é
analisada a empresa AVENDOR mostrando seu modelo atual de gestão de
pessoas, que embora acima da média das empresas brasileiras, ainda não se
enquadra no modelo de Gestão por Competências. Para alavancar a
AVENDOR no modelo de Gestão por Competências é proposto um plano de
ação com mapeamento, a identificação de gaps, o desenvolvimento e o
acompanhamento das competências.
Sumário
1.
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................5
2.
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ..............................................................................................6
2.1.
2.2.
Motivação .....................................................................................................................6
2.3.
Beneficios......................................................................................................................6
2.4.
Conceitos ......................................................................................................................9
2.5.
3.
Histórico ....................................................................................................................... 6
Ciclo de vida ................................................................................................................10
ESTUDO DE CASO ...............................................................................................................11
3.1.
3.2.
Princípios da Empresa .................................................................................................11
3.3.
Gestão de talentos .......................................................................................................12
3.4.
Modelo da Gestão de Talentos ....................................................................................13
3.5.
4.
A empresa ....................................................................................................................11
Diagnóstico ...................................................................................................................16
PLANO DE AÇÃO .................................................................................................................18
4.1
Mapeamento de Competências .................................................................................18
4.2
Diagnóstico de Competências ....................................................................................19
4.3
Desenvolvimento de Competências ...........................................................................19
4.4
Monitoramento de Competências .............................................................................19
5.
CONCLUSÃO .......................................................................................................................24
6.
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................25
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho visa criar um plano de ação para transformar uma empresa
que busca se aperfeiçoar, dando menor ênfase no cargo e focando mais na
flexibilização dos serviços para se manter competitiva no mercado de trabalho.
O modelo de Gestão por Competências (GC) fortalece o papel de cada
integrante da organização, oportuniza e intensifica as qualidades pessoais e
profissionais do colaborador, fortalecendo o desenvolvimento organizacional,
sendo indispensável nas organizações atuais pela utilização plena dos
potenciais do ser humano.
No capítulo 2. Gestão Por Competências, contamos o contexto histórico,
a motivação, os benefícios, a definição de competência e o ciclo de vida para
implementar o modelo de GC.
No capítulo 3. Estudo de Caso descrevemos e analisamos a empresa
AVENDOR, objeto do nosso estudo. No final do capítulo é feito um diagnóstico
da empresa em função da GC.
No capítulo 4. Plano de Ação é proposta um plano de ação para
transformar o modelo de gestão atual para o modelo de GC.
Por fim, no capítulo 5. Conclusão é apresentada nossas opiniões sobre o
modelo e os resultados esperados para o plano
de ação proposto.
2. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
2.1
Histórico
O conceito de Gestão por Competências (GC) já era utilizado pelos
romanos desde o século III antes de Cristo criar o perfil de competências com
os atributos de um “bom soldado romano” (Draganidis & Mentzas, 2006).
Porém, Segundo (Camargo, 2013), o primeiro conceito dado para competência
surgiu nas décadas de 70 e 80, sendo idealizado por autores americanos. A
perspectiva americana possui uma visão comportamentalista, focada na
capacidade que o indivíduo traz para o trabalho. O pai do modelo por
competências foi o psicólogo de Harvard David, que argumentava que testes
de inteligências falhavam em predizer o bom desempenho no trabalho.
Aproveitando a insatisfação na época com os testes de inteligência para a
seleção de funcionários, McCelland propôs a seleção por teste de competência
(McClelland D. , 1973).
Esse trabalho sustentou que a avaliação das competências deveria ser
realizada por meio de testes de avaliação de desempenho, tendo como padrão
de referência amostras de comportamento no trabalho de profissionais bons e
ruins. Ele defendeu que os resultados obtidos deveriam refletir as mudanças
ocorridas na capacidade dos indivíduos como consequência do treinamento ou
da experiência.
Como estudo de caso e prova de sua teoria, propôs a seleção por
competência para o Escritório de Informações de Serviços aos Estrangeiros.
Em sua pesquisa descobriu que competências interpessoais, multiculturais e
de gestão eram superiores do que a média de outros Escritórios de Informação.
2.2
Motivação
Os colaboradores das organizações atuais, sejam
lideranças ou
liderados, estratégicos ou operacionais, são avaliados muitas vezes pelas
metas: que destacam o aumento da produtividade, da qualidade dos produtos,
do crescimento do capital, e da competitividade à frente ao mercado. Nesse
cenário, estabelece com relevância, o investimento em gerenciamento de
pessoas, com a utilização de novas tecnologias que permitam readequar o
papel do trabalhador para atender as demandas.
