Idade Média, Patrística e Escolástica
Por: Rafaela Vitti • 30/6/2015 • Resenha • 487 Palavras (2 Páginas) • 402 Visualizações
Durante a Idade Média a Igreja, instituição de poder que controlava a sociedade, detinha o monopólio da educação com o objetivo da disseminação do conhecimento da teologia tendo teses que poderiam ser classificadas como dogmas, pois estas eram incontestáveis. Deste modo o ensino era uma ferramenta indispensável para a formação clerical dos futuros líderes da igreja.
A Igreja defendia uma estrutura social onde três funções eram bem definidas: havia os que rezavam (clero), os que se dedicavam a proteção pelo domínio das armas (nobreza) e a classe trabalhadora que se dedicava a manutenção da terra e a servir o povo. Esta postura foi adotada como estratégia para a manutenção da hegemonia política católica visando majoritariamente o seguimento de seus dogmas pela implantação do medo generalizado sobre pecados e punições. O clero mantinha uma relação com a nobreza defendendo seus interesses quando necessário e escolhendo seus filhos para cargos importantes no alto clero privilegiando-os.
Durante a decadência do Império Romano quando este já não conseguiria se recuperar da situação econômica baseada no latifúndio escravista e política que se encontrava a igreja assume como instituição no comando já que não foi afetada pela crise detendo todo o domínio da estrutura social política da civilização.
Dentro da instituição surge uma linha filosófica chamada Patrística movida pelo ideal de evangelização pregando uma moral pautada na virtude, valores e conduta. Os primeiros padres adequaram esta filosofia cristã baseando-se na antiga filosofia grega para que pudesse convencer pagãos e a aprimoraram com o objetivo de deixa-la inquestionável.
Durante a Patrística são propostas 3 posições em relação a questão fé e razão:
• A fé e a razão andam separadamente sempre. A verdadeira fé se opõe a razão;
• A razão subordinada a fé. Necessário crer para compreender;
• A fé e a razão andam separadamente pois cada uma tem seu campo não devendo se misturar. A razão explica a vida temporal dos homens e a fé tudo que se refere a salvação da alma.
São Tomás de Aquino em sua doutrina filosófico-cristã na escolástica afirma que somente haveria conflito entre filosofia e teologia caso a filosofia tentasse explicar os dogmas religiosos sem a fé, ou seja, caso a filosofia não explicasse certos aspectos místicos da teologia a fé as explicaria como verdade absoluta.
Durante muito tempo a obras remanescentes de filosofia grega foram mantidas escondidas nas bibliotecas dos monastérios longe do conhecimento público para que não influenciassem no questionamento dos dogmas. Porém, com o movimento das cruzadas o ocidente europeu voltou a ter contato com a filosofia grega por meio dos povos orientais que a protegeram por muito tempo, principalmente em Alexandria. Deste modo a influência da filosofia grega voltou a ser incorporada a filosofia cristã.
A Idade Média é erroneamente considerada a “idade das trevas” pela justificativa do domínio da igreja ter freado os avanços científicos que antes eram notados nas antigas civilizações, porém, no quesito filosófico educacional a sociedade passou por um período de grande evolução que não deve ser menosprezado.
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