O AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO
Por: ines-pistachio • 5/11/2022 • Trabalho acadêmico • 555 Palavras (3 Páginas) • 84 Visualizações
[pic 1] | AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO 170586 ESCOLA SECUNDÁRIA C/3º CICLO DO ENTRONCAMENTO | [pic 2] |
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GRUPO I
Educação Literária
Parte A
Leia atentamente o texto seguinte.
Leve, breve, suave,
Um canto de ave
Sobe no ar com que principia
O dia.
Escuto, e passou...
Parece que foi só porque escutei
Que parou.
Nunca, nunca em nada,
Raie a madrugada,
Ou 'splenda o dia, ou doure no declive,
Tive
Prazer a durar
Mais do que o nada, a perda, antes de eu o ir
Gozar.
Fernando Pessoa
- Explicite o sentido do verso 5.
- Relacione os versos 5 e 7 com a temática deste poema.
- A segunda estrofe é claramente disfórica. Prove a veracidade desta afirmação.
Parte B
Leia atentamente o texto seguinte.
Li hoje quase duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E ri como quem tem chorado muito.
Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos.
Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as pedras têm alma
E que os rios têm êxtases ao luar.
Mas flores, se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras tivessem alma, eram cousas vivas, não
eram pedras;
E se os rios tivessem êxtases ao luar,
Os rios seriam homens doentes.
É preciso não saber o que são flores e pedras e rios
Para falar dos sentimentos deles.
Falar da alma das pedras, das flores, dos rios,
É falar de si próprio e dos seus falsos pensamentos.
Graças a Deus que as pedras são só pedras,
E que os rios não são senão rios,
E que as flores são apenas flores.
Por mim, escrevo a prosa dos meus versos
E fico contente,
Porque sei que compreendo a Natureza por fora;
E não a compreendo por dentro
Porque a Natureza não tem dentro;
Senão não era a Natureza.
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXVIII"
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