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Inclusão

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Por:   •  2/4/2014  •  Tese  •  1.851 Palavras (8 Páginas)  •  196 Visualizações

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Vivemos num mundo onde a globalização gera desenvolvimento em todas as áreas (econômica, industrial, cultural, entre outras) devido à alta velocidade da informação, porém, a mesma, não traz em seus aspectos um modelo de sociedade viável. A educação, concebida como a transmissão de visões do mundo, de saberes e de sistema de valores, tem um enorme desafio histórico na defesa e na preservação da diversidade cultural, o que tem sido abordado em diversas esferas pelos diversos países ao redor do mundo.

O Brasil é um país cuja principal marca cultural é a mistura de raças. Desde o começo de sua história, o país foi marcado pela presença de diferentes povos e culturas, fazendo com que sua formação se constituísse em grande diversidade cultural. Aqui viviam povos indígenas, em tribos, com uma cultura guerreira, muito ligada à natureza; em 1500 chegaram os colonizadores portugueses, que trouxeram para cá a cultura européia, com uma forte influência moura. O uso do negro africano como escravo na colônia, trouxe ainda novas crenças, falas e costumes, que aos poucos foram se misturando e integrando a cultura local.

Posteriormente, com o fim da escravidão, diversos outros povos ainda vieram para o país, como italianos, japoneses e alemães, cada um acrescentando ao Brasil um novo detalhe cultural. Com toda essa miscigenação de povos e culturas, não é de se estranhar que o Brasil tenha na sua língua materna, costumes, religião e manifestações culturais traços únicos, que podem se assemelhar a outras culturas do mundo, mas mantendo seus detalhes particulares.

Para um profissional da educação, que lida com uma infinidade de pessoas que apresentam traços étnicos e culturais diversificados, é de suma importância compreender as questões que norteiam as relações humanas e a diversidade nos âmbitos cultural, histórico e linguístico.

Este estudo tem como objetivo demonstrar a diversidade no contexto de nossa sociedade e para tal é imprescindível que conheçamos as abordagens entre os teóricos que buscam compreender a diversidade histórica, linguística e cultural em nosso país.

© UM JANTAR BRASILEIRO, DEBRET. AQUARELA SOBRE PAPEL, 15,9 X 21,9 CM, 1827. REPRODUÇÃO DO LIVRO DEBRET E O BRASIL – OBRA COMPLETA, ED. CAPIVARA, 2009 fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/01/18/voce-tem-fome-de-que/ acesso em 17/04/2013

Em relação à diversidade histórica, podemos destacar que as transformações sofridas em nossa história desde a antiguidade até os dias atuais, fizeram com que a sociedade fosse se adequando a mesma, formando assim uma miscigenação de povos, culturas e arte, como podemos ver na imagem a seguir, onde os negros foram escravizados durante um longo período de nossa história por serem descendentes da África, um país considerado pobre em que as pessoas que ali vivem quase não tem acesso a educação, saúde e moradia, vivendo assim em condições desumanas.

Mas, e hoje, como vivem os negros que foram escravizados? Foram libertos, porém ainda sofrem preconceito, pois foi após a libertação dos mesmos que começou a surgir em nossa sociedade às classes sociais mais baixas e consequentemente as famosas “comunidades”, pois apesar de terem sido libertos, não tinham nenhuma renda para adquirir sua moradia e atender suas necessidades físicas e econômicas.

Cabe ao professor educador informar aos alunos as transformações ocorridas em nossa sociedade de modo que aluno se integre a realidade de nosso meio e entenda ser ele um agente transformador desta realidade seja no contexto histórico, econômico e social.

A nossa Constituição da República aborda tal conceito e prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; garante o direito à escola para todos; e coloca como princípio para a Educação o "acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um" de acordo com o artigo 208 da Constituição da República Federativa do Brasil (Texto consolidado até a Emenda Constitucional nº 64 de 04 de fevereiro de 2010).

O mesmo acontece com a nossa língua materna, ele apresenta uma grande diversidade linguística devido a mistura de povos que ajudaram a formar a população.

Bagno ressalta que tratar da língua é tratar de um tema político e explica que:

“Só existe língua se houver seres humanos que a falem. O homem é um animal político (Aristóteles), portanto, a linguística é uma atividade científica essencialmente politizada. E é exatamente isso, politizar a lingüística, o que vem fazendo e escritor Marcos Bagno, um militante, a seu modo, das causas sociais”. (2012, p. 03 )

Partindo-se do princípio de que a língua é viva, o autor conclui que tudo aquilo que se contrapõe a esta condição está morto. Por isso, a gramática e os gramáticos tradicionais são considerados por ele como “uma grande poça de água parada, um charco, um brejo, um igapó, à margem da língua”.

A língua é como um rio que se renova, enquanto a água do igapó, a gramática normativa, envelhece, não gera vida nova ser que venham as inundações. Com estas imagens Bagno constrói a diferença entre a dinâmica da língua/rio e o apego às normas/igapó da língua culta que são guardadas, preservadas, e divulgadas de maneira conservadora, preconceituosa e prejudicial à vida social.

Para analisar como se constrói o preconceito linguístico, Bagno relaciona mitos que revelam o comportamento preconceituoso de certos segmentos letrados da sociedade frente às variantes no uso da língua, e as relações desse comportamento com a manutenção do poder das elites e opressão das classes sociais menos favorecidas, normalmente por meio da pseudopadronização imposta pela norma culta.

Segundo Bagno, 2012, p 11. “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente” sendo um mito prejudicial à educação, por não reconhecer que o português falado no Brasil é bem diversificado, a escola tenta impor sua norma linguística como se ela fosse de fato comum a todos os brasileiros.

As diferenças de status social em nosso país, explicam a existência do verdadeiro abismo linguístico entre os falantes das variedades não-padrão do português brasileiro que compõe a maior parte da população e os falantes da suposta variedade culta, em geral não muito bem definida, que é a língua ensinada na escola. Os meios oficiais insistem em utilizar uma língua padrão, gerando uma espécie de incomunicabilidade entre poderes (constituídos ou não) e o povo.

A educação

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