INTERVENÇÕES CLÍNICAS BREVE – ABORDAGEM COGNITIVA
Por: AlessandraBergi • 13/2/2023 • Resenha • 932 Palavras (4 Páginas) • 104 Visualizações
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA CPA - Centro de Psicologia Aplicada - Chácara Santo Antônio | |||||
ÁREA: INTERVENÇÕES CLÍNICAS BREVE – ABORDAGEM COGNITIVA-9º semestre | |||||
Estagiária: | Alessandra Bergi Sarlo | RA: T689JI5 | Supervisora: | Roseane Carvalho | |
Data: | 09/02/2023 | ||||
Fichamento: Artigo: Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva
Autores: Paulo Knapp, Aaron T. Beck |
FICHAMENTO:
A Terapia Cognitiva (TC) é uma terapia estruturada, focada no presente e que não estabelece uma relação de causalidade entre situações do passado e eventos atuais. Ela defende que os eventos passados podem influenciar na atualidade e que os fatores se comunicam de maneira correlacionada, mas não de maneira determinadamente causal. A TC é orientada por metas e objetivos de tratamento e suas intervenções acontecem através da descoberta guiada, na qual o terapeuta guia o paciente no processo de descoberta e autoconhecimento.
Assim sendo, a TC se vale de técnicas comportamentais e cognitivas e cada uma delas possui um objetivo e aplicabilidade específica. No entanto, é de se ressaltar que as técnicas precisam ser aplicadas dentro de um contexto de formulação de caso específica e individual para cada paciente, tendo em vista que a TC não é uma mera aplicação de técnicas.
A TC foi criada por Aaron Beck, que iniciou o seu trabalho associado ao Albert Ellis, que foi um grande colaborador no início da construção da TC. Beck se inspirou em diversos conceitos das teorias psicológicas, bem como a teoria comportamental, a teoria humanista, teoria do apego, a abordagem centrada na pessoa, dentre outras. Com a evolução dos estudos da Psicologia foi possível criar a TC como uma abordagem contemporânea, que fornece uma nova visão sobre o comportamento.
Na década de 70, Beck atendia os pacientes como psiquiatra e psicanalista e começou a perceber um padrão de repetição na maneira de pensar de seus pacientes deprimidos, uma falta de esperança e rigidez em relação aos eventos do futuro. Ao perceber esse padrão de pensamento, o principal objetivo de Beck era construir uma teoria que pudesse reestruturar o pensamento rígido, trazendo flexibilidade para esses pensamentos.
Com efeito, a TC se apresenta como o tratamento psicológico com mais evidências científicas, consolidada a partir de um método estruturado a ser aplicado no paciente. É possível fazer a checagem do humor, o estabelecimento de metas terapêuticas, dentre outras técnicas que seguem um escopo para o atendimento clínico.
A TC utiliza o método científico para a produção de ensaios clínicos randomizados e estudos comparativos que demonstram a eficácia da psicoterapia nessa abordagem, aplicada individualmente e de maneira combinada com a terapia medicamentosa. Por ser uma teoria fortemente embasada em evidências científicas, oferece maior segurança para o profissional na condução do tratamento e para o paciente ao ter maiores chances de êxito.
Aaron Beck acreditava que o que importa não é a situação, mas a maneira como a interpretamos (pensamentos automáticos). No processo de construção da teoria, Beck levantou hipóteses que envolvem os pensamentos. Uma delas diz que o portador de uma doença mental tem uma tendência aumentada para distorcer eventos e uma rigidez cognitiva, resistindo em reconhecer e aceitar interpretações alternativas. A partir dessa hipótese, o intuito do autor foi criar uma teoria capaz de oferecer uma flexibilização cognitiva
Outra hipótese foi que a de que as cognições têm primazia sobre as emoções e sobre os comportamentos. Essa é uma das principais diferenças entre a Teoria Cognitiva e a Teoria Comportamental. Enquanto a Teoria Comportamental entende que é modificando o comportamento que as alterações significativas acontecem, a TC defende que existem duas vias de modificação: intervindo no pensamento e no comportamento.
Aaron Beck pressupôs inicialmente em seus estudos que primeiro há a cognição, depois a emoção e por fim o comportamento, todavia, isso não é rigidamente causal. Dessa forma, a TC é estruturada a partir de uma tríade que inclui pensamento, emoção e comportamento. Por exemplo, no Transtorno Obsessivo Compulsivo é possível observar a correlação entre os pensamentos obsessivos, as emoções e o comportamento. O que ocorre nesse caso é um ciclo nutrido mutuamente, composto pelo pensamento automático, que gera uma emoção disfuncional e que, consequentemente, gera um comportamento desadaptativo.
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