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Fichamento Da Obra "Da Diáspora" De Stuart Hall

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Por:   •  30/9/2013  •  990 Palavras (4 Páginas)  •  1.249 Visualizações

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Na obra, o autor trabalha sob o conceito de migração, principalmente na região do Caribe, e suas “consequências”; o choque cultural entre migrantes que acabam por constituir e representar um grande grupo em determinado país através do frequente processo migratório, e os cidadãos de tal país, por exemplo; “...não simplesmente de se construir, mas de se imaginar a nação e a identidade caribenhas, numa era de globalização crescente.”(Pág.26).

“Trinta anos após a independência, como são imaginadas as nações caribenhas?”(Pág.26). O autor levanta o questionamento: o que forma uma nação caribenha e até onde vão suas fronteiras? Pode-se determinar um limite geográfico para uma determinada identidade existir, e em que influencia a cultura de origem de um migrante na terra de destino? Stuart Hall propõe que a cultura de determinado grupo étnico permanece com ele mesmo após sua partida, os costumes sob os quais ele cresceu continuariam a fazer parte de sua vida, presentes nele e transmitidos pouco a pouco para a sociedade em que ele tenta se encaixar; “Os assentamentos negros na Grã-Bretanha não são totalmente desligados de suas raízes no Caribe.”(Pág.26). Mas também menciona o caso inverso, aonde um indivíduo se encontra estranhando sua terra natal uma vez que retorna a ela, por sua experiência e rotina durante sua estadia em outra terra; “...falam eloquentemente da dificuldade sentida por muitos dos que retornam em se religar a suas sociedades de origem.[...]Muitos sentem que a terra tornou-se irreconhecível.”(Pág.27).

Mas e quanto ao encontro das culturas “subjulgadas”, das quais o processo migratório deriva majoritariamente? Stuart Hall refere-se ao encontro, no Novo Mundo, de culturas vindas de todos os cantos do globo; “No Caribe, os indianos e chineses se juntaram mais tarde à África”(Pág.31). A identidade americana é agora o resultado do encontro das várias culturas que aqui aportaram no período colonial, uma identidade formada a partir de muitas outras; “A distinção de nossa cultura é manifestamente o resultado do maior entrelaçamento e fusão na fornalha da sociedade colonial, de diferentes elementos culturais africanos, asiáticos e europeus.”(Pág.31). Hall fala ainda sobre a cultura caribenha especificamente, referindo-se a ela como “impura”, mas identifica essa impureza como essencial à modernidade caribenha. Menciona também a luta pela independência e o pós-colonialismo nas Américas como momentos de “revisão” e “reapropriação”, mas não como uma “volta ao lugar onde estávamos antes”, como menciona Iain Chambers; “Já que como nos lembra Chambers, “sempre existe algo no meio”. Esse “algo no meio” é o que torna o próprio Caribe, por excelência, o exemplo de uma diáspora moderna”(Pág.34).

O autor discorre ainda sobre o fenômeno da globalização que seria iniciado uma vez que os processos expansionistas e imperialistas levassem a Europa a entrar em contato com sociedades e civilizações até então desconhecidas, processos estes que colocariam tais sociedades e civilizações umas de frente às outras; “A globalização, obviamente, não é um fenômeno novo. Sua história coincide com a era da exploração e da conquista europeias e com a formação dos mercados capitalistas mundiais.”(Pág.34). Este conceito de globalização refere-se apenas ao que o autor chama de “primeira fase da globalização”, a segunda fase sendo a que vivemos agora, que está em voga desde 1970. Esta “segunda fase” da globalização envolve não o contato espacial entre diferentes culturas, mas a tecnologia passa a nos proporcionar a possibilidade de um contato virtual e instantâneo com qualquer pessoa do globo, eliminando ou ao menos enfraquecendo os limites e barreiras impostos por fronteiras nacionais, mas não anulando o poder ou a função do Estado-nação; “Essa nova fase “transnacional” do sistema tem seu “centro” cultural em todo lugar e em lugar nenhum. Está se tornando “descentrada”.

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