Instituições e responsabilidade social

2.1 Instituições e responsabilidade social

Na era da informação, na construção social do moderno capitalismo, a não aplicação de melhores práticas no ambiente de trabalho, comunidade e meio ambiente pode repercutir negativamente na mídia, perda parcial ou completa do mercado.

A consciência mais evoluída e reivindicadora da sociedade indica aos administradores que uma empresa para se manter competitiva necessita primar pela qualidade de seus produtos, pela segurança de seus clientes, eliminar práticas que causem impactos nocivos ao ambiente natural e demonstrar respeito para com a comunidade que lhe acolhe. (KARKOTLI, 2008, p. 65)

As intuições financeiras têm uma forte influência na economia, fazendo com que diante desse contexto criem uma preocupação com a área social.

“Bancos e administradoras têm lançado fundos específicos, que destinam verbas para investimento em empresas com projetos nas áreas social e de meio ambiente. ”(ASHLEY 2006, p. 183).

Quando o tema é Retorno Financeiro, a procura é sempre pelos melhores resultados. A decisão é de seguir a diante com um projeto para a empresa. Esse projeto para a empresa deveria contemplar também as pessoas e o meio ambiente? Que caminho tomar?

Muitas empresas já estão percebendo que sua imagem e, consequentemente, seu faturamento pode ser seriamente abalado diante de consumidores mais esclarecidos e exigentes, e com a competição cada vez mais acirrada as Organizações têm percebido que esses fatores tornaram-se fundamentais para a inclusão da responsabilidade social em seu contexto, e o objetivo disso é adequar as ações às novas exigências do mercado e oferecer uma resposta à sociedade nas diferentes visões. (MAIA, 2007, p.88).

2.1.1 Balanço Social

O balanço social surge com a necessidade de demonstrar as práticas de responsabilidade social adotadas pela organização de uma forma transparente e clara as ações empresariais.

“Considerado como instrumento de avaliação do desempenho da empresa e demonstração da cidadania empresarial, o balanço social demonstra todas as ações sociais desenvolvidas em determinado período.” (KARKOTLI, 2008 p. 125)

Em 1998, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) lançou o Selo Balanço Social como uma forma de incentivar a participação das corporações.

Para o IBASE, o Selo Balanço Social demonstra que “a empresa já deu o primeiro passo para tornar-se uma verdadeira Empresa Cidadã, comprometida com a qualidade de vida dos funcionários, da comunidade e do meio ambiente; apresenta publicamente seus investimentos internos e externos através da divulgação anual do seu Balanço Social”. (PIMENTA, 2006, p.)

2.1.2 Conduta das organizações e as mudanças institucionais

Quando se trata da conduta das organizações podem-se considerar duas visões: visão dos stockholders, os gestores têm a atribuição formal de incrementar o retorno dos acionistas e a visão dos stakeholders, os gestores têm a atribuição ética de respeitar os direitos de todos os agentes afetados pela empresa.

Ambas as visões convergem no sentido de que as empresas têm função social a cumprir na sociedade, dessa forma, possuem atribuições éticas, mas a discordância fundamental, como já dito, é sobre a natureza das atribuições éticas, e também sobre quem se beneficiará com elas. (MACHADO FILHO, 2007, p. 4).

Quando se verifica as organizações pode-se perceber que na tentativa de estabelecer padrões de ética e responsabilidade social em suas atividades e formas de gestão tem se limitado a criar código de ética, esquecendo que para uma empresa ser responsável ela precisar olhar para as três dimensões: ética, econômica e legal.

Por um lado, tentativas por parte de determinadas organizações de estabelecer padrões de ética e responsabilidade social em suas atividades e formas de gestão, muitas vezes, têm se limitado a criar códigos de ética. (ASHLEY, 2003, p. 4).

Dentro da atividade empresarial há uma ligação entre as dimensões éticas, econômica e legal. E só é possível quebrar essa ligação quando se centraliza a dimensão ética.

Embora a ética estude todas as morais, a absoluta e a relativa, ela qualifica as morais que dão suporte as condutas egoístas como antéticas, porque suas ações têm abrangência restrita, beneficiando apenas indivíduos, grupos e organizações. (MAIA, 2007, p. 41)

2.1.3 Visão institucional

Quando se fala sobre comportamento ético e responsável de uma organização embora tenha várias naturezas a que mais vai influenciar na sua forma de agir é o ambiente institucional, pois quando há uma mudança no ambiente isso pode fazer com que haja mudança na conduta das organizações e até mesmo o surgimento de outras.

As instituições são os limites que as sociedades se impõem para estruturar as relações políticas, econômicas e sociais e que podem ser tanto formais (constituições, leis, direitos de propriedade) como informais (crenças, tradições, código de conduta e costumes). (MACHADO FILHO, 2007, p. 11).

2.1.4 Ambiente institucional e o desempenho sócio-econômico

A preocupação com os aspectos de responsabilidade social decorre da exposição e visibilidade da empresa em um ambiente onde a sociedade civil se organiza e constroem as suas instituições com base em sua herança cultural, seus valores e crenças.

Daí a necessidade de a empresa desenvolver programas sociais específicos que se adaptem aos respectivos ambientes institucionais que agreguem valor à imagem corporativa.

Nesses ambientes, a sociedade civil no sentido mais amplo se organiza, o exercício da cidadania, os direitos e deveres se consolidam, cada qual à sua maneira, de forma endógena, ao mesmo tempo em que ela é influenciada pelos exemplos de outras sociedades. Mas as sociedades, democraticamente, construíram as suas próprias instituições, com base em sua herança cultural, seus valores e crenças. (MACHADO FILHO, 2007, p.18).

2.1.5 Responsabilidade social empresarial

A idéia de Responsabilidade Social Empresarial originou-se com a proposta das empresas