Import. Econoica Da Soja
Trabalho Escolar: Import. Econoica Da Soja. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: marllonmaikon17 • 10/4/2014 • 1.640 Palavras (7 Páginas) • 663 Visualizações
Resumo: A discussão proposta nesta comunicação faz parte do projeto de pesquisa que vem sendo realizado junto ao Programa de Pós-Graduação em História, Poder e Práticas Sociais da UNIOESTE. Trata da trajetória do complexo agroindustrial do setor de carne suína e do fazer-se dos trabalhadores na luta pelo direito a cidade, tem por referência o mu- nicípio de Marechal Cândido Rondon/PR, durante as décadas de 1970 a 1990. Neste perío- do, esta região representou uma nova fronteira ao capital agroindustrial deste ramo, haja vista o perfil da produção agrícola de suínos e sua integração no mercado nacional. Desta- ca-se, como evidência deste processo, a instalação de unidades fabris da empresa Sadia nos municípios de Toledo e Dois Vizinhos, respectivamente no Oeste e Sudoeste do PR, no ano de 1976. No município de Marechal Cândido Rondon esta história foi marcados por três aspectos importantes e interligados: do ponto de vista do capital se caracterizou pela mobi- lidade empresarial (pela mudança de proprietários e da origem dos investimentos); pela atuação do poder público municipal no fomento do processo de industrialização local; no tocante aos trabalhadores pela necessidade de atrair mão-de-obra especializada e discipli- nada e pelos embates em torno do direito a moradia. É possível articular estes elementos no contexto nacional do desenvolvimentismo autoritário, do pós “milagre econômico”, seja através da propaganda governamental e empresarial presentes em jornais, revistas e dos meios de comunicação local ou através de depoimento oral dos trabalhadores, bem como da formação do espaço urbano-industrial da cidade. A migração de trabalhadores resultou, dentre outras coisas, a construção da primeira vila operária de Marechal Cândido Rondon, vinculada ao setor de industrialização de carnes e derivados. Em meados de 1989, a Ceval Alimentos S/A adquiriu a unidade industrial da Swift Armour S. A. (de capital externo), reestrutura a planta do frigorífico e direciona as vendas para a exportação (Argentina). Jun- to a estas readequações a empresa negocia com o Poder Público obras em infra-estrutura e o remanejamento da vila operária interna para uma área fora da unidade de produção. Po- rém em 1994, a Ceval desativa o frigorífico em Rondon e migra para Dourados/MS, em busca da nova fronteira agroindustrial e vantagens fiscais. O fechamento da empresa de- monstra que na relação capital-trabalho, o capital volta-se, exclusivamente, aos interesses privados e do mercado, deixando conseqüências gravíssimas aos trabalhadores. Durante esse processo os moradores vivenciaram diferentes experiências e lutas, ora contra o capi- tal, ora contra o poder público, essas lutas e experiências se constituem em ações trabalhis- tas contra a Ceval e em resistências cotidianas contra as ações do poder público municipal. Estas práticas sociais demonstram a luta dos trabalhadores pela própria sobrevivência e pelo direito de pertencer à cidade. Palavras-chave: Trabalhadores. Indústria. Cidade. Empresa Ceval.
1 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em História, Poder e Práticas Sociais, da UNIOESTE – Campus Marechal Cândido Rondon; Professor da Rede Pública Estadual de Ensino Paraná; E-mail: carlosseibert@yahoo.com.br. 2 Doutor em História pela PUCRS; Professor Efetivo na UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Ron- don; Curso de História e PPG História, Poder e Práticas Sociais; E-mail: pjkoling@unioeste.br.
Anais Eletrônicos do VII Encontro Internacional da ANPHLAC Campinas - 2006 ISBN 978-85-61621-00-1
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Este artigo trata da trajetória do complexo agroindustrial (empresários e natureza do
capital) do setor de carne suína e do fazer-se dos trabalhadores na luta pelo direito à cidade,
tem por recorte espaço-temporal o município de Marechal Cândido Rondon/PR, durante as
décadas de 1970 a 1990. Neste período, esta região representou uma nova fronteira a este
capital agroindustrial, haja vista o perfil da produção agrícola de suínos e sua integração no
mercado nacional. Em Marechal Cândido Rondon esta história foi marcada por três aspec-
tos interligados: – do ponto de vista do capital se caracterizou pela mobilidade empresarial
(pela mudança de proprietários e da origem e porte dos investimentos); – com relação ao
Estado, pela atuação do poder público municipal no fomento ao processo de industrializa-
ção; – no tocante à força do trabalho, do ponto de vista empresarial pela necessidade de
atrair mão-de-obra especializada e disciplinada e, na perspectiva dos trabalhadores, pelos
embates em torno do emprego, da migração, da moradia e do direito ao pertencimento.
Marechal Cândido Rondon, localizado no extremo oeste do Estado do Paraná teve
sua emancipação política em 25 de Julho 1960, quando foi desmembrado dos municípios de
Toledo e Foz do Iguaçu. Conforme dados oficiais da prefeitura municipal, em 2006, a sua
população é de 41.014 habitantes, sendo a urbana formada por 31.250 habitantes e a rural
de 9.764 habitantes.
FOTO 1: Localização do Município de Marechal Cândido Rondon – PR (2005).
Anais Eletrônicos do VII Encontro Internacional da ANPHLAC Campinas - 2006 ISBN 978-85-61621-00-1
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O primeiro frigorífico de carnes suínas foi criado em 14 de Outubro de 1963, deno-
minado Frigorífico Marechal Cândido Rondon S/A, indústria e comércio (Frirondon). Este
grupo, inicialmente, foi formado por comerciantes (Alfredo Nied, Afonso Diesel, Osvino Rodolfo Zart, Arnildo Dreier, Helmuth Koch, Carlos Kleemann e Nelson Aloísio Hack) 3 e agricultores. Conforme depoimento do Sr. Dorvalino Bombardelli4, à época, este grupo
empresarial abriu um escritório próximo ao terminal rodoviário de Marechal Cândido Ron-
don, com a finalidade de
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