Mulheres Brasileiras
Ensaios: Mulheres Brasileiras. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: pocoto • 28/2/2015 • 488 Palavras (2 Páginas) • 345 Visualizações
Para nós, mulheres brasileiras, há ótimas novidades a serem comemoradas – como a Lei Maria da Penha,
que reprime a violência contra a mulher. Mas nem tudo é comemoração. A cada ano, por complicações
da gravidez, parto ou pós-parto, morrem, no Brasil, cerca de 73 mulheres por 100 mil crianças
nascidas vivas (em comparação a 19 mortes no Chile e seis no Canadá).
Morte materna é aquela que acontece durante a gestação ou em um período de 42 dias após seu
término, devido a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação
a ela. É uma tragédia para famílias e comunidades, pois essas mulheres, que morrem jovens – com
29 anos de idade, em média, no Brasil –, são as principais responsáveis pelo cuidado das crianças e,
muitas vezes, sua única fonte de sustento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 90% desses óbitos são evitáveis. No Brasil, a cada dia
morrem quatro mulheres, em algum hospital, por causas relacionadas à gravidez. São 1.600 óbitos oficiais
(nem todos são notificados), número pequeno se considerarmos o total de partos, mas que poderia
ser reduzido a 160. No Chile, houve grande redução da mortalidade materna na última década, por
meio de medidas que não demandam tecnologia de alto custo e controlam a hipertensão associada à
gravidez, infecções e hemorragias, causas mais freqüentes de óbito materno evitável. As complicações
do aborto também aparecem entre as causas principais no Brasil, já que, por ser considerado criminoso,
ocorre na clandestinidade, sob condições precárias de assistência para as mulheres mais pobres.
Há décadas se dispõe dos meios necessários para que nenhuma mulher morra por complicações
associadas à gravidez. No entanto, ainda se morre, e de forma muito desigual. No Estado do Rio de
Janeiro, entre 2001 e 2003, aquelas que tinham menos de três anos de estudo morreram quatro vezes
mais do que mulheres com nível universitário. Além de ser socialmente desigual, há também grande
disparidade racial: mulheres pretas morreram cerca de cinco vezes mais, independente dos anos de
estudo.
Contribuindo para o aumento do risco de mortalidade materna e neonatal no Brasil, as taxas de
cesariana, muitas vezes indicada sem justificativa, estão entre as mais altas do mundo. Apesar da instituição
do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna em 2004 – que visa garantir adequado
atendimento ao parto, acesso ao planejamento familiar,
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