Machismo Invertido
Dissertações: Machismo Invertido. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: kimbocwb • 27/11/2013 • 274 Palavras (2 Páginas) • 275 Visualizações
Certo dia, pula pra mim um anúncio no Facebook: "Avalie os garotos de sua cidade", ou qualquer coisa do tipo. A identidade visual é toda trabalhada em roxo (cor-de-rosa não cola mais entre jovens e adolescentes, pelo jeito) e preto, com uma pegada moderninha. . O nome do aplicativo anunciado (vale um prêmio para a equipe de marketing) é "Lulu".
“Lulu” evoca ela, aquela mesma, Luluzinha. Lembram dela? A personagem foi criada em 1935 por uma cartunista chamada Marjorie Buell, que continuou a comandar o Lulu-business mesmo depois de 1945, quando John Stanley assumiu roteiros e desenhos dos gibis individuais. Ao contrário do que possa parecer, contrariando a trajetória comum de tantas personagens femininas, Luluzinha não nasceu como coadjuvante de seu "oposto-semelhante" Bolinha. Lulu foi protagonista desde sempre.
"Luluzinha", assim como o "Clube da Luluzinha" são sinônimos de grupos exclusivamente femininos, que em geral têm um tom forte de empoderamento numa sociedade machista. Não seria, então, uma contradição, que o aplicativo chamado Lulu reproduzisse justamente um comportamento tão criticado pelas feministas em grupos de homens – avaliar e rankear as mulheres segundo critérios autoritários do grupo? As mulheres no Lulu não estariam fazendo o mesmo que reclamam que os homens fazem com elas todos os dias? Me parece que não.
Em primeiro lugar, é preciso lembrar, de novo, que o machismo e a opressão de gênero são estruturais em nossa sociedade. Isso significa que não dependem de ações individuais isoladas para existir. Somos todos socializados com uma maneira de pensar e ver o mundo que reproduz um esquema de dominação. Nenhum homem é isoladamente responsável pelo machismo estrutural, nem nenhuma mulher. Por isso é tão complicado combatê-lo.
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