Inflação E Geração Morna De Empregos Pioram Efeito câmbio
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Inflação e geração morna de empregos pioram efeito câmbio
A mais grave seca nos EUA em 40 anos, com alta nos preços das commodities, também afeta cenário para o País
02 de setembro de 2013 | 2h 12
O Estado de S.Paulo
A alta do dólar em si não é um problema. O que incomoda são as condições em que ela ocorre. Não veio sozinha, mas ao lado de um crescimento econômico morno, com a geração de emprego em desaceleração e, pior, de uma inflação já pressionada. Esse é o componente que mais preocupa. O economista Bráulio Borges, da LCA Consultoria, explica que, já no ano passado, o real perdeu 15% de seu valor, passando de R$ 1,80 para R$ 2. Isso aconteceu porque o governo agiu para evitar que o dólar fizesse o real se valorizar ainda mais.
O objetivo era proteger a indústria nacional, que perde competitividade em exportações se o real fica forte. O problema, segundo Borges, é que o momento foi errado. Ocorreu junto com a pior seca no mercado americano em 40 anos, quando os preços das commodities subiram, e gerou um surto inflacionário no final de 2012.
Espiral. No primeiro semestre deste ano, o País entrou na espiral inflacionária - inflação que gera inflação pelos reajustes, já que o Brasil ainda tem muitas contas indexadas. No caso da indústria, é o reajuste dos salários dos trabalhadores que por sua vez gera reajustes de preços.
Em um encontro com jornalistas em meados de agosto, Ilan Goldfajn, economista chefe do Itaú Unibanco, contextualizou esse efeito para o momento atual do País. Em condições normais de temperatura e pressão, não haveria nenhum problema com a atual trajetória do câmbio. "Um câmbio depreciado teria o benefício de estimular a economia", disse Goldfajn.
O problema é que agora qualquer ponto porcentual de alta vai fazer com que a inflação fique acima da meta, o que minaria a confiança dos investidores, das empresas e das famílias.
Há outro diferencial neste momento: a alta ocorre em circunstâncias globais atípicas. Diferentemente do passado, não é puxada por uma crise internacional, como a derrocada dos Tigre Asiáticos em 1997 ou o efeito tequila gerado pelo México em 1994. Reflete, na verdade, uma notícia boa: a expectativa de recuperação da economia americana. Seguindo uma trajetória igualmente diferente, a cotação não explode. Sobe de forma persistente. Na mesma medida, os repasses não são instantâneos, mas homeopáticos.
"Não é uma crise cambial, é um rearranjo global, sem os efeitos dramáticos que vimos em outros momentos de instabilidade cambial, mas que vai nos afetar", diz Fernando Ribeiro, coordenador do Grupo de Estudos de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "A questão é que na prática não temos como prever até onde vai valorização do dólar, nem o momento, a intensidade e a extensão do impacto sobre a inflação."
Repasse. Na média, os economistas estimam que a cada 10% de desvalorização do real, a inflação sobe 0,5 ponto porcentual. Para ocorrer o repasse, é preciso que a moeda se fixe no novo patamar, e o repasse acontece de três a seis meses depois. Outros fatores precisam acompanhar o dólar, como a alta dos preços das commodities internacionais
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