Segundo (Camargo, 2013), existe a necessidade de redefinir o perfil do
trabalhador, sendo vital a identificação das suas competências, uma vez que
estas constituem o diferencial competitivo para atender ao surgimento de novas
oportunidades de negócios, atingir os objetivos internos e também para fazer
frente à competitividade entre as empresas.
Para (Sant'anna, 2008) existe uma nova realidade, a qual traz à tona a
importância de valorizar o chamado capital intelectual e de reconhecer a
relevância das pessoas e suas competências como fontes primordiais de
vantagens competitivas sustentáveis.
A busca por profissionais altamente capacitados e aptos a fazer frente
ao mercado que se apresenta e que sejam valorizados como capital humano
tornou-se uma estratégia competitiva para as empresas. Por isso a Educação
Corporativa ajuda a empresa a entender de que maneira deve investir em seus
funcionários, a fim de que desenvolvam competências e estas sejam traduzidas
em conhecimento, habilidades e atitudes para exercer suas funções e fazer
parte do sucesso das organizações (Camargo, 2013).
2.3
Benefícios
A principal razão para uma empresa adotar a GC é a identificação das
habilidades,
conhecimentos, comportamentos e capacidades para suportar o
estado atual da empresa e atender as necessidades do futuro. Com a
identificação das competências necessárias é possível identificar e eliminar
gaps de conhecimento (Draganidis & Mentzas, 2006).
Possíveis aplicações para a GC são:
Planejar a força de trabalho: identificando o estado atual das
competências e o estado desejado;
Seleção de candidatos: as competências são usadas para identificar o
melhor candidato para a posição oferecida;
Gestão do Conhecimento: identificando as competências que devem
ser desenvolvidas e os treinamentos necessários;
Gestão de Desempenho: avaliando os funcionários de acordo com suas
competências, as competências do perfil de trabalho e o resultado
obtido;
Plano de Carreira: as competências são o guia para o desenvolvimento
dos funcionários;
Plano de Sucessão: potenciais candidatos são sugeridos baseados em
suas competências.
De acordo com (Tripathi & Suri, 2010), a implantação do modelo de GC nas
organizações pode aumentar a capacidade de gerencia e utilização dos
talentos dos funcionários para obter maior desempenho. A Erro! Fonte de
eferência não encontrada. mostra como as competências podem agregar
valor a uma organização.
Figura 1. Competências como Fonte de Valor para as Organizações
2.4
Conceitos
Agora que entendemos os benefícios da GC, precisamos definir o que é
competência.
De acordo com (Marrelli, 1998), competências são capacidades
humanas
e
mensuráveis
requeridas
para
realizar
um
trabalho
com
desempenho. Já para (Perrenaud, 2000) competência é
a capacidade de
mobilizar vários recursos cognitivos para lidar com determinada situação. Para
(Fleury & Fleury, 2001), o conceito de competência é pensado como conjunto
de conhecimentos, habilidades e atitudes (capacidades humanas) que
justificam um alto desempenho, acreditando-se que os melhores desempenhos
estão fundamentados na inteligência e personalidade das pessoas. Em outras
palavras, a competência é percebida como estoque de recursos, que o
indivíduo detém.
A partir dessas definições, vamos definir competência como as
habilidades nativas ou adquiridas necessárias para realizar uma tarefa.
Também podemos classificar os diferentes tipos de competências, para (Fleury
& Fleury, 2001) apud (Zarifian, 1999) as competências em uma organização
podem ser classificadas em:
Competências sobre processos: os conhecimentos do processo de
trabalho;
Competências técnicas: conhecimentos específicos sobre o trabalho que
deve ser realizado;
Competências sobre a organização: saber organizar os fluxos de
trabalho;
Competências de serviço: aliar à competência técnica a pergunta: qual o
impacto que este produto ou serviço terá sobre o consumidor final;
Competências sociais: saber ser, incluindo atitudes que sustentam os
comportamentos das pessoas; o autor identifica três domínios destas
competências: autonomia, responsabilização e comunicação.
2.5
Ciclo de Vida
O ciclo de vida da GC é dividido em quatro frases que visam à melhoria
contínua
e
o
desenvolvimento
das
competências
dos
indivíduos
e
organizações. (Draganidis & Mentzas, 2006). Essas quatro fases
são
apresentadas a segui:
Mapeamento de Competências: provê a organização com uma lista de
todas as competências necessárias para atingir suas metas e objetivos.
