HISTORIA DA PSICOLOGIA
Casos: HISTORIA DA PSICOLOGIA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 24/11/2013 • 1.637 Palavras (7 Páginas) • 818 Visualizações
Os primórdios do Behaviorismo, da Psicologia da Gestalt, e da Psicanálise
Behaviorismo
O behaviorismo (comportamentalismo) foi fundado por John Watson, nos Estados Unidos da América. Para Watson, a Psicologia não devia ter em conta nenhum tipo de preocupações introspectivas, filosóficas ou motivacionais, mas apenas os comportamentos objetivos, concretos e observáveis, defendendo a concepção funcionalista, isto é: - “o comportamento deveria ser estudado como função de certas variáveis do meio” (TEIXEIRA, 2007, p.44).
Os psicólogos behavioristas estudavam os eventos ambientais (estímulos), o comportamento observável (respostas) e como a experiência influenciava o comportamento, as aptidões e os traços das pessoas, mais do que a hereditariedade. A base do behaviorismo é de que um estímulo provoca sempre a mesma resposta, pelo que não só seria possível prever os comportamentos, mas igualmente controlar a produção desses comportamentos.
Esse ponto de vista reforçou a imagem da psicologia de semelhança entre o homem e a máquina. "Insere-se um estímulo em uma das pequenas aberturas para, em seguida, sair um pacote de reações" (Burt, 1962, p. 232).
Watson efetuou um conjunto de experiências acerca de comportamentos infantis, com o intuito de alargar o conhecimento no campo da psicologia experimental e comparada. Uma dessas experiências ficou conhecida como o caso do bebê Albert, sendo o objetivo desta experiência testar a idéia da origem do medo, quanto a ser inato ou aprendido como uma resposta condicionada. O “pequeno Albert” era exposto a um coelho branco, um rato branco e um macaco, juntamente com outros objetos. A experiência começou com Albert a brincar livremente com o rato branco, e sempre que ele tocava o animal, Watson fazia um barulho alto ao bater numa barra de aço com um martelo, originando o choro da criança. Após várias repetições da experiência, constatou-se que Albert desenvolveu sentimentos de medo em relação aos animais, e chegou-se à conclusão que o medo foi aprendido como resposta a um estímulo.
Watson acreditava que podia gerar qualquer comportamento a partir de determinados estímulos, e afirma o seguinte: - “Dêem-me doze crianças sadias, de boa constituição, e a liberdade de poder criá-las à minha maneira. Tenho a certeza de que, se escolher uma delas ao acaso, e puder educá-la, convenientemente, poderei transformá-la em qualquer tipo de especialista que eu queira – médico, advogado, artista, grande comerciante, e até mesmo em mendigo e ladrão – independente de seus talentos, propensões, tendências, aptidões, vocações e da raça de seus ascendentes”. (John B. Watson, 1878-1958).
B.F.Skinner (1904-1990) formulou o chamado Comportamento Operante, que caracteriza a maioria de nossas interações com o meio ambiente. Seus experimentos, a exemplo da “caixa de Skinner” onde um ratinho ao pressionar uma barra acionava um mecanismo que lhe permitia obter uma gotinha de água (reforçamento positivo, que oferece algo ao organismo), e posteriormente ao receber choques, pressionava a barra a fim de cessá-los (reforçamento negativo, que permite a retirada de algo indesejável), demonstrou que o que propiciava a aprendizagem de um determinado comportamento é a ação do organismo sobre o meio e o seu resultado (relação entre causa e efeito), levando-nos a entender a idéia que, agimos ou operamos sobre o mundo em função das conseqüências criadas pelas nossas ações.
Gestalt
“Gestalt é a percepção absorvida como uma totalidade pelo indivíduo, mais do que uma justa posição de partes” – Enciclopédia Larousse cultural (1995/1998, p.2703)
O significado de gestalt, palavra de origem alemã, é “forma ou configuração”. As gestalten, percebidas em primeiro lugar, podem ser decompostas em partes, mas essas partes são sempre partes da gestalt formadora. Segundo Aristóteles: “O todo é, com efeito, necessariamente anterior à parte...” O importante sempre é a... “forma total...”, e “não os elementos que nunca surgem separados do ser ao qual pertencem” (Aristóteles, séc.IV AC).
A Psicologia da Gestalt é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia, é chamada de psicologia da forma. Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941), baseados nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria eminentemente psicológica. Eles iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento. Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade, como no caso do cinema, pois o movimento que vemos na tela são as imagens se sobrepondo em nossa retina, onde temos a sensação do movimento.
O objetivo dos gestaltistas era a análise da percepção consciente, dos processos cognitivos; questões relacionadas ao pensamento, memória, aprendizagem, e solução de problemas, valorizando a consciência. Sendo a percepção o ponto de partida e também um dos temas centrais dessa teoria, levou os teóricos da Gestalt ao questionamento da teoria behaviorista, que diz respeito à relação de causa e efeito entre o estímulo e a resposta, porque para os gestaltistas, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo, encontra-se o processo de percepção, pois o que o indivíduo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano.
Kurt Lewin (1890-1947), mesmo não sendo gestaltista contribuiu na teoria de campo, entendendo que o comportamento deveria ser estudado nos seus aspectos mais globais, levando em consideração que um indivíduo particularmente interpreta uma situação influenciado por suas emoções, sua personalidade e sua história, e isso tem a ver com o conceito de campo social, onde tal contribuição embasa até hoje, diversas teorias e técnicas de trabalho com os grupos.
