IDENTIDADE DE GÊNERO E SEXUALIDADE:Um Estudo Empreendido Nas Escolas Municipais de Guapó-Go
Por: tonieltoto • 4/5/2017 • Monografia • 6.767 Palavras (28 Páginas) • 329 Visualizações
IDENTIDADE DE GÊNERO E SEXUALIDADE:Um Estudo Empreendido Nas Escolas Municipais de Guapó-Go[1]
Fabiana Alves de Paula[2]*
Nair Pereira da Silva Pidde[3]**
Toniel Marques Ferreira[4]***
RESUMO
Sexualidade e Gênero são conceitos construídos cultural, social e historicamente.A pesquisa apresenta, de modo sucinto, a diferença entre identidade de gênero e sexualidade e como esses conceitos vem sendo construídos ao longo da história da humanidade. Apresenta ainda como a nossa sociedade se mostra preconceituosa em virtude da heteronormatividade presente em todos os meios sociais. Assim, a partir de uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo, o artigo discute a sexualidade e a identidade de gênero na escola sob a ótica dos Parâmetros Curriculares Nacionais e sob a perspectiva de professores da rede municipal de Guapó-Go.
Palavras-Chave: Gênero. Sexualidade. Norma. Diferença.
INTRODUÇÃO
Apresentepesquisa objetiva investigarediscutirasquestõesenvolvidas entre sexo, gênero e sexualidadenoâmbitoescolar.Oassunto que se encontraem destaque principalmente na mídiaaindaédesconhecidoporgrandepartedos profissionais da educação, em particular o professorando. Por meio de análises de dados e referenciais bibliográficos, apresenta-se uma reflexãosobrea história e a culturada heteronormatividade e os papéis designados pela sociedade para cada um de acordo com o seu sexo.
Oespaçoescolarse definecomo um ambiente fundamental na construçãoda identidade do aluno eo presentetrabalho, pormeio dapesquisade campo comprofessoresdo Município de Guapó–GO, utilizandoquestionárioscomoinstrumento de coleta de dados,mostra claramente aUnidade Escolarcomoreforçadoradosproblemasdegênero,bemcomoasinfluênciasque são exercidasdentro da escola acerca dessa problemática.
Contudo, deve-se obter melhor entendimento nessa coesão cultural contemporânea que muda, molda e estabelece comportamento. A pesquisa resulta de uma investigação que mostra a importância da prática das pessoas em sua individualidade, grupos e também no ver, ouvir e elaborar conclusões eletivas.
Diante de conhecimentos, fatos e situações marcantes da realidade contemporânea, de informações e práticas, é possível participar ativa e construtivamente dessa sociedade.Assim como é possível que os alunos se tornem capazes de eleger critérios de ação, tal como o respeito, detectando e rejeitando a injustiça quando ela se fizer presente,tomando essa ideia central de sexo, gênero e sexualidade como uma meta na construção social, histórica e cultural que os norteiam.
Para compor este trabalho, foram realizadas uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo. Por meio de análises de dados bibliográficos, apresenta-se uma reflexão sobre algumas teorias de gênero, sexo e sexualidade: Brasil (1998), Ariès (1981), Chizzotti (2001), Foucault (1993; 1977), Freud (1970), Louro (1997; 1998), Priore (1992), Rousseau (1992), Santos;Carvalho(2014).Para a pesquisa de campo, utilizou-se como modalidade de pesquisa o método qualitativo, cuja abordagem centra-se no procedimento da pesquisa ação. De acordo com Chizzotti (2001), a abordagem qualitativa parte do fundamento de que há relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. O objeto não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações.A pesquisa de campo foi realizada nasEscolasMunicipais de Guapó–Go com o intuito de aprender e apreender que,por meio de estudos e investigação, a criança tem a possibilidade de conhecer novos caminhos e desobstruir os obstáculos, além de facilitar a interação, possibilitar a organização do pensamento, propiciando seu crescimento intelectual enquanto ser ativo da sociedade.
O artigo está estruturado em quatro capítulos, intitulados Sexualidade e Gênero: breve definição dos termos; Identidade de Gênero e Sexualidade ao longo da História; Identidade de Gênero e Sexualidade na Escola; e, por fim, Análise de Discussão dos Dados da pesquisa de campo.
1 SEXUALIDADE E GÊNERO: BREVE DEFINIÇÃO DOS TERMOS
A sexualidade é um invento social, pois se compõe,historicamente, por meio de inúmeros discursos sobre sexo,os quais ditam as normas que estabelecem, formulam saberes e produzem verdades.É no campo de ação da cultura e da história que se determina as identidades sexuais. Não apenas as identidades sexuais e de gênero,mas sim todas elas,as de raça,etnia,nacionalidade etc.Essas variadas e diferentes identidades formam e transformam os sujeitos,na medida em que os mesmos são interrompidos a partir de diferentes situações.Contudo,as identidades sexuais e de gênero,assim como as identidades sociais têm um caráter reduzido,inconstante,histórico e plural,afirmado pelos teóricos culturais, como nos afirma Foucault (1993).
Segundo Foucault (1977), normalmente, as pessoaspreocupam com a forma e sentido dos vocábulos,usando termos pelos quais podemos dizer comuns, onde sexo é usado como um termo o qual diferenciam as discrições de um menino e uma menina, que interligam características dos corpos. Diante da sociedade, os termos sexualidade e gênero são usados como um só, deixando de lado o direito de escolher o sexo, sendo o qual a própria sociedade articula meios de inserção, levando em conta somente o gênero, ou seja, masculino ou feminino, abrindo portas, produzindo e induzindo ao preconceito diante da escolha sexual.Para Focault,
Não se deve conceber [a sexualidade] como uma espécie de dado da natureza que o poder é tentado a pôr em xeque, ou como um domínio obscuro que o saber tentaria, pouco a pouco, desvelar. A sexualidade é o nome que se pode dar a um dispositivo histórico: não a uma realidade subterrânea que se apreende com dificuldade, mas à grande rede da superfície em que a estimulação dos corpos, a intensificação dos prazeres, a incitação ao discurso, a formação do conhecimento, o reforço dos controles e das resistências, encadeiam-se uns aos outros, segundo algumas grandes estratégias de saber e de poder (FOUCAULT, 1993, p.100).
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