Os requisitos de proficiência para cada perfil de trabalho também é
definido nessa fase;
Diagnóstico de Competências: é o entendimento do estado atual das
competências da empresa e seus funcionários. Nessa fase são
identificados os gaps de conhecimento e priorizado as competências
para investimento;
Desenvolvimento de Competências: são as atividades e investimentos
necessários para criar ou aumentar as competências identificadas e
priorizadas nas duas fases anteriores;
Monitoramento de Competências: acompanhamento e análise dos
resultados obtidos na fase de Desenvolvimento de Competências.
3. ESTUDO DE CASO
3.1 A Empresa
A empresa escolhida como estudo de caso para nosso trabalho é a
AVENDOR. A AVENDOR é uma holding, ou seja, um grupo de empresas,
formado por MBM Brasil, NDI International e SunAsia Trade que foi criada para
gerenciar as empresas coligadas servindo setores diferentes, porém interrelacionadas como parte de uma estratégia voltada para novas oportunidades e
aquisições. Visando a integração comercial mundial, gestão de compras
consolidadas, planejamento aduaneiro e gestão de marcas, com extrema
eficiência e agilidade o grupo conta com 130 funcionários e busca atender a
necessidade do mercado ansioso por novidades, qualidade e ótimo
custo/beneficio. Diante deste cenário a empresa necessita estar preparada
para proporcionar um ambiente de trabalho harmonioso onde os colaboradores
sintam prazer em trabalhar e
encontrem reconhecimento e segurança de modo
que possam se desenvolver profissional e pessoalmente.
3.2 Princípios da Empresa
O grupo Avendor entende que sua competência só se sustenta, porque
tem sua base sólida em um conjunto de princípios. As decisões, em todos os
níveis do grupo, levam em consideração os seguintes pontos:
-
Visão: Ser líder e referência nos países e segmentos de atuação com
excelência em seus serviços e produtos, atraindo e desenvolvendo
talentos, criando valor para os acionistas de forma sustentável.
-
Missão:
Disponibilizar
produtos,
serviços
e
marcas,
agregando
satisfação em todos os níveis da cadeia de consumo, visando
rentabilidade aos seus clientes e acionistas.
-
Inspiração:
Oferecer
produtos
que
conciliam
desejo,
qualidade,
necessidade e satisfação, com custo-benefício, democratizando-os para
todas as classes sociais.
-
Sucesso: Respeitar os valores e princípios éticos e morais, bem como,
respeito aos clientes, parceiros, consumidores e fornecedores, dentro do
próprio conceito e aplicação do Fair Business Player.
3.3 Gestão de Talentos
A Avendor entende que esta é a principal maneira de um profissional
obter, com seu trabalho, satisfação pessoal e recompensa material, ao longo
do tempo.
Oferecendo treinamentos adequados, proporcionando, sempre que
possível, o aproveitamento interno no preenchimento das vagas existentes e
oferecendo salários, benefícios e distribuição de lucros compatíveis, quando
previsto no planejamento anual, com os resultados da empresa as práticas de
mercado de seu segmento industrial.
A Política
do setor de recursos humanos - RH é executada por meio de
seu Departamento de Gestão de Talentos, sendo estruturado em três
subsetores:
Recrutamento e Seleção: Visa preencher as oportunidades de trabalho
existentes na empresa, levando em consideração o aproveitamento
interno dos funcionários capacitados e/ou com potencial de crescimento.
Treinamento e Desenvolvimento: É responsável pelo planejamento e
execução do programa de desenvolvimento profissional de seus
colaboradores e tem como objetivo qualificar o colaborador para que seu
desempenho seja cada vez melhor e sempre alinhado a missão, visão e
valores da empresa.
Administração: Este setor é responsável por administrar a politica e a
estrutura
de
administrativas.
cargos
e
salários
dentro
de
modernas
técnicas
3.4 Modelo da Gestão de Talentos
Nesse capítulo vamos descrever as práticas de Gestão de Pessoas
utilizadas na AVENDOR.
De dois em dois meses, há um acompanhamento individual por
funcionário com a gestora de Recursos Humanos onde os temas abordados
são:
Desenvolvimento profissional;
Relacionamento interpessoal;
Relacionamento com a gestão;
Expectativas futuras e de carreira;
Informações relevantes do ambiente de trabalho.