Psicanálise
Sigmund Freud (1856-1939) era médico neurologista, mas os problemas psicológicos chamam sua atenção e a investigação sistemática desses problemas levou-o à criação da psicanálise. Ele ousou elevar os mistérios do psiquismo, tais como os sonhos, as fantasias, a interioridade do homem, como problemas científicos.
“O sonho é a satisfação de que o desejo se realize...” e ainda: “O pensamento é o ensaio da ação” (Sigmund Freud, 1856-1939).
A trajetória e historia da psicanálise está indissociavelmente ligada à vida de Freud. A teoria criada por ele em Viena no início do século XX se difundiu por inúmeras áreas do saber. Freud inaugurou uma nova área do conhecimento, uma nova forma de ver e pensar o mundo, quebrando a tradição da Psicologia como ciência da consciência e da razão, destacando a importância da afetividade e elevando o inconsciente como objeto de estudo.
A princípio, sua ação se concentrou no atendimento de “pessoas com problemas nervosos”, utilizando-se da hipnose, com o intuito de obter a história da origem dos sintomas, mas aos poucos abandonou a prática, desenvolvendo uma técnica de “concentração”, na qual a rememoração sistemática era feita por meio de conversação normal por meio de perguntas. Depois disso, utilizou o método de “fala desordenada do paciente”, sendo que o método de investigação é caracterizado pela interpretação daquilo que é exposto por meio de ações e palavras ou pela imaginação, como os sonhos, os delírios, as associações livres, e que através da análise se busca o autoconhecimento ou a cura. Freud teve sensibilidade e receptividade para escutar o discurso do histérico e aprender o que este tinha a lhe ensinar.
"Podemos afirmar em termos gerais que cada um de nós se entrega constantemente à análise psíquica dos que lhe estão próximos, acabando assim por conhecê-los melhor do que se conhece a si próprio." ( "Citações e Pensamentos de Sigmund Freud", Citador, Casa das Letras)
No livro “A interpretação dos sonhos” (1900), Freud demonstra a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade, e denomina três sistemas psíquicos ou níveis de consciência; o inconsciente (conjunto de conteúdos não presentes na consciência atual, que são reprimidos, ou genuinamente inconscientes), o pré-consciente (conteúdos acessíveis à consciência, mas que num momento pode não estar), e o consciente (sistema psíquico que recebe os conteúdos externos e internos: atenção, percepção, raciocínio). Posteriormente (1920-1923), remodela a teoria do aparelho psíquico introduzindo três sistemas de personalidade, que são o id (reservatório de energia psíquica, regido pelo prazer), o ego (estabelece o equilíbrio entre as “exigências” do id e as “ordens” do superego), e o superego (que possui funções de moral, valores e ideais).
Conclusão
O confronto Gestalt/Behaviorismo pode ser resumido na posição que cada uma das teorias assume diante do objeto da Psicologia: o comportamento; pois ambas definem a Psicologia como a ciência que estuda o comportamento. O Behaviorismo, dentro de sua preocupação com a objetividade, estuda o comportamento através da relação estímulo-resposta, procurando isolar o estímulo que corresponderia à resposta esperada e desprezando os conteúdos de “consciência”, pela impossibilidade de controlar cientificamente essas variáveis. Segundo o behaviorismo, um estímulo provoca sempre a mesma resposta ou conjunto de comportamentos. A Gestalt critica essa abordagem, por considerar que o comportamento, quando estudado de maneira isolada de um contexto mais amplo, pode perder seu significado (o seu entendimento) para o psicólogo, pois entende que a percepção é o meio pelo qual um estímulo é absorvido por um indivíduo, que responde conforme sua interpretação da realidade.
A característica principal do trabalho da psicanálise é decifrar o inconsciente e integrar seus conteúdos na consciência, pois eles são desconhecidos, mas determinam em grande parte a conduta dos indivíduos. Nesse trabalho investigativo, o autoconhecimento é a ferramenta que possibilita lidar com o sofrimento, as dificuldades, e o interventor (psicanalista) ajuda a desconstruir as resistências, que são os obstáculos para o conhecimento dos conteúdos inconscientes. Utiliza-se para isso o método psicanalítico interpretativo, onde o material de trabalho do analista são os sonhos, as associações livres, os atos falhos, e o que vale é a história pessoal de cada indivíduo que é única e singular.
Bibliografia:
http://reflexoesdepsicologia.blogspot.com.br . acesso em 18/09/2013
http://www.psicologiamsn.com/2013/03/behaviorismo-de-watson-e-skinner.html.
Acesso em 26/09/2013
http://www.psicoloucos.com/Behaviorismo-Metodologico/os-metodos-do-behaviorismo.html. Acesso em 26/09/2013
REFERÊNCIAS:
ENGELMANN, Arno. A Psicologia da Gestalt e a Ciência Empírica Contemporânea. Psicologia: Teoria e Pesquisa,Vol. 18 n. 1, pp. 001-016, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v18n1/a02v18n1.pdf>. Acesso em: 25 set. 2013
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lurdes Trassi. Psicologia.Edição especial São Paulo: Saraiva, 2008. 368 p.
http://artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/introducao-a-psicanalise#ixzz2gDi345xW – Acesso em: ------
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