Jogos indigenas

Esporte e cultura: analise acerca da esportivização de práticas nos jogos indígenas

        O estudo constitui um diálogo entre os campos de educação física e ciências sociais. O objetivo e compreender os sentidos e significados dessas práticas a partir de uma leitura do contexto no qual estão inseridas, isto é, os IX Jogos dos Povos Indígenas realizado em 2007. As práticas corporais observadas nesse evento, constituem um conjunto de manifestações da cultura corporal de movimento de cada etnia indígena.

        O esporte aparece como um meio de interação entre distintas comunidades indígenas e dessas com a sociedade nacional Entende-se que os sentidos apresentados tem fundamental importância para a compreensão do comportamento indígena.

        A investigação foi feita pesquisas distintas. Inicialmente uma pesquisa bibliográfica, Rubio, Furtada e Silva (2006, p.112) contribui para o estudo ao afirmar “o que se assiste nas últimas edições é o acirramento da disputa entre as diversas nações por uma melhor colocação”

        Na IX edição dos jogos dos povos indígenas aconteceu, o trabalho de campo. Observação participante; entrevistas com roteiros pré-estruturados; coleta de registros fotográficos; áudio, vídeo além de anotações. Nesse trabalho se busca a compreensão de um fenômeno complexo e relacional que se coloca em um contexto moderno, mas cujo as bases tem por fundamentos elementos das sociedades tradicionais.

        O olhar sociocultural sobre o corpo, mostra que semelhanças e diferenças físicas estão ligadas a cultura do local onde se nasce. AS técnicas corporais são as “maneiras pelas quais os homens, de sociedade a sociedade, de forma tradicional sabem servir-se de seus corpos” (MAUSS, 2003 p.401).

        Possuem tradição, que se aprendem por processos educativos característico de cada cultura. Dentre algumas técnicas corporais, as técnicas do movimento, são utilizadas nos jogos e brincadeiras indígenas, bem como no esporte. Toda técnica ou atitude corporal tem sua especificada. Neste sentido entende-se a linguagem corporal como um discurso convecionalizado e normativo.

        “Reconhece-se a capacidade de uma criança de aprender a partir de jogos e brincadeiras” (GRANDO, 2006 p.231). As práticas corporais como rituais ocorridos nas aldeias cumprem a função de ensino e aprendizado da maneira de fazer, pensar e sentir que são específicos por gênero e idade de cada etnia.

        A “Fabricação do corpo” é de maneira resumida influenciada pela cultura que o envolve. “Consequentemente, atuar no corpo implica atuar sobre a sociedade na qual esse corpo está inserido” (DAÓLIO, 1995, p.42).

        Os jogos, a dança e as brincadeiras tem sua própria “identidade” em cada cultura. “O corpo é a objetivação mais irrecusável do gosto[...] oi seja, a maneira de trata-lo, cuidar dele, alimenta-lo, sustenta-lo, que é reveladora das disposições mais profundas do habitus. (BOURDIEU, 2008 p. 179).

        Lévi-Strauss (2007, p. 48) Veio diferenciar o Jogo (esportivizado) e o jogo tradicional (ritualizado). Na IX edição dos jogos dos Povos Indígenas, as práticas corporais indígenas passiveis de normatização foram realizadas de maneira competitiva.

        Os protagonistas do encontro social, em muitos casos, não foram capazes de reconhecer, em seus depoimentos, que as corsões sociais tem influência em seu comportamento.

        O evento permitiu a construção de um processo hibrido na maneira dos povos indígenas usarem e servir-se de seus corpos, isto é, nos usos e apropriações das práticas corporais tradicionais que se reconfiguram por meio da adoção de elementos e valores tradicionais e modernos.