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Historia Da Educação

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Por:   •  13/10/2013  •  2.143 Palavras (9 Páginas)  •  362 Visualizações

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Educação Infantil Europeia no Século XX

No período que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, com o aumento do número de órfãos e ao deterioração ambiental, as funções de hospitalidade e de higiene exercidas pelas instituições que cuidavam da educação infantil se destacaram.

A sistematização de atividades para crianças pequenas com o uso de materiais especialmente confeccionados foi realizada por dois médicos interessados pela educação: Ovídio Decroly e Maria Montessori.

Decroly, médico belga, trabalhando com crianças excepcionais, elaborou, em 1901, uma metodologia de ensino que propunha atividades didáticas baseadas na ideia de totalidade do funcionamento psicológico e no interesse da criança, adequadas ao sincretismo que ele julgava ser próprio do pensamento infantil.

Decroly defendia um ensino voltado para o intelecto e é conhecido ainda por defender rigorosa observação dos alunos a fim de poder classifica-los e distribuí-los em turmas homogêneas.

Maria Montessori foi encarregada da seção de crianças com deficiência mental em uma clínica psiquiátrica de Roma, produziu uma metodologia de ensino com base nos estudos dos médicos Itard e Sègun, que haviam proposto o uso de materiais apropriados como recursos educacionais.

Montessori propunha uma pedagogia científica da criança, ao mesmo tempo que, opondo-se a concepções que considerava materialistas, via com interesse uma educação que se ocupasse com o desenvolvimento da espiritualidade. Sua proposta desviava a atenção do comportamento de brincar para o material estruturador da atividade própria da criança: o brinquedo.

Montessori criou instrumentos especialmente elaborados para a educação motora e para a educação dos sentidos e da inteligência, por exemplo, letras móveis, letras recortadas em cartões-lixa para aprendizado de leitura, contadores, como o ábaco, para aprendizado de operações com números.

Destacaram-se, na pedagogia e na psicologia, no período seguinte à Primeira Guerra Mundial, as ideias a respeito da infância como fase de valor positivo e de respeito à natureza. Tais ideias impulsionaram um espírito de renovação escolar que culminou com o Movimento das Escolas Novas.

No campo da psicologia, uma série de autores oferecia novas formas de compreender e promover o desenvolvimento das crianças pequenas. Vygotsky, nas décadas de 20 e 30, atestava que a criança é introduzida na cultura por parceiros mais experientes. Ainda na primeira metade do século XX, Wallon destacava o valor da afetividade na diferenciação que cada criança aprende a fazer entre si mesma e os outros.

Novos protagonistas destacaram-se ainda na primeira metade do século XX. Celestin Freinet, foi um dos educadores que renovaram as práticas pedagógicas de seu tempo. Para ele, a educação que a escola dava às crianças deveria extrapolar os limites da sala de aula e interagir-se às experiências por elas vividas em seu meio social.

A pedagogia de Freinet organiza-se ao redor de uma série de técnicas ou atividades, entre elas as aulas-passeio, o desenho livre, o texto livre, o jornal escolar, a correspondência interescolar, o livro da vida. Inclui ainda oficinas de trabalhos manuais e intelectuais, o ensino por contratos de trabalho, a organização de cooperativas na escola.

Na década de 50, particularmente, observa-se, no contexto internacional pós-Segunda Guerra Mundial, nova preocupação com a situação social da infância e a ideia da criança como portadora de direitos.

A expansão dos serviços de educação infantil na Europa e nos Estados Unidos foi sendo influenciada cada vez mais por teorias que apontavam o valor da estimulação precoce no desenvolvimento de crianças já a partir do nascimento.

Em uma países como os Estados Unidos, a educação infantil combinou períodos de expansão e retraimento, em virtude de posições socialmente defendidas em face da mulher e em face da brincadeira, opondo-se a métodos mais formais e rígidos de ensino.

Dentro do Movimento das Escolas Novas então atuante nesse país, várias iniciativas para difundir as ideias froebilianas e outros projetos de

renovação educacional culminaram com a proposta de currículos por atividades.

Apenas a partir de 1960, quando se intensificaram as preocupações norte-americanas com as crianças dos extratos populares, houve um renascimento de escolas monte ssorianas nos Estados Unidos. Mais tarde, a política de educação infantil naquele país, afetada ainda pela pressão em defesa das crianças das camadas socialmente desfavorecidas, abriu caminho para elaboração do conceito de “privação cultural” e para a proposição de programas de “educação compensatória”, sendo o mais famoso deles o denominado “Projeto Head Start”.

Alguns novos conceitos foram usados como argumentos para retardar a evolução da educação infantil, um deles foi o conceito de “apego”, cunhado pelo psicanalista John Bowlby, que foi convocado pela Organização Mundial de Saúde para analisar a situação, chamada de “privação materna”, de muitas crianças na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial, quando milhões de mulheres foram mobilizadas pelo esforço bélico e separadas de seus filhos.

Segundo Bowlby, a ruptura de laços afetivos entre mãe e criança, provocada pela situação de separação, prejudicaria o desenvolvimento sadio do indivíduo.

Sociólogos e antropólogos também contribuíram para a transformação da maneira como a educação dos pequenos era pensada. Os primeiros apontaram a força da estrutura social na determinação das oportunidades cotidianas das crianças; os segundos destacaram como culturas diferentes elaboravam suas concepções e práticas educativas, abrindo caminho para maior flexibilização e inovação dos modelos de educação infantil.

No século XX foi reconhecido o direito de toda criança à infância. Trata-a como “sujeito social” ou “ator pedagógico” desde cedo, agente construtor de conhecimentos e sujeito de autodeterminação, ser ativo na busca do conhecimento, da fantasia e da criatividade, que possui grande capacidade cognitiva e de sociabilidade e escolhe com independência seus itinerários de desenvolvimento.

Os conteúdos escolares tradicionais trabalhados com as crianças são esquadrinhados pelos educadores infantis, para serem objeto de metodologias

de ensino preocupadas com a antecipação daquilo que é o “troféu” da escola: o saber.

A primeira infância constitui, assim, um campo mercadológico: brinquedos, roupas,

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