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Humilhação Social

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Por:   •  28/5/2013  •  473 Palavras (2 Páginas)  •  461 Visualizações

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Humilhação Social

Humilhação social, é uma modalidade de angústia disparada pelo impacto traumático da desigualdade de classes, é um fato psicossocial que reconduz sempre o homem ao outro homem.

A humilhação age destrutivamente pelos dois extremos do psiquismo. Comparece pelo lado dos enigmas que nos vem ferir, que infestam a subjetividade e nela se inscrevem como fonte de processos inconscientes, processos primários, pulsão, angústia. E comparece pelo lado da alavanca que vem em companhia dos outros, desmontando-a, roubando do humilhado o reconhecimento do outro, o reconhecimento de sua dignidade, no humilhado, a dignidade perde sua espontaneidade e passa a depender de um esforço.

O humilhado atravessa uma situação de impedimento para sua humanidade uma situação reconhecível nele mesmo e também em seu mundo.

A realidade da sociedade de classes, atravessada pela desigualdade política, participa de um círculo de mensagens enigmáticas, uma angústia que os pobres conhecem bem e que, entre eles, inscrevem-se no núcleo de sua submissão, sofrem continuamente o impacto de uma mensagem estranha, misteriosa: “Vocês são inferiores”. Para os pobres, a humilhação ou é uma realidade em ato ou é frequentemente sentida como uma realidade iminente, sempre a espreitar-se.

O sentimento de não possuírem direitos, de parecerem desprezíveis e repugnantes, tornas-lhes compulsivos: movem-se e falam, quando falam, como seres eu ninguém vê.

A humilhação que os pobres sofrem se reflete em tudo: nos bairros pobres, onde a infraestrutura é péssima, e que por sua vez possuem altos índices de violência e baixos índice de escolaridade.

A maioria da população que vive em favelas vem do meio rural que por sua vez enfrenta muita dificuldade e a luta por condições melhores levam essas pessoas sem condições e sem estudo para cidades grandes, que por não possuírem infraestrutura, amontoam esses moradores em favelas.

Esses pobres vivem do trabalho, e são neutralizados por ele, das grades cidades você vê o valor do dinheiro, que ultrapassa outros valores primordiais para vida em sociedade. As relações sociais estão despersonalizadas, refreando a solidariedade para o âmbito privado da família. Toda e qualquer aquisição-material e simbólica- foi transformada em moeda: ‘’ Se você não tiver o dinheiro se acabou o mundo”. Isso acontece principalmente em países em que o serviço público é tido como estorno econômicos e a esperança dos pobres concentram-se cada vez mais no dinheiro, cada vez menos na cidade e no outro.

Para os pobres, os ambientes urbanos, se não revelam facilmente o seu caráter excludente, expulsivo. Para o que se beneficia de privilégios, pode não ser perceptível que os espaços citadinos, para o humilhado, carregam um sofrimento político corrosivo: São espaços implantados pelo poder de segregar, pelo poder de sempre atualizar a desigualdade de classes.

Nossa humanidade é o que somos e o que possuímos é o que somos através do que possuímos – é preciso que a pose de bens não represente um apego para que possamos existir no meio deles.

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