Hábitos Alimentares

HÁBITOS ALIMENTARES DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM

1 INTRODUÇÃO

O consumo alimentar de uma população é guiada por fatores como: nível de renda, acesso aos alimentos, faixa etária, cultura alimentar e urbanização local. A influência destes fatores pode gerar uma série de informações que, de certa forma, refletem a sua organização social, uma vez que a alimentação constitui necessidade prioritária em qualquer sociedade1. As diferenças culturais, econômicas e políticas influenciam nos hábitos alimentares, por isso, verifica-se uma maior necessidade de investimentos na promoção da saúde, podendo incluir o próprio cultivo e preparo de alimentos saudáveis. Contudo, cada pessoa é responsável pelo que consome e essa atitude se reflete na importância de cuidar si e na promoção da saúde2.

Pessoas com situação econômica estável tem revelado a diminuição em hábitos alimentares saudáveis passando a consumir alimentos ditos “sofisticados”, onde na maioria das vezes, possuem valor nutricional baixo. Em contrapartida as pessoas com situação financeira precária mostram serem vulneráveis às propagandas em meios de comunicação, fazendo de seu cardápio, o que a mídia os oferece3.

Em conjunto a esta adaptação normas socioculturais têm disseminado o estereótipo da magreza e a beleza entre as mulheres, sendo o corpo magro o considerado ideal. Por outro lado, o padrão masculino considerado ideal é um corpo mais volumoso e musculoso fazendo com que os homens desejem um corpo maior 4.

A busca por um corpo magro, atlético associado à beleza vem sendo priorizado e contradiz o avanço da tecnologia, aumentado o consumo dos produtos industrializados, ricos em carboidratos, sódio e gorduras saturadas. O aumento desta tendência influência de maneira negativa o consumo de frutas e hortaliças, cereais integrais, leguminosas, raízes e tubérculos, e na realização de atividade física5.

Considerando a importância da nutrição na prevenção de doenças, bem como no crescimento e no desenvolvimento do indivíduo, o Ministério da Saúde do Brasil elaborou dez recomendações para uma alimentação saudável. O objetivo dessas recomendações é estimular práticas alimentares saudáveis, resgatar hábitos alimentares regionais, incentivar o consumo in natura de alimentos produzidos localmente e culturalmente referenciados e de elevado valor nutritivo como frutas, legumes e verduras, grãos integrais e leguminosas, que devem ser consumidos desde a infância até a fase adulta e velhice6.

Estudos revelam que quando os acadêmicos dependem de seus pais, há uma preocupação menor em relação aos hábitos alimentares, devido aos cuidados dos mesmos. Em contrapartida, os acadêmicos que migram de suas cidades natais têm seus hábitos alimentares alterados por vários motivos, sendo os estudos e estágios os que mais dependem da disponibilidade de tempo dos mesmos. Em outros casos, há a situação financeira que agrava mais ainda o estado nutricional desses acadêmicos3.

Os acadêmicos de enfermagem possuem estilo de vida precário, o que acarreta, por muitas vezes, a falta de tempo para uma alimentação mais saudável, devido à conciliação entre estudos, trabalho, casa, relacionamento entre outros. Em várias situações o acadêmico acaba se distanciando de sua família e grupo de amigos para poderem proporcionar seus estudos, incluindo-se em um mundo totalmente averso ao seu. Dessa maneira, agrava mais ainda a questão da alimentação. Os acadêmicos que não dispõe de tempo hábil para realizar suas refeições, procuram alimentos que exijam pouco tempo de preparo, ou que já estejam prontos para o consumo, visando a facilidade de acesso e disponibilidade de tempo, não dando a devida atenção ao teor nutricional dos alimentos ingeridos7.

Tendo como foco os universitários, sabe-se que a jornada de trabalho e estudo que muitos enfrentam no dia a dia, leva os mesmos a não terem uma dieta balanceada, como também os produtos oferecidos nas universidades, em sua maioria