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Historia Da Educação E Da Pedagogia

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Por:   •  20/10/2013  •  3.322 Palavras (14 Páginas)  •  422 Visualizações

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Somos feitos de tempo?

A história resulta da necessidade de reconstruirmos o passado, relatando os acontecimentos que decorrem da ação transformadora dos indivíduos no tempo, fatos considerados relevantes. A preservação da memória, porém não foi idêntica ao longo do tempo, tendo variado conforme cada cultura. Na antiguidade para os povos tribais, a história se resumia a contar mitos, os acontecimentos sagrados pela imitação dos deuses (Odisseia de Homero). A partir do século VI Platão e Aristóteles buscaram as ideias universais acima da transitoriedade do conhecimento das coisas particulares. Antes deles, porém, Heródoto de Halicarnasso ousou abordar a mudança, o tempo, descrevendo de forma grandiosa os fatos para que não fossem esquecidos sendo mais tarde chamado ‘ pai da história’. Outra tendência na Antiguidade foi a compreensão da história como um movimento cíclico ao explicar a ascensão, a decadência e a regeneração dos regimes políticos (Políbio). Na história Moderna e Contemporânea o estudo da história foi consolidado no Iluminismo que marcou a queda do Antigo Regime. Os historiadores, devido a Revolução Industrial, começaram a ter noção de ‘progresso’, o ‘aperfeiçoamento’ do ser humano, ideias expostas pelo fundador da sociologia August Comte. No século XIV e no início do XX a reconstituição do fato histórico devia ser feita através de técnicas cientificamente objetivas que permitia a crítica rigorosa dos documentos. Outros pensadores da mesma época, como Hegel, inovaram a história acreditando que ela era um processo baseado na ‘contradição dialética’(tese, antítese e síntese). Para Karl Marx a história deveria ser analisada a partir de fatores econômicos e técnicos (infraestrutura) e a luta de classes. Em 1929, na Escola dos Anais, várias gerações de historiadores buscavam o intercâmbio da história com diversas ciências sociais e psicológicas ampliando o campo de pesquisa histórica. Nos anos 1960 foi importante a contribuição de Fernand Brandel; nos anos 1970 Jacques Le Golf deu impulso à ‘nova história’. Nas décadas de 80 e 90 os historiadores com o pós-modernismo criticaram os métodos anteriores. Concluindo: cada geração assimila a herança cultural dos seus antepassados e estabelece ‘projetos’ de mudanças. Estamos inseridos no tempo: o presente não se esgota na ação que realiza, mas adquire sentido pelo passado e pelo futuro desejado. O passado não está morto, porque nele se fundam as raízes do presente. Somos seres históricos, já que nossas ações e pensamentos mudam no tempo à medida que enfrentamos os problemas não só na vida pessoal como também na experiência coletiva. É assim que produzimos a nós mesmos e a cultura a que pertencemos. Se somos seres históricos nada escapa à dimensão do tempo. “O tempo é o sentido da vida".

A Origem da Educação Escolar no Brasil – A ação dos jesuítas como parte do movimento da Contrarreforma Católica.

A Reforma Protestante foi o movimento iniciado por Martinho Lutero, no início do século XVI que tinha como objetivo protestar contra diversos pontos da Igreja Católica Romana. A motivação além de religiosa, também foi impulsionada por razões políticas e sociais. Os conflitos políticos entre a monarquia e a Igreja eram comuns. Tais governantes desejavam para si o poder espiritual e ideológico da Igreja e do Papa muitas vezes para assegurar o direito divino dos reis. Práticas como a usura (a prática de se cobrar juros excessivos pelo empréstimo) eram condenadas pela Igreja o que impedia os altos juros econômicos almejados pela burguesia capitalista. Outro fator importante para a aceitação da Reforma é que assim a nobreza poderia se apropriar das terras da Igreja e virem-se livres da tributação papal. As 95 teses de Lutero condenavam a ‘avareza e o paganismo’ na Igreja. Na educação, a Reforma abriu portas para um modelo de escola moderna na Alemanha que se estendeu para o Ocidente e chegou a nós nos dias atuais. Lutero acreditava que a escola era para todos e voltada ao saber útil. Outro grande nome na Reforma foi Philipp Melanchthon (1497-1560) importante porta-voz da doutrina Luterana, encarregado de reorganizar as igrejas o que resultou na criação de um sistema de escolas públicas. “A maior força de uma cidade é ter muitos cidadãos instruídos”, escreveu Lutero. O sistema criado por ele tinha a finalidade de educar para o trabalho e de prosseguir com os estudos afins de elevação cultural. O currículo era baseado nas ciências humanas, com ênfase na história. Segundo Lutero, investir em educação traria mais benefícios e menos gastos que investir em armas. Em contrapartida, a Contrarreforma foi um movimento de oposição à Reforma e a sua expansão. O Concílio de Trento (1545-1563) foi o movimento mais significativo na Contrarreforma, que visava entre outros a criação de instituições de escolas de ensino elementar e gratuito. Em 1534, o cavaleiro espanhol Inácio de Loyola criou a Companhia de Jesus, com o objetivo principal de combater o protestantismo através do ensino religioso. A companhia não era uma ordem religiosa comum: tinha uma organização religiosa quase militar. Qualquer um que se opusesse ao catolicismo, tanto nas atividades sociais como culturais, deveriam ser combatidos pelos seus integrantes. Da formação dos integrantes da companhia denominados jesuítas, faziam parte estudos de religião, línguas, humanidades, leis e medicina. A Companhia de Jesus chegou ao Brasil em Março de 1549 com o primeiro contingente de Jesuítas, formado pelos padres Manuel da Nóbrega, Leonardo Nunes, João de Azpilcueta Navarro, Antônio Pires e mais os irmãos Vicente Rodrigues e Diogo Jacome, que acompanhando Tomé de Sousa, primeiro Governador Geral do Brasil, que aportaram na Bahia, onde se fundaria a nova cidade, chamada do Salvador. O objetivo dos jesuítas era a catequese de adultos e através da educação, a catequese das crianças e jovens. No primeiro século de colonização apenas três colégios foram criados no Brasil que foram o colégio da Bahia, o colégio do Rio de Janeiro e o de Pernambuco. Os colégios da Companhia atendiam não só aos interesses da Igreja como às exigências do patriarcado da cana- de- açúcar. Os mais importantes intelectuais da Colônia estudaram nestes colégios como Bento Teixeira, Frei Vicente do Salvador, Gregório de Matos Guerra, Basílio da Gama, Alvarenga Peixoto e outros. Devido a importante cultural colonial dada pelos jesuítas foram fundados os colégios de São Vicente, por Leonardo Nunes, e o de Salvador, por Nóbrega. Entre 1548 e 1604 cerca de 30 expedições de missionários foi enviada à colônia, uma vasta rede de colégios espraiou-se pelo nosso litoral: São Paulo (1554), Rio de Janeiro (1568),

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