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INVESTIGAÇÃO: IDENTIFICAÇÃO CULTURAL EM POSTMODERNIDADE (STUART HALL)

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Por:   •  27/9/2014  •  Tese  •  1.187 Palavras (5 Páginas)  •  502 Visualizações

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RESENHA: A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE

(STUART HALL)

No livro, Stuart Hall indaga sobre o que é identidade e como ela se correlaciona com todas as possibilidades oferecidas dentro da perspectiva de um mundo pós-moderno. Sendo assim extremamente pertinente, o livro nos brinda e ao mesmo tempo nos estimula a rever nossos scripts culturais e nossa capacidade de interpretação do mundo pós-moderno, pois representa (e apresenta) um avanço na discussão das identidades culturais. As velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o mundo social encontram-se em declínio. Novas identidades estão surgindo, deixando o indivíduo moderno fragmentado. Stuart Hall no capítulo I de seu livro “A Identidade Cultural na Pós Modernidade” pretende problematizar as mudanças que vem ocorrendo com as noções de sujeito e identidade. O mundo estaria passando por uma mudança estrutural e as “velhas” identidades que por um período grande de tempo conseguiram estabilizar o mundo social estariam em declínio. Os indivíduos passariam, assim, por uma “crise de identidade” ao se confrontarem com tantas opções de identidade: sexual, de classe, raça, etnia e nacionalidade, como vemos nos dias atuais. Partindo desse principio, Hall faz uma análise das mudanças que vem ocorrendo no mundo através da comparação de três concepções de identidade: a do sujeito do Iluminismo, Sociológico e Pós-Moderno.

A primeira parte do livro é dedicada a explanar sobre a questão do que realmente vem a ser essa “identidade”, se é algo concreto ou subjetivo, descritível ou não. Hall afirma em sua teoria que não há apenas uma identidade capaz de qualificar um sujeito, mas que cada indivíduo possui diversas formas de se compreender como parte integrante da sociedade. Nisso inclui-se aspectos como etnias, raças, religiões, e o pertencimento a vários tipos distintos de grupos sociais. No entanto, há uma aba mais importante dentre essas discussões, de acordo com Hall, que é o âmbito de cultura nacional. Nesse sentido, fica claro que para o autor, identidade não é apenas um substantivo que possui uma imagem denotativa, mas sim

um desígnio para algo muito mais complexo.

Ele perpassa três concepções de identidade, desde o sujeito do Iluminismo, que tinha a certeza de seu lugar determinado, como indivíduo centrado nos seus saberes, em arranjo com a posição das classes na sociedade e com Deus, passando pelo sujeito sociológico que é aquele que adquiriu maior capacidade crítica diante do que lhe é imposto, até o sujeito pós-moderno, aquele que não tem identidade fixa, que é mutável e inconstante.

Hall explora ainda a questão do que é modernidade, para definir também o que é esse sentimento e fato de pós-modernidade. Ele também explana sobre a questão dessa chamada modernidade nos países que não tiveram parte significante na revolução industrial, e por isso tiveram uma modernidade tardia. Dessa forma, ele volta aos vários conceitos aplicados à palavra “globalização” para discutir seus ínfimos significados e seus impactos sobre as identidades culturais. Em outras palavras, ele discorre sobre o Imperialismo cultural, decorrente de formas físicas e políticas de imposição causadas por esses processos de dependência financeira e tecnológica principalmente.

Todas essas transformações acontecem principalmente em decorrência da quebra do pensamento de teorias clássicas, como o iluminismo, acerca da identidade cultural ligada ao sujeito, como sendo a essência deste. O pensamento iluminista, que agregava visões racionalistas, individualistas e humanistas, deu suporte à idéia de que o próprio sujeito seria “o responsável” pelo seu reconhecimento cultural, visto que a identidade é algo intrínseco e essencial, a qual se desenvolve com o crescimento e vida do sujeito.

A ruptura da concepção de identidade como essência do sujeito abalou o pensamento da Era Moderna, retirando-o do foco central. Esse processo deu-se principalmente em cinco momentos principais apontados pelo autor. O primeiro deles é a corrente marxista, que com a teoria do materialismo histórico-dialético aduzia que o sujeito está preso às suas condições históricas, tanto em sua formação, quanto na transformação das suas relações sociais, ou seja, o reconhecimento cultural do sujeito estaria ligado a sua historicidade ainda que na construção de mudanças sociais.

O segundo momento é a descoberta do inconsciente, teorizado por Freud, que seria o grande responsável pela formação cultural do sujeito, através de processos psíquicos e simbólicos do inconsciente, que intermedeiam as relações que o sujeito

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