As informações discutidas dentro do acompanhamento não tem cunho
avaliativo nem seletivo, é uma forma de personalizar o atendimento ao
colaborador e respeitar suas individualidades. Baseia-se em uma conversa
entre a psicóloga e o colaborador, com duração média de 30 minutos, com os
seguintes objetivos:
Melhorar a comunicação interna e a relação
colaborador/empresa;
Fornecer orientação e assistência quando necessário;
Melhorar o fluxo de feedbacks.
Uma vez ao ano é feito a colegiada, onde os gestores e diretores se
reúnem para verificar quais os colaboradores podem ser promovidos através
de um consenso entre eles.
Também é feito uma vez ao ano uma avaliação individual de todos os
funcionários, e cada um avalia todos os outros, da tia do café ao diretor. Essa
avaliação será analisada pelo RH e de forma sutil apontara os defeitos a serem
melhorados para o convívio e as qualidades já apreciadas pelos companheiros.
Para motivar os funcionários a ter uma integração também há festa dos
aniversariantes todo mês além de treinamentos motivacionais sempre que
possível. Para motivação também é oferecido um lanche no período da tarde,
assim como por ser uma empresa que tem 95% de seus funcionários da
geração Y, não implicam com fone de ouvido para escutar música e internet
liberada, pois acredita que seus colaboradores são responsáveis o suficiente
para utilizar sem atrapalhar o serviço.
Cada vez mais acontecem negócios com países estrangeiros e é
importante que os colabores do grupo tenham conhecimento em algum idioma,
em especial, o inglês. Pensando nisso, o grupo ajuda os colaboradores
interessados a aprender ou aprimorar seu inglês. A Avendor é disposta a
subsidiar 50% do valor do curso, com participação máxima de R$ 100,00 da
mensalidade. Quem faz a opção pelo subsidio que a empresa oferece é
avaliada por meio da frequência no curso e a conversação dentro do grupo.
Para auxilio na gestão de carreira é utilizado o modelo Quintiliano
(Século
I), que faz sete perguntas base para apurar um fato: que? quem?
quando? por que? como? onde? e com que auxílio? Exemplo desse modelo
pode ser visto na Figura 2. Exemplo de Plano de Ação para desenvolvimento de carreira .
Figura 2. Exemplo de Plano de Ação para desenvolvimento de carreira
3.5 Diagnóstico
Agora que descrevemos a empresa e seu modelo de Gestão de
Pessoas, vamos analisar sua aderência ao modelo de Gestão por
Competências.
A AVENDOR utiliza o tradicional plano de carreira por cargos, a
orientação por cargos foca no entendimento das tarefas e nas habilidades
necessárias para realizar cada tarefa buscando a efetividade das ações,
enquanto a orientação por competências foca nas características necessárias
para o sucesso em um escopo maior que o cargo, o papel do funcionário na
organização,
buscando
o
desempenho
extraordinário,
por
isso
as
competências são mapeadas em função dos melhores funcionários e não da
média dos funcionários. Dessa forma a AVENDOR deixa de avaliar
competências que podem levar a diferenciação de mercado e avaliam apenas
as competências mínimas necessárias.
Embora a seleção de candidatos seja através da avaliação de
competências, a orientação a cargos leva a AVENDOR a praticar uma seleção
baseada nas características necessárias para ocupar uma posição, e não nas
características para se destacar em uma posição. A gestora de Gestão e
talentos da AVENDOR diz “Na entrevista são analisadas as competências
técnicas e comportamentais necessárias.”, por “necessárias” entendemos as
competências básicas, e não as competências que superam a expectativa.
Mesmo com
a elaboração de um Plano de Ação para Desenvolvimento
de
Carreira
por
colaborador,
não
existe
um
acompanhamento
das
competências dos colaboradores para medir a efetividade do plano. O plano de
carreiras em teoria é utilizado para planejar treinamentos e desenvolver
carreiras, no entanto, não é aplicada posteriormente a entrevista, o que torna
defasado o modo como é utilizado, assim as competências adquiridas ao longo
do ano não são determinantes.
Todos querem um funcionário talentoso, no entanto há uma carência dos
gestores e diretores se envolverem no desenvolvimento profissional de seus
colaboradores, pois não tem paciência e disposição para desenvolvê-los no
trabalho ou auxiliar seu crescimento.
As competências dos colaboradores não são fatores decisivos para
promoções ou aumentos. Essas ocorrem por três razões:
Colegiado, através de análise de resultados e consenso dos
gestores;
Escolaridade, graduação implica em promoção automática;
Tempo de serviço.
