Impostos de BRASIL
Tese: Impostos de BRASIL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: leonnansantos • 28/11/2013 • Tese • 1.698 Palavras (7 Páginas) • 381 Visualizações
2 A CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA
2.1 Conceito e evolução de carga tributária brasileira
Carga tributária é um indicador que expressa o quanto os governos retiram
compulsoriamente da economia – como impostos, taxas, contribuições e títulos assemelhados,
recolhidos durante um período.
A carga tributária é o produto de uma conta de divisão muito simples, tudo o que se
arrecada dividido por tudo o que se produz em um país. Com essa operação, chega-se a um
indicativo muito importante, o tamanho da carga tributária.
A carga tributária brasileira é alvo de discussão desde a época em que o Brasil era
colônia de Portugal. Naquela época, a coroa portuguesa obrigava a população a pagar 1/5 de
seus rendimentos, era a chamada derrama. Hoje, mesmo sendo um país independente, o Brasil
ainda sofre com a elevada carga tributária, a qual representa mais de 1/3 de seu PIB.
A evolução e a estrutura da carga tributária brasileira apresentam características bem
marcantes:
__a carga tributária global brasileira foi crescendo e está num nível muito elevado
( recorde histórico e muito acima das outras economias emergentes);
__desde o final da década de 90, foi rompida a estreita e esperada vinculação entre
o crescimento da economia e a carga tributária; mesmo quando o PIB cresceu pouco, a
arrecadação subiu, e muito.
No período de 2000 a 2005, foi mantida uma tendência expansionista da carga. Ela
saltou de 33,36% para 38,94% do PIB, sendo um aumento de 1,9 pontos apenas no último ano.
(ver anexo 1 – Gráfico da evolução da carga tributária global)
Como pode observar-se no gráfico 1, a carga tributária brasileira chegou a 38,94% de
tudo o que se produziu em 2005. Assim, o montante da receita tributária foi estimado em R$
754,4 bilhões, ou ainda, uma arrecadação média de tributos na ordem de R$ 4,2 mil por
habitante.
Embora existam dezenas de tributos, os dez que mais arrecadam geram 83% da carga
global. (ver anexo 2 – Gráficos Principais tributos de 2005).
Na história brasileira, o contribuinte sempre é penalizado. Sendo assim, a sociedade
continua a pagar duplamente por serviços que deveriam ser públicos, pois recolhem aos cofres
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do governo e não recebem o retorno merecido, e ainda tem de arcar com custos privados de
saúde, educação, segurança, etc.
O mesmo rigor e voracidade que o Estado estabelece na cobrança de impostos deveria
haver na prestação de serviços públicos, pois não é possível que o País seja submetido a uma
carga tributária de mais de um terço do seu produto interno e ter como contrapartida uma
péssima prestação de serviços.
O governo brasileiro não tem flexibilidade para alocar os recursos orçamentários para
as áreas que considera prioritárias, não consegue fazer a correta distribuição da receita
arrecadada e, com isso, a população continua a sonhar com tributos menores e por melhorias
nas áreas da saúde, educação, segurança, etc. Isso já é realidade em países, igualmente ou até
menos desenvolvidos que o Brasil, em que a carga tributária é bem menor e os serviços
públicos são de melhor qualidade.
Com base no Fundo Monetário Internacional (FMI), 21 países industrializados
pesquisados registraram entre 2003 e 2004 uma carga tributária de 38,8% do PIB, 0,1 ponto
abaixo do nível brasileiro em 2005. Nos países de mesmo nível de desenvolvimento brasileiro,
a carga tributária é de apenas 27,44%, em média, mais de 10 pontos inferiores à do Brasil. Em
relação à América Latina, a discrepância é ainda maior, pois a média das cargas dos demais
países mal chega a 16% do PIB.
A carga tributária no Brasil é muito maior que a dos vizinhos latino-americanos,
superior à média dos países orientais, como o Japão e a Coréia do Sul e aproxima-se dos
valores observados na maior parte dos países europeus ou das economias antes centralmente
planejadas. A diferença é que, nesses países, geralmente, os serviços prestados pelo Estado são
de melhor qualidade, o que se reflete em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) bastante
superior.
A carga tributária brasileira não é baixa; pelo contrário, é alta e mal utilizada. Os
dispêndios deveriam alcançar sua finalidade, ou seja, o provimento das necessidades básicas
dos cidadãos. Crescendo a renda, crescerá também a arrecadação para a implementação das
necessárias políticas públicas voltadas à melhoria do bem-estar da população e redução das
desigualdades – sem sufocar o setor privado e reduzir a capacidade de crescimento. Sem
crescimento não haverá recursos para o aumento sadio da arrecadação tributária.
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Seria
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