Gestão De Custo De Empresas
Pesquisas Acadêmicas: Gestão De Custo De Empresas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: wilmalp • 7/11/2013 • 6.363 Palavras (26 Páginas) • 460 Visualizações
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GESTÃO DE CUSTOS EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS PARA
NÃO CONTADORES
Ana Amélia M. Botelho*
Roberto Vatan dos Santos **
Resumo: O objetivo deste estudo é buscar meios de facilitar o uso da contabilidade de
custos nas pequenas empresas, auxiliando seus gestores no controle e nas tomadas de decisões
e ampliando a visão dos mesmos sobre o negócio. A abrangência do uso da contabilidade de
custos por empreendedores que não possuem conhecimento aprofundado sobre tal assunto
pode ser facilitada por meio de uma linguagem mais acessível sobre gestão de custos,
aproximando a teoria da prática, e tornando visíveis os resultados que esse controle poderá
oferecer ao empresário, principalmente em relação à rápida reação às oscilações do mercado.
Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória aprofundada por meio de revisão
bibliográfica sobre a Contabilidade de Custos, seguida de um estudo exploratório sobre as
micro e pequenas empresas no Brasil e sua importância no cenário econômico nacional e,
finalmente, foi realizado um estudo de caso em uma microempresa de fabricação e venda de
sorvetes, com a elaboração de um modelo simplificado de custos baseado no Custeio Variável
e aplicação de algumas ferramentas de análise de custos em dados relativos ao mês de
fevereiro de 2004.
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Kassai (1997), as empresas de pequeno porte têm desempenhado um
papel importante no cenário econômico mundial. Elas representam o início de grandes
empresas, geram muitos empregos, e movimentam uma significativa parte da economia
mundial. Conforme estudo realizado pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA - IBGE (2001), as micro e pequenas empresas contribuem para o
* Graduada em Contabilidade pela FEA/USP.
* * Doutor em Contabilidade e Controladoria pela FEA/USP e Pós-Doutor em Contabilidade e Controladoria pela
University of Illinois, EUA. (vatan@usp.br)
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desenvolvimento e crescimento do país ao servirem de “colchão” amortecedor do
desemprego.
A partir daí, surge a preocupação com a qualidade da administração aplicada a essas
empresas por seus proprietários, conforme Kassai (1997), normalmente empreendedores sem
conhecimento técnico de gestão para tal cargo. Nesse contexto, surge a questão de como
facilitar a utilização da contabilidade gerencial de custos pelos administradores de micro e
pequenas empresas sem conhecimento contábil, contribuindo para a gestão dos recursos das
mesmas de forma a otimizar o seu uso.
O desafio apresentado por este trabalho é o de moldar um sistema de custos “ideal” em
uma empresa de pequeno porte que produz sorvetes, a qual funciona com dois proprietários e
mais seis funcionários e localiza-se em uma cidade do interior de São Paulo chamada Mogi-
Mirim.
Sendo assim, a escolha desse tema justifica-se pela intenção de apoio a essas pequenas
organizações, no sentido de suprir suas necessidades administrativas, e estimular nossos
economistas e governantes a atentarem para o mesmo, criando maiores incentivos e apoiando
a geração de empregos por parte das micro e pequenas empresas do país.
A abrangência do uso da contabilidade de custos por empreendedores que não
possuam conhecimento aprofundado sobre tal assunto pode ser facilitada por meio de uma
linguagem mais acessível sobre gestão de custos, aproximando a teoria da prática, e tornando
visíveis os resultados que esse controle poderá oferecer ao empresário, principalmente em
relação à rápida reação às oscilações do mercado.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A Contabilidade de Custos possui duas importantes funções como ferramenta da
Contabilidade Gerencial: auxílio à tomada de decisão, ao fornecer informações que mostram
conseqüências de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, redução de custos,
formulação de preço de venda, terceirização de serviços etc; e melhoria do controle da
empresa, colaborando com a elaboração de orçamentos e subseqüente comparação entre
orçado e realizado.
No estudo de caso realizado, para análise gerencial dos custos, optou-se por utilizar o
método do custeio variável direto, o qual apropria aos produtos somente os custos variáveis e
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identificáveis à sua fabricação. O custeio variável é considerado superior gerencialmente por
não utilizar rateios arbitrários na distribuição dos custos fixos, com esse método o gestor pode
mensurar, de maneira mais simplificada, o custo variável de seus produtos e a margem de
contribuição, obter dados mais precisos sobre o retorno que cada produto oferece à empresa, e
tomar decisões com base
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