Uma boa aderência ao modelo de Gestão por Competência é a
avaliação em 360°, essa avaliação permite determinar as competências de um
colaborador “por detrás dos panos”, isto é, como o colaborador comporta-se
longe de seus superiores. A avaliação em 360° é uma boa técnica para
descobrir competências em situações normais, sem a pressão de uma
entrevista, dinâmica ou presença de um superior.
4. PLANO DE AÇÃO
Para elaborar o plano de implantação do modelo de Gestão por
Competências na AVENDOR, vamos seguir as quatro fases descritas no
capítulo 2.5 Ciclo de Vida. Mas antes temos que definir quais as aplicações
para o modelo de Gestão por Competências. É importante definir o escopo do
plano de ação para focar nas ações e conseguir conquistas em curto prazo. As
possíveis aplicações, detalhadas no capítulo 2.3 Benefícios, são: planejar a
força de trabalho, seleção de candidatos, gestão do conhecimento, gestão de
desempenho, plano de carreira e plano de sucessão.
Nesse trabalho, vamos escolher as aplicações de planejar a força de
trabalho, seleção de candidatos e gestão do conhecimento, por serem
complementares e servir como base para as demais aplicações (gestão de
desempenho, plano de carreira e plano de sucessão). A aplicação de gestão do
conhecimento permite avaliar individualmente os funcionários, identificando
suas competências, e serve como primeira etapa da aplicação de gestão de
força de trabalho, identificando o estado atual da empresa. Sabendo a situação
atual e a desejada, a empresa deve selecionar os candidatos para atender seu
estado futuro.
4.1
Mapeamento de Competências
A primeira ação da AVENDOR é através de sua estratégia, visão e
missão, estabelecer suas metas e objetivos. Com base nessa definição, listar
as competências necessárias para atingir suas metas e objetivos. Essa lista de
competências ainda não é a definitiva, como realizado por McCelland e seu
time para a seleção do Escritório de Informações de Serviços aos Estrangeiros,
é necessário à realização de uma Entrevista de Eventos-Comportamentais
(McClelland D. C., Identifyng Competencies with Behavioral-Event Interviews,
1998) para identificar as competências dos melhores funcionários. Com as
competências desejadas para atingir as metas e
objetivos, e as competências
que comprovadamente fazem a diferença, temos o mapeamento de
competências completo e a aplicação de Gestão do Conhecimento.
4.2
Diagnóstico de Competências
Ainda
com
base
na
entrevista
de
Entrevista
de
Eventos-
Comportamentais, é mapeado o estado atual da empresa e seus funcionários.
Os gaps entre o estado atual e o estado futuro são identificados e priorizados.
A priorização é realizada dando maior peso para as competências obtidas
através das entrevistas, pois essas são garantias de sucesso. As competências
desejadas, obtidas através da modelagem do negócio, tem um peso menor.
Nesse momento, é possível avaliar os funcionários quanto à aderência
ao modelo de competências da empresa. Assim a aplicação de planejar força
de trabalho é possível, identificando os funcionários indispensáveis e os
dispensáveis.
4.3
Desenvolvimento de Competências
Com base na priorização realizada na fase anterior e na verba
disponível, são desenvolvidos treinamentos para desenvolver as competências
prioritárias. Esses treinamentos podem ser realizados externamente, com
treinamentos de mercado, ou internamento, usando os colaboradores de
destaque em cada competência para difundir suas habilidades.
Com os gaps identificados e as competências priorizadas, a aplicação
de seleção de candidatos é possível selecionar os candidatos que preenchem
a lacuna de competências e possuem as competências de destaque.
4.4
Monitoramento de Competências
Essa fase é sobre o acompanhamento das competências mapeadas nas
fases anteriores. Para acompanhar é sugerido manter a avaliação
em 360°,
mas com uma planilha orientada a competências.
Como exemplo, citamos o processo da FIEP, onde a avaliação é por
meio de indicadores sendo: 4 para colaboradores que atingiram a competência
em Excelência; 3 para as pessoas que obteve o resultado Satisfatório; 2 para o
colaborador que Atende Parcialmente e 1 para quem Não Atende. Para os
resultados individuais abaixo de 3, o avaliador indicará no campo específico, o
motivo da atribuição aplicada, esse procedimento deve ocorrer mensalmente
no momento da avaliação (Figura 3. Planilha de Avaliação por Competências).
A Figura 4. Análise de Competências Individual, mostra o gráfico individual, onde
são identificadas as competências de cada colaborador.
