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Just In Time E Kanban

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Por:   •  18/9/2014  •  6.025 Palavras (25 Páginas)  •  590 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O tema central deste trabalho será a realidade do pólo industrial de Manaus PIM. Também aborda a filosofia Just in time e o Sistema Kanban. Ao falarmos de Just in time surge de imediato à idéia de produção sem stocks, inventários ao nível de zero, produção “magra” e sistema de produção japonês. É que esta técnica, se assim a podemos chamar, é uma das características mais visíveis de muitas das empresas do pólo industrial de Manaus, cada vez mais disseminada pelo tecido empresarial mundial.

O presente trabalho tem como principal objetivo abordar de forma global o Just in time, e kanban estudar como a sua aplicação é possível no contexto produtivo das empresas do PIM. Trata-se, de fato, do desenvolvimento de um tema que se revela de grande interesse no âmbito de uma economia em desenvolvimento e em crescente concorrência no mundo empresarial. A concretização do Mercado Único e do Espaço Econômico Europeu veio dar um grande impulso ao poder produtivo/comercial da Europa face aos outros dois grandes espaços econômicos desenvolvidos: os Estados Unidos e o Japão. No seio de um ambiente competitivo de algo modo turbulento, as empresas mais do que nunca precisam definir uma estratégia que especifique o tipo de vantagem competitiva que devem seguir no seu setor, e como a pretendem alcançar.

O sistema just-in-time foi um tema bastante abordado nos anos setenta/oitenta, altura em que todo o mundo se voltava com curiosidade para a forma produtiva das empresas japonesas. Atualmente é dada mais atenção não ao sistema em si, mas às suas condições de aplicabilidade e às suas reais vantagens/proveitos. Existem vários motivos que levam a que a aprendizagem e compreensão deste tema sejam de grande importância. Em japonês, as palavras para just in time significam “no momento certo”, “oportuno”. Uma melhor tradução para o inglês seria o just in time, ou seja, em tempo, exatamente no momento estabelecido. In time, em inglês, significa “a tempo”, ou seja, “não exatamente no momento estabelecido, mas um pouco antes, com certa folga”.

1) O QUE É JUST IN TIME?

1.1) ENTENDA COMO O JUST IN TIME FUNCIONA.

O Just in time é uma proposta de reorganização do ambiente produtivo assentada no entendimento de que a eliminação de desperdícios visa o melhoramento contínuo dos processos de produção, é a base para a melhoria da posição competitiva de uma empresa, em particular no que se referem os fatores com a velocidade, a qualidade e o preço dos produtos.

O "JIT" é as iniciais de Just in time/Total Quality Control, um método para gestão da produção. Como se pode perceber pela designação o controla da produção é feito enquanto o bem é produzido, e não no fim. Inclusivamente, o controlo é feito pelos próprios operários, como veremos mais adiante. Como se sabe o Japão é pequeno, muito populado e pobre em recursos. É por isso que o princípio base do JIT é evitar enormes armazéns de stocks e de peças defeituosas, poupando espaço e, ao mesmo tempo, todo um conjunto de recursos que têm que ser disponibilizados para manter esses armazéns.

No entanto, o termo, conforme Shingo (1996) sugere muito mais que se concentrar apenas no tempo de entrega, pois isso poderia estimular a superprodução antecipada e daí resultar em esperas desnecessárias. Cada processo deve ser abastecido com os itens necessários, na quantidade necessária, no momento necessário – just-on-time, ou seja, no tempo certo, sem geração de estoque. Toda atividade que consome recursos e não agrega valor ao produto é considerado um desperdício.

Dessa forma, estoques que custam dinheiro e ocupam espaço, transporte interno, paradas intermediárias, refugos e retrabalhos são formas de desperdício e conseqüentemente devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo. Just in Time significa que, em um processo de fluxo, as partes corretas necessárias à montagem alcançam a linha de montagem no momento em que são necessários e somente na quantidade necessária, afirma Ohno (1997). Uma empresa que estabeleça esse fluxo integralmente pode chegar ao estoque zero.

Do ponto de vista da produção, esse é um estado ideal. Segundo Uhlmann (1997), posteriormente o conceito de JIT se expandiu, e hoje é uma filosofia gerencial que procura não apenas eliminar os desperdícios, mas também colocar o componente certo, no lugar certo e na hora certa. As partes são produzidas em tempo de atenderem às necessidades de produção, ao contrário da abordagem tradicional de produzir para caso as partes sejam necessárias. O JIT leva a estoques bem menores, custos mais baixos e melhor qualidade do que os sistemas convencionais.

1.2) COMO SURGIU

O Just in Time surgiu no Japão, no princípio dos anos 50, sendo o seu desenvolvimento creditado à Toyota Motor Company, a qual procurava um sistema de gestão que pudesse coordenar a produção com a procura específica de diferentes modelos de veículos com o mínimo atraso. Quando a Toyota decidiu entrar em pleno fabrico de carros, depois da Segunda Guerra Mundial, com pouca variedade de modelos de veículos, era necessária bastante flexibilidade para fabricar pequenos lotes com níveis de qualidade comparáveis aos conseguidos pelos fabricantes norte-americanos. Esta filosofia de produzir apenas o que o mercado solicitava passou a ser adaptada pelos restantes fabricantes japoneses e, a partir dos anos 70, os veículos por eles produzidos assumiram uma posição bastante competitiva.

Desta forma, o Just in Time tornou-se muito mais que uma técnica de gestão da produção, sendo considerado como uma completa filosofia a qual inclui aspectos de gestão de materiais, gestão da qualidade, organização física dos meios produtivos, engenharia de produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos. O sistema característico do Just in Time de "puxar" a produção a partir da procura, produzindo em cada momento somente os produtos necessários, nas quantidades necessárias e no momento necessário, ficou conhecido como o método Kanban. Este nome é dado aos "cartões" utilizados para autorizar a produção e a movimentação de materiais, ao longo do processo produtivo.

Embora se pense que o sucesso do sistema de gestão Just in Time seja intrínseco às características culturais do povo japonês, cada vez mais empresas americanas e européias se têm convencido que esta filosofia é composta de práticas que podem ser aplicadas em qualquer parte do mundo. Para a filosofia Just in Time, em cada etapa do processo produzem-se somente os produtos necessários para a

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