MONUMENTO E MONUMENTO HISTÓRICO
Dissertações: MONUMENTO E MONUMENTO HISTÓRICO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: baperao • 24/10/2014 • 1.321 Palavras (6 Páginas) • 3.377 Visualizações
INTRODUÇÃO
Neste trabalho será apresentado um tipo específico de patrimônio histórico, o representado pelas edificações. Será feita uma breve apresentação sobre como as comunidades, no passado, se relacionavam com seus patrimônios, e também, será discutido sobre o significado de monumento e monumento histórico, mostrando através da semântica da palavra monumento e de exemplos, como essas duas palavras que hoje parecem sinônimos, são em muitos aspectos opostas.
Assim, o presente trabalho tem por objetivo apresentar um resumo do texto Monumento e Monumento Histórico, de Françoise Choay e propor uma discussão sobre o mesmo.
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
Patrimônio, na origem da palavra, estava ligada às estruturas familiares, econômicas e jurídicas de uma sociedade. A palavra também é definida pelo Dictionarie de la langue française (É, Littré), que diz que patrimônio é o “bem de herança que é transmitido, segundo as leis, dos pais e das mães aos filhos”.
Já o Patrimônio Histórico, a princípio, era a expressão dada às obras e obras-primas das belas-artes e das artes aplicadas, trabalhos e produtos de todos os saberes e savoir-faire dos seres humanos. Entre os bens incomensuráveis e heterogêneos do patrimônio histórico, será tratado as edificações, que em outros tempos eram chamadas de monumentos históricos. Esses monumentos históricos provinham da arqueologia e da história da arquitetura erudita.
Mas o conceito é mutável, e o domínio patrimonial já não se limita mais aos edifícios individuais, ele agora compreende os aglomerados de edificações e a malha urbana: aglomerados de casas e bairros, aldeias, cidades interias e mesmo o conjunto de cidades.
Muitos monumentos foram demolidos, tanto em guerras, quanto para construção de alguma outra edificação no lugar, e juntos foram embora grandes memórias. Na frança, uma recém construída da comissão do “patrimônio do século XX” estabeleceu critérios e uma tipologia para não deixar escapar nenhum testemunho historicamente significativo.
Da primeira Conferência Internacional para a Conservação dos Monumentos Históricos, que aconteceu em Atenas em 1931, só participaram países europeus. A segunda, em Veneza, no ano de 1964, contou com a participação de três países não europeus: a Tunísia, o México e o Peru. Quinze anos mais tarde, oitenta países dos cinco continentes haviam assinado a Convenção do patrimônio Mundial.
Porém havia (e ainda há) muitos pensadores que criticam a preservação desses monumentos, dizendo, como Pierre Patte, o arquiteto de Luís XV, que era preciso “abandonar” as construções góticas para seu plano de restaurar e embelezar Paris desse certo.
Na questão do tombamento, os proprietários reivindicam o direito de dispor livremente de seus bens para deles tirar o prazer ou o proveito que bem entendam. Nos Estados Unidos, a limitação do uso do patrimônio histórico privado é considerada um atentado contra a liberdade dos cidadãos.
Mas, para entender o termo “monumento” é preciso conhecer a origem da palavra, que deriva do latim monumentum, que significa “advertir”, “lembrar”, ou seja, aquilo que traz a lembrança de alguma coisa. Não se trata de dar uma informação neutra, mas de tocar, pela emoção, uma memória viva. È chamado então, nesse contexto, de monumento, tudo o que dor edificado por uma comunidade de indivíduos para rememorar ou fazer que outras gerações de pessoas rememorem acontecimentos, sacrifícios, ritos ou crenças. O passado é, então, localizado e selecionado para fins vitais, na medida em que pode, de forma direta, contribuir para manter e preservar a identidade de uma comunidade étnica ou religiosa, nacional, tribal ou familiar. Tenta combater a angústia da morte e do aniquilamento.
Furetière deu ao termo um valor arqueológico, em detrimento de ser valor memorial: “testemunha que nos resta de alguma grande potência ou grandeza dos séculos passados. As pirâmides do Egito, o Coliseu, são belos monumentos da grandeza dos reis do Egito, da República Romana. A ideia de monumento, então, liga-se mais ao efeito produzido pelo edifício, que ao seu fim ou destinação; ajusta-se e aplica-se a todos os tipos de edificações.
A partir do século XVII monumento denota o poder, a grandeza, a beleza: cabe ao termo explicitar e afirmar os grandes desígnios públicos promover estilos, falar à sensibilidade estética.
Nos dias de hoje, o sentido de monumento mudou mais um pouco. Sucedeu-se o encantamentos ou espanto provocados pela proeza estética técnica e por uma versão moderna colossal. A partir disso, o monumento se impõe à atenção sem plano de fundo, atua no instante, substituindo seu antigo status de signo pelo de sinal.
Com a invenção da imprensa apareceram novas criações e aperfeiçoamentos de formas de conservação do passado: memória das técnicas de gravação da imagem e do som, que aprisionam e restituem o passado sob uma forma mais concreta, porque se dirigem diretamente aos sentidos e à sensibilidade, “memórias” dos sistemas eletrônicos mais abstratos e incorpóreos.
Toda construção, qualquer que seja o destino, pode ser promovida a monumento pelas novas técnicas de comunicação. Enquanto tal, sua função
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