Gestão De Pessoas
Tese: Gestão De Pessoas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 19210430 • 8/8/2014 • Tese • 1.741 Palavras (7 Páginas) • 149 Visualizações
Quais os desafios da logística na atualidade qual o maior desafio para o entrevistado?
Caçar talentos,formar lideres, melhorar a infraestrutura de base — portos, rodovias, hidrovias, aeroportos, terminais de armazenagem, centros de distribuição e investimentos são desafios da atualidade.
O Brasil precisaria investir 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) anual em infraestrutura na próxima década e meia para sustentar seu crescimento. Tomando por base o PIB de R$ 4,84 trilhões de 2013, a conta sairia em quase R$ 250 bilhões ao ano. O problema é que nossa taxa de investimento há anos derrapa em 1%, um abismo comparado aos 7% da China, ou aos 6% do Chile.
Para o entrevistado, se o governo tirar do papel o que já está em andamento, teríamos resultados concretos até 2020. “O problema é que o brasileiro vai bem no diagnóstico. Mas pecamos na execução.” A saída, segundo ele, é criar um grande pacto entre governo e iniciativa privada para dar rumo aos projetos e recursos disponíveis.
Pontos chaves da entrevista:
Arnaldo — Como o senhor vê a evolução da logística dentro das organizações brasileiras?
Pedro — Em primeiro lugar, é importante conceituar o que é logística. Hoje, ela representa um papel fundamental dentro de qualquer organização. Sua função é planejar, implementar processos, controlar de um modo bem eficiente o fluxo e a estocagem dos produtos. É a logística quem estabelece os serviços relacionados e as informações de produção, desde o ponto de origem, a matéria-prima e manufatura do produto, chegando até o ponto de consumo, ou seja, o supermercado e o shopping, visando atender às necessidades do cliente. Essa é uma definição importante, porque, apesar da evolução da logística ao longo dos anos, muitas empresas e profissionais confundem a atividade com o transporte de mercadorias. É claro que o transporte é um elemento importante, até porque impacta bastante em termos de custo. Mas é preciso destacar essa visão da integração, do planejamento e também do gerenciamento das informações, como o pedido do produto, a necessidade de manufatura em função da carência de estoque e a entrega dentro dos prazos estabelecidos.
Arnaldo — Ou seja, o executivo de logística já atingiu pelo menos o nível de diretoria?
Pedro — Durante muito tempo ela estava restrita à esfera das gerências, mas este cenário está mudando rapidamente. A evolução deste segmento sofria de um atraso que estava relacionado ao próprio desenvolvimento da nação, mas já recuperamos muito desta defasagem. Há 15 ou 20 anos, o conceito de logística não era muito claro. As empresas falavam em área de transporte e de armazenagem; eram atividades muito básicas, normalmente lideradas pelo gerente financeiro, administrativo, ou até pelo engenheiro de manufatura. A logística era um apêndice dessas funções. Hoje, as empresas já enxergam a necessidade de fazer com que a logística participe ativamente na concepção de produtos, na estratégia de mercado, seja na busca por um segmento de consumo mais fracionado ou, no caminho inverso, onde existe demanda por maior escala. A logística assume uma função estratégica nessas situações.
Arnaldo — O país está conseguindo formar lideranças à altura da demanda que existe hoje, dentro das empresas?
Pedro — Este é um dos maiores desafios, a formação de talentos. Todo ano, a Abralog traça um perfil do profissional de logística, e o que temos observado ao longo do tempo é o aumento da senioridade dentro das organizações. Atualmente, o profissional de logística é um dos mais procurados do mercado. A boa notícia é que nós temos uma grande demanda, mas faltam profissionais. Para quem quer se especializar e fazer um plano de carreira, é uma excelente oportunidade. E vale ressaltar que a logística é uma área muito promissora não só para trabalhar, como também para empreender. O jovem acadêmico que está pensando em alguma especialização encontrará inúmeras possibilidades de emprego e de negócios nesse mercado.
Arnaldo — Mas a carência de cursos de capacitação continua grande, não é verdade?
Pedro — Faltam opções, mas é preciso lembrar que antes não tínhamos nada. Hoje já existem programas de pós-graduação, o que é um avanço. O problema é a qualidade desses cursos. Existem bons cursos, mas precisamos melhorar a formação dos nossos profissionais. Há muito mercado para formação e especializações dentro da área também.
Arnaldo — Falando em governo, como está a relação com Brasília? O governo tem se mostrado mais sensível à questão da logística?
Pedro — Essa preocupação tem aumentado nos últimos anos. O problema é que o brasileiro de um modo geral é muito bom em fazer diagnósticos. Na logística a gente vê estudos e mais estudos que trazem uma boa fotografia situacional e mostram os caminhos a serem percorridos. Só que pecamos na execução. Os processos são muito lentos, há burocracia demais. Existe orçamento disponível no governo, mas ele não consegue ser executado por questões administrativas. O que o Brasil necessita hoje é de um pacto de celeridade, que envolva governo, iniciativa privada e especialistas. Só assim direcionaremos as soluções de logística de que o país precisa.
Arnaldo — E do que mais o Brasil precisa em termos logísticos?
Pedro — Nós precisamos resolver o desequilíbrio da matriz de transportes, que ainda é muito centralizada em rodovias. Nós não temos a multimodalidade, que é um tema fundamental: o uso de vários tipos de transporte de produtos. Os hubs logísticos são amplamente utilizados na Europa, nos Estados Unidos, e precisamos trazer isso para cá. Podemos usar a ferrovia combinada com a rodovia, a hidrovia com o aéreo, e assim por diante. Precisamos equacionar o problema da infraestrutura. É necessário investir pesado nisso. Há também a questão dos marcos regulatórios, que precisam ser aperfeiçoados. E, realmente, executar esses projetos todos que já foram apresentados.
Arnaldo — Que segmentos da logística estão crescendo mais?
Pedro — Toda a parte de serviços está avançando bastante. Há operadores logísticos que terceirizam parte da atividade da indústria, como transporte, armazenagem e processamento de produtos, que estão crescendo até 20% ao ano, mesmo com uma alta do PIB de apenas 2%. Isso acontece porque as indústrias estão buscando terceirizar suas atividades para
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