MEIOS DE PREVENÇÃO PARA POLUIÇÃO INDUSTRIAL NA INDÚSTRIA CIMENTEIRA

MEIOS DE PREVENÇÃO PARA POLUIÇÃO INDUSTRIAL NA INDÚSTRIA CIMENTEIRA

Antônio Marcos dos Santos

Aurileia de Carvalho Lopes

Ayane Farias Oliveira da Silva

David Allan Pinheiro do Nascimento

Eryck da Silva Rodrigues

Waldiley Paim Pamplona

RESUMO

Este artigo trata das ações para o desenvolvimento sustentável dentro das industrias cimenteiras, levando em consideração o processo produtivo e suas respectivas necessidades dentro do processo produtivo, desde a extração até o consumo final do produto. Algumas leis, resoluções e planos de ações são citados de forma a exemplificar como adequar o processo à um sistema que gere menos poluição atmosférica, no solo e na água, reduzindo assim os riscos iminentes à população e aos trabalhadores que atuam diretamente na indústria.

Palavras chave: Indústria Cimenteira, Desenvolvimento Sustentável.

1. INTRODUÇÃO

Em meados do século XIX, durante os processos de industrialização e urbanização mundial, que iniciou-se a intensificação das problemáticas ambientais e a preocupação com as consequência dos impactos gerados pela produção industrial sobre a saúde, além das condições sanitárias e ambientais. Dando, assim, inicio ao movimento ambientalista criando o campo da saúde ambiental, que examina os aspectos da qualidade de vida humana, investigando os fatores ambientais, sejam físicos, químicos, biológicos ou sociais. Realizando os controles e prevenções necessários de forma a proteger o ser humano das agressões do meio.

Um dos grandes problemas gerados pela industrialização, até os dias atuais, são a disposição e geração de resíduos não passiveis de reciclagem ou reaproveitamento, criando problemas na esfera legal e ambiental. Nesse contexto, as indústrias cimenteiras tem grande significado nesse numero de geração de resíduos. Sendo assim, um dos principais focos para atuação na destinação correta de seus resíduos.

Alguns programas são desenvolvidos a fim de avaliar o desenvolvimento sustentável das empresas cimenteiras, identificando as ações a serem desenvolvidas para acelerar o processo de desenvolvimento sustentável, criando um sistema operacional que permita o envolvimento de outras empresas. O sistema é chamado de Iniciativa para a Sustentabilidade do Cimento.

2. OS IMPACTOS NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO

O processo de fabricação de cimento no Brasil é dividido em duas etapas, na mineração do calcário e na produção em si do cimento, constituído pelas etapas de moagem de matérias-primas (calcário, argila, óxidos de ferro e alumínio), clinquerização da farinha obtida na moagem, moagem do clínquer e adição de gesso, por fim, o ensacamento e expedição do produto final.

Esse processo é apontado como um dos maiores geradores de impactos ambientais e sociais, afetando a população residente em torno das fábricas com contaminações no meio natural (ar, água e solo). A indústria cimenteira emite na atmosfera cerca de 3% do total de gases de efeito estufa e em torno de 5% de CO². Dividindo essas emissões em 50% referentes ao processo produtivo, 5% ao transporte, 5% a eletricidade e a porcentagem restante ao processo denominado clinquerização.

O impacto da fabricação do cimento ocorre durante todas as suas fases: extração, produção e destinação final. Tornando esse processo uma das maiores fontes poluidoras atmosféricas, liberando poluentes perigosos como dioxinas e metais tóxicos (mercúrio, chumbo, cadmio, arsênio, antimônio e cromo). Esses materiais podem ser liberados em concentrações muito pequenas, que por conta de sua volatilidade e comportamento químico, são emitidos em forma de vapor.

Os compostos podem contaminar pelo ar, através da inalação ou contato com os poluentes atmosféricos. Pelo solo através da ingestão, inalação ou contato com o solo e as poeiras contaminadas. Pela agua, pela ingestão ou contato. Pela ingestão de alimentos contaminados.

O processo produtivo do cimento causa risco também à saúde dos trabalhadores das fabricas, principalmente com o risco de desenvolverem doenças respiratórias. Isso devido a exposição à grandes concentrações de partículas em suspenção, falta de equipamentos de proteção, a politicas de proteção dentro das fabricas, etc.

3. A SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO DO CIMENTO

Buscando soluções e alternativas para a melhoria e aperfeiçoamento da proteção do meio ambiente, levou-se a formar a entidade World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), contando com 170 companhias internacionais, dentro delas 10 dos maiores grupos cimenteiros do mundo.

Primeiramente, deve-se caracterizar os aspectos fundamentais da indústria cimenteira segundo a WBCSD:

• Produto essencial;

• Uso intensivo de capital;

• Uso intensivo de energia;

• Mão-de-obra pouco intensiva;

• Produto homogêneo;

• Mercado composto por empresas locais e globais;

• Papel importante na questão das alterações climáticas;

• Indústria moderna nos países em desenvolvimento;

• Um produto pesado e de baixo custo

Essa entidade visa buscar para o setores componentes a definição de ferramentas para o desenvolvimento sustentável. Dentro do plano de ação, encontram as seguintes diretrizes:

• Avaliar o que o desenvolvimento sustentável significa para a indústria cimenteira;

• Identificar e promover ações que acelerem o processo de desenvolvimento sustentável;

• Criar uma estrutura operacional que permita capacitar outras empresas do setor;

• Criar uma estrutura operacional que estimule o envolvimento de “stakeholders”.

As referências legais utilizadas para guiar as atividades de desenvolvimento sustentável dentro das indústrias cimenteiras