Memorial
Artigo: Memorial. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: 1770 • 26/3/2015 • 1.041 Palavras (5 Páginas) • 245 Visualizações
2 DESENVOLVIMENTO
Em meados da década de 30 surge o Serviço Social profissional, nesse período registrava-se uma intensificação do processo de industrialização e a economia ganhava um impulso significativo. Essas mudanças no contexto sócio-político e econômico brasileiro tiveram início com a Revolução de 30, considerada m marco na história contemporânea do Brasil, pois marcou a divisão de dois períodos da nossa história: o primeiro foi à vigência do sistema agrário-comercial, ligado ao capitalismo internacional e a segunda o sistema urbano-industrial, direcionado para o mercado interno. As condições de trabalho eram muito precárias e o estado de tensão era permanentemente por falta de uma legislação trabalhista.
A institucionalização do Serviço Social no Brasil foi enfrentada pela sociedade brasileira através da Igreja Católica e dos setores mais abstratos da burguesia, repassando ideologicamente para os leigos, principalmente para a parcela feminina, a ideologia dos serviços assistenciais, como missão, tendo este um cariz de benevolência social. Com o agravamento da questão social, a classe trabalhadora insatisfeita com os serviços prestados pela Igreja, reivindicava, através de movimentos sociais, políticas que respondessem aos problemas de forma mais ampla, sendo, portanto, necessária a intervenção estatal no intuito de conter tais movimentos.
“... o contexto histórico político brasileiro de desenvolvimento dos serviços sociais como iniciativa de Estado e da emergência das primeiras escolas de Serviço Social, na década de 30, foi fortemente marcado pelas abordagens e pela ação política do movimento de higiene mental, em relação ao qual o Serviço Social Católico se aliou numa relação de complementaridade e de demarcação de ares de competência.” (VASCONCELOS, 2002, p.129)
O Serviço Social é uma das poucas profissões que trata da questão humana, no seu sentido mais intrínseco possível, sem penetrar no âmbito da Psicologia, porém, buscando suprir as necessidades humanas, sem oferecer esmolas, mas necessariamente inclinado os necessitados para a evolução humana e social. Estando a serviço do setor público ou privado, busca conciliar as duas partes (instituição e usuário) na tentativa de aproximá-los sem prejuízo para nenhum dos dois.
O Serviço Social trata-se, então, de uma profissão que está historicamente situada e principalmente criada para atender a uma forte demanda da época, onde busca aproximar os antagonismos, para diminuir as cisões e as lacunas sociais, para aproximar as classes e buscar sempre o acesso aos direitos. Mostra ainda todo o percurso feito pelo capitalismo e seu incrível modo de produção, que não mediu esforços e não poupou sequer a humanidade exclusiva do ser humano, e expandiu-se exageradamente, reconhecendo-se também ser o Serviço Social, senão uma de suas profissões, mas, no mínimo fruto de suas estratégias para encobrir a face do pauperismo e da “questão social”. Usando de ideologias, e tantos outros recursos, invadiu a sociedade, criou sociedades novas e dilacerou até a convivência familiar, porém, não deixou de se expandir e, juntamente com seu progresso causou miserabilidades ferrenhas e desumanas, precisando recorrer ao Estado a ações assistenciais para tentar suprir suas profundas marcas de exploração e alienação feitas na estrutura social.
O memorial do processo de institucionalização do Serviço Social vem junto à sociedade, ao longo de sua existência, cumprindo seu papel em suas proposições, no Brasil e no mundo, contribuindo para a manutenção no campo dos direitos, no universo da família, do trabalho e da sociedade como um todo, combatendo todas as formas de violação dos direitos.
Toda a demanda da assistência social e evolução da categoria podem ser justificadas na emergência da questão social, a partir dos embates do acirramento da classe trabalhadora com a elite capitalista em sua relação capital trabalho que constituíram a atuação e reformulação da assistência social e dos profissionais da categoria desde o rompimento com uma prática que tinha como base um cunho caridoso de assistência ao patamar de planejamento e execução de políticas. A Política de Assistência Social, bem como a profissão de Serviço Social, foi institucionalizada
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