Hipótese de Mutação genética: Wim Hof
Por: Nathália Larissa • 8/11/2016 • Trabalho acadêmico • 704 Palavras (3 Páginas) • 1.631 Visualizações
Estudo de Caso:
Wim Hof é um adulto de 56 anos, maratonista que possui uma habilidade extraordinária de resistência ao frio. Recentemente, muitos pesquisadores chegaram a uma conclusão de que ele consegue controlar seu sistema nervoso central autônomo e as respostas imunes apenas pela meditação. No entanto, não se obteve uma explicação exata do modo como isso acontece. Desse modo, a equipe de acadêmicos de medicina da UFAM decidiu encarar o desafio de encontrar uma resposta precisa sobre esse fenômeno incrível com base nos conceitos de genética, aplicados à Medicina.
1. Discussão do caso (mutação):
Considerando a resistência do organismo de Wim Hof ao frio, investigou-se a respeito da presença de alguma anormalidade na termorregulação do corpo desse indivíduo. Um dos principais meios que o organismo adota para manter a homeostase a baixas temperaturas é a produção de calor em tecidos via estimulação do sistema nervoso autônomo e pelo próprio sistema imune a partir da liberação de neurotransmissores adrenérgicos, como noradrenalina. Esses neurotransmissores ligam-se a receptores do tipo β3-adrenérgicos no tecido adiposo marrom e no tecido muscular esquelético. Considerando a idade avançada do indivíduo, deve-se lembrar que os estoques de tecido adiposo marrom estão deficitários. Dessa forma, optou-se por trabalhar na ideia de haver um aumento da termogênese do tecido muscular.
Com base nos exames feitos com o paciente, constatou-se a existência de uma mutação do tipo pontual no seu material genético. Primeiramente, deve-se ter em mente o conceito principal de mutação que corresponde a toda alteração que ocorre na sequência do DNA. A mutação pode ser herdada ou não, em certos casos, o próprio ambiente influencia nesse processo por meio da radiação ou substâncias químicas.
No caso de Wim Hof, a mutação envolve o gene codificador do receptor β3 adrenérgico, o ADRB3 localizado no braço curto do cromossomo 8, banda 11.23 (8p11.23). O ADRB3 na sua região promotora possui uma sequência de bases nitrogenadas que se ligam ao co-regulador transcricional, TRIP-Br2 que funciona como uma proteína repressora. A equipe por meio da análise de bases nitrogenadas feita por uma comparação com a sequência de bases de um DNA, percebeu que a base nitrogenada adenina foi trocada por uma citosina na região promotora, consequentemente, o processo transcrição não é suprimido e mais RNAm é formado para a síntese de receptores b3-adrenérgicos. Dessa forma, as células de Win Wolf estão mais adaptadas a responder ao excesso de noradrenalina liberada pelo sistema nervoso autônomo.
A mutação pontual identificada é uma transversão, considerando a adenina como uma base purina e a citosina, uma purina, a base original é trocado por outra de categoria diferente. Vale lembrar que a mutação ocorre em uma região não codificadora, logo não ocorrem alterações na função ou na estrutura da proteína formada, mas sim na própria regulação de tal processo. As mutações nessas porções do gene tem a capacidade de modificar a expressão gênica, no caso de Wim Hof, há uma superexpressão do gene ADRB3 que culmina na formação de mais receptores β3 adrenérgicos para responder a alta liberação de neurotransmissores.
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