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Habib's: A História De Um médico Que Lidera O Fast-food Brasileiro

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Por:   •  17/3/2015  •  2.252 Palavras (10 Páginas)  •  262 Visualizações

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“Sou formado em Medicina pela Santa Casa. Quando meu pai faleceu após um assalto na padaria que ele tinha, eu tive que assumir o negócio e aí comecei no ramo de alimentação. Depois da padaria, ainda tive lanchonete, pastelaria, pizzaria, cantina. Conforme as oportunidades surgiam, eu agarrava e seguia em frente, sempre multiplicando os negócios.” Em 1988 foi inaugurada a primeira loja Habib’s, que representava a concretização de um sonho de um empresário do setor de alimentação: montar um restaurante com um menu variado, pratos de primeira qualidade a preços bem acessíveis, dentro de um posicionamento diferenciado. Tudo isto num ambiente bonito e agradável. Era época em que parecia impossível viabilizar negócios bons, bonitos e baratos. Este restaurante fast-food de especialidades árabes foi o início de um negócio que não pára de crescer, uma rede que, em 15 anos, passou a ter mais de 200 lojas no Brasil, em 17 estados da federação e já está internacionalizada, com presença no México. A saga do empresário Alberto Saraiva mostra uma capacidade empresarial e um senso de oportunidade, além de uma pitada de sorte, que servem de exemplo para qualquer empreendedor. Na realidade, Alberto Saraiva, que já tinha trabalhado com restaurantes antes, iniciava cada novo restaurante já sabendo que faria sucesso e poderia vender na alta. Achava que o Habib’s seria mais um deles.

Naquele começo, nunca imaginou que o Habib’s se tornaria a grande rede que é hoje. Mas o negócio mostrou-se interessante e Alberto decidiu abrir, por conta própria, outros restaurantes Habib’s. Sócios nunca faltaram. Família de portugueses com muitos parentes e amigos da colônia, todos no segmento de alimentação – bastava sinalizar um novo negócio que os amigos queriam estar com ele. Financiamento, nem pensar, sempre teve aversão a bancos e empréstimos, nem cheque especial quer ter até hoje. Em 1991, quando já tinha seis lojas, começou a ficar impossível gerir todos os restaurantes de modo independente, mantendo o padrão que ele desejava.

Todas as lojas foram preparadas para fazer tudo, seguindo o comando a rédeas curtas de Saraiva. Isto começou a criar muitas dificuldades e custos adicionais, além de fugir do seu controle. Com característica altamente centralizadora acreditava que só conseguiria ter diferencial se preservasse a promessa original – qualidade a preços baixos e serviços eficientes. A solução encontrada foi criar um centro de produção para distribuir os produtos para todas as lojas. Com o centro de produção pronto, a abertura de franquias foi um processo natural.

A abertura de novas franquias demandou da rede uma maior necessidade de infra-estrutura de atendimento às lojas e a criação de uma política de verticalização dos departamentos, chegando à criação de unidades próprias de produção da matéria-prima que utiliza nas suas cozinhas. A indústria de laticínios Promilat, de propriedade da rede, é a maior produtora de queijo frescal do país e também faz mussarela e queijo cheddar para as lojas da rede, com custos imbatíveis. Além da Promilat, existe ainda uma unidade de padaria e uma sorveteria.

Ao todo são 16 cozinhas centrais, três fábricas autônomas de matérias-primas, um call center com 600 posições que atende aos pedidos de delivery em 28 minutos. Saraiva considera a diferenciação nos serviços primordial para o sucesso. Reforça que não há nenhuma outra rede de fast-food onde o cliente é atendido por uma recepcionista, faz seu pedido confortavelmente na mesa, não precisa carregar bandejas, tem produtos de qualidade com ambiente bom e paga uma conta pequena. “Não tem jeito de dar errado”, atesta.

“Quando assumi a padaria de meu pai, aos 19 anos e no primeiro ano de faculdade, já tinha idéias diferentes de meus colegas da faculdade: todos eles queriam se formar para ganhar dinheiro com consultas médicas, eu não. Somente dando consultas seria mais complicado vencer, até porque em minha família não havia nenhum passado de tradição profissional; não havia médicos, nem advogados, nem dentistas ou qualquer outra profissão liberal; começar sozinho não ia ser fácil.

Desde essa época, pensava em algum diferencial que agradasse as pessoas, algo com que elas levassem vantagem, sempre com profissionalismo; mas algo que me diferenciasse na profissão de médico.

Enquanto meus colegas estavam se formando em medicina com o pensamento de que iam vencer e ganhar dinheiro com a medicina em seus consultórios, cobrando consultas, eu pensava o contrário: todas as consultas serão de graça com excelente atendimento, refletindo a qualidade, o profissionalismo e a seriedade dos serviços. E o dinheiro para sustentar esses planos, e a lucratividade?

Se eu me especializasse em dermatologia, montaria uma clínica de estética, coisas do tipo o que fazer para a pele se conservar mais tempo, ficar mais jovem; faria tudo o que fosse de melhor, tratamentos de ponta, cremes de última geração etc. E em hipótese alguma cobraria a consulta, assim a clínica lotaria todos os dias. Então o diferencial oferecido às pessoas é somente para ganhar dinheiro? Não. A finalidade principal é atender as pessoas dentro de suas necessidades e da melhor maneira possível. Com isso, ganha-se dinheiro.

No final, o destino alterou minhas pretensões e nada disso aconteceu, acabei me formando médico, mas minha especialidade se tornou restauranter – dono de restaurantes. Mas o meu pensamento não mudou: O diferencial faz a diferença sempre! E a lucratividade aparece.”

Mesmo com uma estrutura moderna de gestão do sistema de franquias, colocada entre as melhores do mercado, Alberto considera essenciais a dedicação, o desejo de sucesso e o envolvimento do franqueado com a marca e o sistema. O apoio operacional ao franqueado inclui um amplo programa de controle de qualidade dos alimentos (mais rigoroso até que a vigilância sanitária do governo); seleção e treinamento de funcionários; assessoria para captação, análise e negociação de pontos comerciais; projeto, decoração e montagem de loja e todo o planejamento mercadológico e a comunicação/propaganda da loja.

Esta estrutura foi desenvolvida ao longo de 15 anos, sempre voltada ao melhor desempenho da rede e a busca da lucratividade. Alberto diz que planejamento é uma ação presente que enxerga o futuro, mas sempre baseada nas experiências passadas. Só fez uso formal desta ferramenta com o amadurecimento do negócio. Sempre esteve muito mais voltado às oportunidades que estão ao seu redor, por isto faz questão de viver intensamente todos os assuntos da empresa, centralizar as decisões e ter a última palavra: “Pra não perder oportunidades

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