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RESENHA CRÍTICA ACERCA DO ARTIGO “O PROCESSO DE LUTO” DA AUTORA VERA ALEXANDRA BARBOSA RAMOS

Por:   •  2/12/2018  •  Resenha  •  959 Palavras (4 Páginas)  •  1.376 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA ACERCA DO ARTIGO “O PROCESSO DE LUTO” DA AUTORA VERA ALEXANDRA BARBOSA RAMOS

       A presente resenha crítica sobre o artigo da autora Vera Alexandra Barbosa Ramos, buscou analisar e evidenciar as questões envolvidas com o processo de luto, suas particularidades para cada sujeito e impactos. Bem como as possíveis atuações e intervenções do psicólogo frente a estas questões.  

       Em um primeiro momento, a autora traz a discussão a definição conceitual sobre luto. Conceito este explorado de maneira correta, uma vez que abrange inúmeras formas da perda, não somente “seguido da morte em si”, mas também “[...] perante o término de uma relação amorosa ou a perda de um membro do nosso corpo, após um acidente ou após uma cirurgia, ou quando perdemos um animal de estimação [...]” (RAMOS, [2016]). Ela traz ainda o conceito de saúde explorado pela Organização Mundial de Saúde, o qual define se como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença, ou enfermidade” (apud RAMOS, [2016]), para demonstrar que “modelos biomédicos” reducionistas já não conseguem lidar de maneira satisfatória frente a complexidade dos sujeitos no processo de luto.

       Em um segundo momento, ela começa a discorrer sobre o processo de luto em si. Traz de maneira acertada a complexidade deste processo, uma vez que o mesmo envolve não somente o âmbito subjetivo, mas relações familiares e aspectos socio culturais. E em corroboração destes argumentos, cita alguns autores e suas concepções acerca do processo de luto, tais como Freud que

[...] quando se perde um significativo, a energia libidinal da pessoa é dominada por pensamentos e memórias acerca do objeto perdido. O sobrevivente não consegue desenvolver novos relacionamentos até que este laço se quebre, permitindo que a energia libidinal seja transferida para um novo objeto. Esta transferência da libido é motivada por um impulso para reduzir a ativação emocional e fisiológica associada à perda. Para Freud, o sobrevivente torna-se hostil e deprimido quando essa energia não é transferida facilmente. São identificados alguns sintomas semelhantes à melancolia, como dor profunda, falta de interesse pelo mundo, perda da capacidade de amar e inibição geral da atividade. Quando o processo de luto está completo, o ego está livre e pronto para investir noutra relação. (RAMOS, [2016]).

Já o autor John Bowlby, em sua teoria de vinculação citada pela autora do artigo, diz que “no início da vida” ocorre a criação de “laços afetivos”, devido a “familiaridade e proximidade com figuras parentais” (RAMOS, [2016]), que estariam ligadas a questões de proteção e sobrevivência. Assim, para Bowlby, há quatro fases em que o sujeito passaria no processo de luto, “para que a perda da vinculação seja reconhecida e a recuperação se dê por concluída” (RAMOS, [2016]). São eles, o choque onde “não se reconhece a perda”, o protesto onde “o indivíduo procura pela pessoa perdida”, o desespero “ao percebimento que a perda é permanente” e a aceitação que “é a adaptação à perda e retorno a seu funcionamento normal”.

       Avançando mais um pouco, a autora traz diferenciações entre o luto normal e patológico. Sendo que o primeiro estaria “relacionado ao facto de a pessoa enlutada conseguir ultrapassar o processo de luto [...]” “[...]num determinado período de tempo [...]” (RAMOS, [2016]) sem prejuízos maiores para sua vida cotidiana. E o segundo, o luto patológico, seria da ordem de um processo o qual se tem um “comportamento não adaptativo face à perda, permanecendo interminavelmente numa única fase, impedindo a sua progressão com vista a finalização do processo de luto” (apud RAMOS, [2016]). Estes conceitos expostos pela autora, a partir de outras citações e de seus próprios estudos, se mostram corretos e precisos, frente as definições psicológicas e da saúde mental sobre a diferenciação do luto normal e do patológico.

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