Hemoterapia: enfermeira como corretora de controle de qualidade
Tese: Hemoterapia: enfermeira como corretora de controle de qualidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: evaquixabeira • 4/3/2014 • Tese • 2.865 Palavras (12 Páginas) • 427 Visualizações
HEMOTERAPIA: O Enfermeiro como Mediador do Controle de Qualidade
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A medicina transfusional é um complexo processo dependente de vários profissionais, em que se destaca o papel do enfermeiro como mediador da qualidade do serviço através da valorização e implementação de um programa de controle de qualidade que contemple o pessoal, equipamentos e registros. O presente estudo caracteriza-se como descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa priorizando-se literaturas dos últimos cinco anos como critério para a revisão e com o objetivo de analisar os aspectos que garantem a qualidade de enfermagem em terapia transfusional, e que, portanto, devem ser considerados pelo enfermeiro.
1 INTRODUÇÃO
A hemoterapia consiste no tratamento terapêutico realizado através da transfusão sanguínea, seus componentes e derivados e se trata de uma atividade assistencial de alto risco epidemiológico, uma vez que o sangue, na condição de tecido vivo, é capaz de transmitir diversas doenças (CAMARGO et al, 2007).
A medicina transfusional - que está em constante avanço devido a fatores econômicos, ao desenvolvimento da genética molecular e biotecnologia, a terapia celular, a inovação de equipamentos, a automação e computação e aos sistemas de qualidade - é um complexo processo dependente de vários profissionais, em que se destaca o papel do enfermeiro.
No entanto, Bordin, Langhi e Covas (2007) ressaltam que para realizar todo o processo com segurança, o profissional enfermeiro depende não só de seus próprios conhecimentos e habilidades, mas também dos conhecimentos e habilidades de toda a equipe e da eficiência do sistema. Para tanto, é imprescindível um Programa de Controle de Qualidade cuja implementação contempla, em especial, a organização estrutural, de pessoal e relacionadas à biossegurança, que vão desde a normatização da prática por meio dos Procedimentos Operacionais Padrão POP's e atualização técnico-científica do pessoal até os registros adequados e um ambiente favorável ao trabalho.
Diante das considerações expostas este estudo pretende responder aos seguintes questionamentos:
- Quais aspectos são relevantes no controle de qualidade em hemoterapia?
- Qual o papel do enfermeiro como mediador do controle de qualidade hemotransfusional?
Portanto, o objetivo da pesquisa é:
- Analisar os aspectos que garantem a qualidade de enfermagem em terapia transfusional, e que, portanto, devem ser considerados pelo enfermeiro.
2 METODOLOGIA
O presente estudo caracteriza-se como descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, sendo que para a obtenção dos dados foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos científicos, material disponível pela Internet nos sites da SCIELO, MEDLINE, BVS, GOOGLE, livros, periódicos e resoluções que tratam do assunto, priorizando-se literaturas dos últimos cinco anos como critério para essa revisão.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A história da hemoterapia no Brasil
A transfusão de sangue ou hemoterapia é estudada há muitos anos e apresenta grandes perspectivas futuras, sendo que no Brasil, essa prática, de acordo com Florizano e Fraga (2007), pode ser divida em dois períodos, empírico e científico, cuja divisão se faz pelo ano de 1900.
A fase empírica, que se estendeu até 1900, foi marcada por um grande número de mortes relacionadas a fatores como a falta de informação acerca da quantidade de sangue a ser coletada, o que deixava, na maioria das vezes, o doador anêmico; e o desconhecimento dos grupos sangüíneos e da compatibilidade sanguínea que gerava reações hemolíticas graves (FLORIZANO E FRAGA, 2007).
Ainda no período empírico, conforme Junqueira, Rosenblit e Hamerschlak (2005), surgiu no Brasil o primeiro relato acadêmico sobre Hemoterapia. "Trata-se de uma tese de doutoramento apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 27 de setembro de 1879, de autoria de José Vieira Marcondes, filho legítimo do Barão e da Baronesa de Taubaté" (JUNQUEIRA, ROSENBLIT E HAMERSCHLAK, 2005, p. 202). No estudo foram descritas experiências empíricas sobre transfusão de sangue já ocorridas e discutido sea melhor transfusão era a do animal para o homem ou de homem para homem, além da descrição de uma reação hemolítica com alterações renais.
Florizano e Fraga (2007) ressaltam que, devido às diversas complicações e mortes geradas com as transfusões, as mesmas chegaram a ser proibidas, inicialmente na França, atingindo mais tarde o Brasil. Porém, com o avanço da medicina, no que diz respeito a instrumentos que facilitavam a retirada e infusão sanguínea, a hemoterapia foi retomada.
Logo, em 1900, após a descoberta dos grupos sangüíneos, por Karl Landsteiner, a hemoterapia passa para a fase científica, em que as transfusões eram realizadas por médicos cirurgiões.
Por volta de 1915 surgiram serviços especializados, organizados de maneira simples e que contavam com um médico transfusionista e com indivíduos do grupo sangüíneo universal (O), que para serem doadores eram selecionados e examinados, para comprovação de suas boas condições de saúde.
Nos anos 40 foram criados os bancos de sangue públicos e privados cujo método de recrutamento permitia a doação de pessoas doentes, alcoólatras, anêmicos e que precisassem do dinheiro. De acordo com Saraiva (2005), a hemoterapia passa então a assumir um contexto empresarial, em que os doadores recebiam por suas doações, mas não passavam por uma seleção que visasse à qualidade do produto a ser transfundido.
Em 1964, o Ministério da Saúde criou a Comissão Nacional de Hemoterapia que através de decretos, portarias e resoluções, estabeleceu a doação voluntária de sangue e a necessidade de medidas de proteção a doadores e receptores (JUNQUEIRA, 2005).Segundo Junqueira (2005, p.206), ao se avaliar contemporaneamente o perfil da terapia transfusional, percebe-se que:
A exemplo do que ocorreu em todo o mundo, as principais mudanças no sistema hemoterápico brasileiro não ocorreram nem por intervenção dos especialistas, nem por influência direta do governo, e sim por causas aleatórias como, por exemplo, o advento da AIDS e por razões econômicas.
Em razão das peculiaridades do setor hemoterápico e da
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