Figura 3. Planilha de Avaliação por Competências
GRÁFICO - GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
Amostra Individual - Colaborador: João
5
4
4
4
4
4 4
4
4
4 4
4
4
4
4
3
3 3
3
3 3 3
3
3
3
3
Trabalho em equipe
2
2 2
2
2 2
2
2 2
2 2
2
2
2
Criatividade e inovação
Foco em resultado
2
1
1
1
1
0
1º Mês.
2º Mês.
3º Mês.
4º Mês.
Figura 4. Análise de Competências Individual
5º Mês.
6º Mês.
7º Mês.
8º Mês.
9º Mês.
10º Mês. 11º Mês. 12º Mês.
A partir da análise individual, para competências abaixo do valor 3, é
proposto um plano de treinamento e desenvolvimento, conforme Tabela 1.
Proposta de desenvolvimento de competências.
Tabela 1. Proposta de desenvolvimento de competências
Ações essenciais que evidenciam
a competência
· Valoriza o trabalho em equipe,
integrando-se ao grupo em que atua
de
forma participativa e respeitando
as opiniões expressas.
· Relaciona-se com a equipe de
trabalho de maneira à estimular a
Trabalho em Equipe
cooperação e interação de todos,
transferindo atribuições a quem está
apto a exercê-la, percebendo os
talentos humanos e seu potencial.
· É capaz de trabalhar sob pressão e
lidar positivamente com o stress.
· Pensa o ainda não pensado,
sugerindo ideias que resolvam
conflitos ou signifiquem saída para
impasses.
Criatividade
Adapta ou substitui modelos
tradicionais, utilizando inovações e
formas novas de analisar qualquer
assunto.
· Age imbuído do propósito de
atender às necessidades e
demandas dos clientes, sempre se
pautando pela ética.
Foco em resultados
· Identifica toda a cadeia de clientes
da Organização, desde os mais
específicos até a sociedade em
geral.
Competência
Proposta para
desenvolvimento
-Dinâmica de grupo;
-Integração;
-Projeto Inter setoriais;
-Não penalizar, mesmo
no fracasso;
-Possibilitar tempo
ocioso; - Acesso aos
meios de informação e
comunicação;
-Estudo sobre o tema;
-Simulações com análise
e avaliação do
planejamento realizado;
-Ensino com pesquisa
enfatizando artigos;
-Discussão de contexto X
e associação com a
realidade;
5. CONCLUSÃO
Apesar do modelo de Gestão por Competências existir a muitos anos,
sua aplicação ainda não é largamente difundido no Brasil. No entanto as
empresas caminham no sentido do modelo, visando melhor desempenho. A
Gestão por Competência possui vários estudos e frameworks de referência que
auxiliam na implantação e manutenção do modelo. Visando aplicar esses
estudos, estudamos a
empresa AVENDOR, realizando seu diagnóstico atual e,
a partir desse, um plano de ação para implantar a Gestão por Competência na
empresa. Podemos notar que a empresa conhece o conceito de competências,
porém não são governadas ou mapeadas. Apesar do sua vontade, a
implementação não é possível por falta de ferramentas. O trabalho propõe o
mapeamento,
a
identificação
de
gaps,
o
desenvolvimento
e
o
acompanhamento das competências, tornando uma ferramenta através do
modelo de gestão por competências viável para execução.
6. REFERÊNCIAS
Camargo. (2013).
Camargo. (2013). #Título. #Periódico.
Draganidis, F., & Mentzas, G. (2006). Competency based management: a review of systems
and approaches. Information Management & Computer Security, pp. 51-64.
Fleury, & Fleury. (2001).
Marrelli, A. F. (1998). An introduction to competency analysis and modeling. Performance
Improvement, 37, 8-17.
McClelland, D. (1973). Testing for Competence Rather Than for "Intelligence". American
Psychologist, 321-333.
McClelland, D. C. (1973). Testing for Competence Rather Than for "Intelligence". American
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McClelland, D. C. (Setembro de 1998). Identifyng Competencies with Behavioral-Event
Interviews. American Psychological Society, 9(5), 331-339.
Perrenaud, P. (2000). Dez Novas Competências para Ensinar. Artmed.
Sant'anna. (2008).
Tripathi, P., & Suri, R. K. (Outubro de 2010). Development of Competence based management
and Performance Assessment System for Academic Management: Empirical
Investigation. Internation Journal of Innovation, Management and Technology.
Zarifian. (1999).
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