INCUBADORA DE AGRONEGÓCIOS: EMPREENDEDORISMO COMO ALTERNATIVA À PEQUENA PRODUÇÃO RURAL
Ensaios: INCUBADORA DE AGRONEGÓCIOS: EMPREENDEDORISMO COMO ALTERNATIVA À PEQUENA PRODUÇÃO RURAL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lavmbr • 22/5/2014 • 5.467 Palavras (22 Páginas) • 456 Visualizações
INCUBADORA DE AGRONEGÓCIOS: EMPREENDEDORISMO COMO ALTERNATIVA À
PEQUENA PRODUÇÃO RURAL
Cristina Fachini
Economista, Mestre, PqC do Pólo de Desenvolvimento dos Agronegócios de Capão
Bonito/APTA
cfachini@apta.sp.gov.br
Simone Raymundo de Oliveira
Zootecnista, Mestre, PqC do Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios de
Capão Bonito/APTA
Elizabeth Alves e Nogueira
Engenheira Agrônoma, Doutora, PqC do Instituto de Economia Agrícola
Nilda Tereza Cardoso de Mello
Economista, Mestre, PqC do Instituto de Economia Agrícola
1 - Introdução
Muitos setores produtivos conseguem defender seus interesses comuns pela associação de
empresas, inclusive utilizando como instrumento as incubadoras. Essa estratégia permite
uma aproximação física e temática da produção e da tecnologia das empresas com o
mercado, proporcionando aumento de renda, geração de postos de trabalho e
desenvolvimento local e regional.
No entanto no setor agropecuário, base do agronegócio, a formação desses grupos ainda é
incipiente e de difícil concretização, dados o grande número de unidades produtivas, os
diferentes tamanhos, os níveis de investimento e de tecnologia. Essas características, tão
marcantes no caso brasileiro, revelam a necessidade de se criar mecanismos que viabilizem
as incubadoras de agronegócios, em especial para a pequena produção.
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ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 4, n.1 Jan-Jun 2007
Dos R$ 44,8 bilhões do saldo da balança comercial brasileira no ano de 2005, o
agronegócio respondeu por R$ 38,4 bilhões, equivalentes a 85,8% desse montante. Isto foi
resultado da contribuição de 36,9% (R$ 43,6 bilhões) dos produtos agrícolas nas
exportações brasileiras que totalizaram R$118,3 bilhões (CONAB/SECEX, 2006).
O agronegócio, como um todo, gera um a cada três empregos no Brasil, ou seja, 18 milhões
de empregos o que representa 30% da população economicamente ativa (Sampaio Filho,
2005).
O panorama do agronegócio no país pode ser avaliado também em função da sua
participação no Produto Interno Bruto (PIB), que no ano de 2005 alcançou R$ 1,93 bilhão,
sendo que o PIB do agronegócio contribuiu com R$ 537,60 milhões, o que representou
27,9% do total (CEPEA, 2005). No período de 1994 a 2005 a contribuição do agronegócio,
embora tenha oscilado, nunca esteve abaixo desse valor (Guilhoto et. al, 2004) e (CEPEA,
2005).
O agronegócio, como um todo, considera além da agropecuária propriamente dita as
atividades a montante (“antes da porteira”) e a jusante (“depois da porteira”), sendo que
o PIB agropecuário tem tido, no Brasil, grande participação da pequena produção familiar.
1.1 - Agricultura Familiar
A atividade de base familiar é vista, muitas vezes, somente como de subsistência. O sistema
familiar, de fato, deve ser considerado num contexto sócio-econômico, onde é expressiva
sua força para a população que subsiste no campo e cujo êxodo para as cidades deve ser
evitado. Por outro lado, minimiza as tensões sociais campo-cidade e contribui para a oferta
de alimentos e matérias-primas para o mercado.
A produção familiar agrícola brasileira tem conseguido evoluir já que vem se reproduzindo
ao longo das gerações e de se adaptando aos movimentos da conjuntura sócio-econômica,
independentemente dos regimes políticos, tão diferentes de norte a sul, de leste a oeste
(Jean, 1993).
É bem verdade que a pequena produção vem enfrentando muitos problemas no mercado,
mas que poderão ser solucionados com a melhoria de sua competitividade. A despeito
disso, os percentuais de participação no PIB agropecuário, segundo o tipo de produtor,
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demonstram que um terço deste vem da agricultura familiar (Guilhoto et. al, 2004). Esse
segmento da agropecuária brasileira e as cadeias produtivas a ele interligadas responderam
em 2003, por 10,1% do PIB brasileiro (Guilhoto et al. 2006).
A globalização da economia exerce pressão crescente para a obtenção de produtos de alta
qualidade e de baixo custo, que levam ao aumento da competitividade. Para que isso seja
alcançado é necessário identificar os pontos de estrangulamento das cadeias produtivas.
Para a agricultura familiar, o principal gargalo tem sido o destino dos produtos,
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