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MODELAGEM MATEMÁTICA: A LITERATURA PRESENTE NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA E DE CONTEXTOS MATEMÁTICOS

Por:   •  19/2/2020  •  Artigo  •  3.665 Palavras (15 Páginas)  •  234 Visualizações

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MODELAGEM MATEMÁTICA: A LITERATURA PRESENTE NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA E DE CONTEXTOS MATEMÁTICOS

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Resumo:

Esse artigo tem por objetivo relatar experiências referentes a um trabalho desenvolvido no 4º ano do curso de licenciatura em matemática da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), na disciplina de Tópicos em Educação Matemática, que envolveu a aplicação da tendência Modelagem Matemática, segundo a concepção de Burak. O tema escolhido para abordar a modelagem foi literatura. A partir desse tema gerador, foi possível formular problemas que envolviam o ensino da matemática, os quais por meio de obras literárias como: “O Homem de Calculava”, e também “20000 Léguas Matemáticas - um passeio pelo misterioso mundo dos números”, onde as referidas obras literárias contêm relações com a matemática, foi possível abranger conceitos da matemática, bem como de história da matemática, que podem ser abordados em sala de aula. Com o trabalho desenvolvido, percebeu-se uma forma dinâmica e interessante de abordar conteúdos matemáticos, favorecendo a interdisciplinaridade e despertando o interesse dos alunos para, em trabalho conjunto com o professor, construírem os conceitos matemáticos.

Palavras-chave: Modelagem Matemática. Literatura. Ensino e Aprendizagem.

Introdução

O ensino de matemática, constantemente vem sendo repensado e discutido em diversos ambientes de ensino e aprendizagem. Por se tratar de uma disciplina não muito atrativa para vários alunos, o professor necessita compreender diversos meios didáticos para despertar o interesse de seus alunos e, ao mesmo tempo, facilitar a compreensão dos conceitos matemáticos e dessa forma possibilitar que de fato a aprendizagem ocorra. Esses meios estão sujeitos a aperfeiçoamentos conforme as necessidades e as especificidades de cada sala de aula, a fim de melhorar o ensino matemático. Entretanto, muitos professores ainda insistem em práticas docentes tradicionais, onde o professor é o detentor do saber e os alunos meros receptores, impossibilitando a construção de sentidos por parte dos alunos e desmotivando o interesse em aprender matemática.

Diante desta questão, muitas metodologias educacionais são desenvolvidas visando o ensino e aprendizagem significativa, onde ocorra interesse e motivação na troca de saberes. Algumas dessas metodologias educacionais, que possuem grande potencial, são as tendências metodológicas da Educação Matemática, as quais norteiam a prática docente, e são: Resolução de Problemas, Modelagem Matemática, Mídias Tecnológicas, Etnomatemática, História da Matemática e Investigação Matemática.

Neste trabalho a atenção será voltada para a Modelagem Matemática, a qual, segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o Ensino de Matemática, é uma tendência “que tem como pressuposto a problematização de situações do cotidiano. Ao mesmo tempo em que propõe a valorização do aluno no contexto social, procura levantar problemas que sugerem questionamentos sobre situações de vida” (BRASIL, 2008).

Para o futuro professor de matemática é necessário o conhecimento dessa metodologia, não somente o saber teórico, mas também o saber prático.

Neste sentido, é de suma importância que os acadêmicos da licenciatura em matemática conheçam a tendência da modelagem e saibam como aplicá-la em sua futura docência.

Desta forma, foi realizado um trabalho de modelagem com duas acadêmicas do 4º ano do curso de licenciatura em matemática do turno matutino da Unicentro, sobre mediação da professora da disciplina de Tópicos em Educação Matemática, no qual foi possível o conhecimento desta tendência de forma dinâmica, interessante e incentivadora para a prática docente.

O objetivo principal do trabalho é compreender sobre a Modelagem Matemática e sua relevância ao ser utilizada em sala de aula. Neste trabalho, foi adotada a concepção de Modelagem de Dionísio Burak, analisando as etapas do processo desta tendência metodológica na prática, para facilitar a compreensão de sua importância no ensino de matemática e perceber de que forma pode ser aplicada em sala de aula.

Fundamentação teórica

A concepção de modelagem de Burak é baseada em um conjunto de procedimentos cujo objetivo é construir um paralelo entre tentar explicar, matematicamente, os fenômenos presentes no cotidiano do ser humano, ajudando-o a fazer predições e a tomar decisões (BURAK, 1992, p. 62).

Neste sentido, a modelagem matemática tem grande importância no âmbito do ensino e aprendizagem, dando ênfase ao significado dos conteúdos matemáticos, priorizando o interesse dos alunos e o envolvimento dos mesmos neste processo.

O processo de modelagem matemática, segundo Burak (2010), desenvolve-se em etapas, sendo elas: 1ª) Escolha do tema gerador, partindo do interesse do aluno; 2ª) Pesquisa exploratória sobre o tema, a qual será realizada pelo aluno sobre mediação do professor; 3ª) Levantamento de problemas, no qual o aluno elabora conjecturas que relacionem o tema com a matemática; 4ª) Resolução de problemas, desenvolvendo os conteúdos matemáticos inserido no contexto temático e; 5ª) Análise crítica de soluções, na qual são abordadas as reflexões acerca dos resultados.

 A concepção por etapas que Burak propõe, permite destacar o conhecimento a partir da construção por parte do aluno, de forma contextualizada com o ambiente no qual o estudante está inserido.

O papel do professor é mediar o processo de modelagem em cada uma das etapas, fazendo com que os alunos utilizem o conhecimento prévio, pesquisem com autonomia e busquem as devidas soluções, descobrindo e aprendendo por meio deste processo os conteúdos matemáticos envolvidos, a importância da matemática e como esta disciplina é utilizada em outras áreas do conhecimento, favorecendo a aprendizagem significativa.

 De acordo com Ausubel, a principal função do organizador está em preencher o hiato entre aquilo que o aprendiz já conhece e o que precisa conhecer antes de poder aprender significativamente a tarefa com que se defronta (AUSUBEL, 1980, p. 144).

 Desta forma, o professor é o mediador da interação de conhecimentos prévios e conhecimentos novos do aluno e esta interação ocorre a partir da pesquisa, formulação de problemas e descobertas. Assim, o ensino e aprendizagem significativos tornam-se dinâmicos, interativos, autônomos e principalmente interessantes.

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