O Bloco Carajás
Por: 70002018 • 15/4/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 1.316 Palavras (6 Páginas) • 195 Visualizações
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS SUL E SUDESTE DO PARÁ
FACULDADE DE GEOLOGIA
DISCIPLINA: GEOLOGIA HISTÓRICA E DO BRASIL
DOCENTE: DAVIS CARVALHO
Bloco Carajás
Marabá
2008
Por:
Claudio Furtado Júnior
Wanderson Fernandes da Silva
Bloco Carajás
Este trabalho foi elaborado como requisito parcial de avaliação referente à disciplina Geologia Histórica e do Brasil do curso de graduação em Geologia, ministrada pelo docente Davis Carvalho.
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Marabá
2008
INTRODUÇÃO
Carajás é a mais importante província mineral do Brasil, reunindo um singular conjunto de depósitos minerais (ferro, cobre, ouro, manganês, níquel etc.), único no planeta. Embora represente a região mais bem conhecida geologicamente da Amazônia, ainda hoje, lá se efetuam descobertas de importantes jazidas.
A região de Carajás foi formada e estabilizada tectonicamente no Arqueano e Proterozóico , apresentando as seqüências mais antigas e melhor preservadas do Cráton Amazônico. Ela está limitada, a leste, pelo cinturão neoproterozóico Araguaia, a norte, pela província paleoproterozóica Maroni-Itacaiúnas, a sul e a oeste é parcialmente coberta pelas seqüências sedimentares fanerozóicas da bacia de Parecis e pelas rochas vulcânicas paleoproterozóicas do Grupo Iriri .
Segundo Hirata et al., (1982), no contexto regional, considera-se como Província Mineral de Carajás, a área limitada a leste pelos rios Araguaia-Tocantins, a oeste pelo rio Xingu, a norte pela Serra do Bacajá e a sul pela Serra dos Gradaús.
Na literatura, os estudos da região são documentados desde a década de 30, porém somente a partir da década de 60 é que se intensificaram os programas de mapeamentos geológicos e de caráter prospectivo. Na década de 70, trabalhos importantes como Beisiegel et al., (1973) e Silva et al., (1974), através do Projeto RADAM, contribuíram para o avanço no conhecimento litoestratigráfico e estrutural da região. Nas décadas de 80 e 90 foram publicados vários trabalhos a respeito da estratigrafia, geocronologia e evolução geológica da região, sugerindo várias terminologias, agrupamentos e seqüências para os diversos tipos de rochas, como em Hirata et al. (1982), DOCEGEO (1988), Araújo et al. (1988), Araújo e Maia (1991), Oliveira et al. (1994) entre outros.
Hirata et al. (1982) propuseram informalmente uma coluna estratigráfica (Fig. 1) para a região baseada em dados acumulados desde 1974 pela DOCEGEO e outras companhias. Esta coluna engloba as seqüências do tipo Greenstone Belts (Andorinhas) e complexos básicos-ultrabásicos (Pium) aos terrenos arqueanos de alto grau metamórfico do Complexo Xingu. O Proterozóico é representado pelas seqüências Salobo-Pojuca, Grupo Grão-Pará, Formação Rio Fresco, Granito Serra dos Carajás, Grupo Uatumã, Granito Velho Guilherme, Formação Gorotire e Supergrupo Baixo Araguaia.
A Docegel (1988) dando continuidade aos trabalhos de Hirata et al. (1982), atualizou a coluna estratigráfica propondo o Supergurpo Itacaiúnas para englobar todas as seqüências de rochas metavulcano-sedimentares pertencentes aos grupos Igarapé-Salobo, Igarapé-Pojuca, Grão-Pará, Igarapé Bahia e Buritirama. Com isso, os autores configuraram a Província de Carajás em três grandes unidades: Complexo Xingú com gnaisses tonalíticos e granodioritos e rochas metassupracrustais ; Supergrupo Itacaiúnas englobando todas as rochas metavulcano-sedimentares(Igarapé Salobo, Igarapé Pojuca e Grão-Pará) e ,
metarenitos(Grupo Rio Fresco-Formação Águas Claras, de Araujo e Maia 1991) e ; Granitos Intrusivos proterozóicos .
A Província Mineral de Carajás (PMC) está dividida atualmente em dois domínios tectônicos principais o domínio representado pelo Terreno Granito-Greenstone Rio Maria, com idades de 3,0-2,86 Ga (Macambira e Lafon 1995, Dall`Agnol et. al. 2006) e a Bacia tipo rift de Carajás composta dominantemente de rochas metavulcânicas , formações ferríferas bandadas e granitóides com idades de 2,76-2,55 Ga. (Machado et al. 1991, Macambira & Lafon 1995, Barros et al. 2001).
Estes terrenos apresentam características litológicas, tectônicas, estratigráficas e geocronológicas distintas e estão em contato transicional com o Cinturão Itacaiúnas (Araújo & Maia 1991).
CONCLUSÕES
A história tectônica proposta para a região de Carajás permite concluir que:
As rochas Arqueanas da região de Carajás preservam evidências de atividades tectônicas por mais de 2,8 Ga, onde a trama dúctil de alta temperatura desenvolvida nas rochas do embasamento foi reativada diversas vezes exercendo influência decisiva na distribuição, padrão geométrico e cinemático das estruturas posteriormente formadas.
A evolução geológica da Província Mineral de Carajás , no Arqueano e Proterozóico está relacionada a eventos de colisão oblíqua de segmentos continentais , de pelo menos 200 Ga de duração caracterizado pela alternância de movimentos tangenciais e direcionais
Os gnaisses dos complexos Pium, e Xingú são consideradas as unidades mais antigas da região possuindo idades de 3,05 a 2,8 Ga. e constituem o embasamento da Província Mineral de Carajás.
A Província Mineral de Carajás foi fragmentada em diversos segmentos distensivos no Proterozóico devido a atuação de movimentação extensional de direção NE-SW entre 1,92 e 1,88 Ga. Várias unidades foram intrudidas por corpos graníticos e máfico-ultramáficos(Granitos Musa, Jamom, Cigano, Central de Carajás, Banach, Velho Guilherme, Teles Pires, Redenção, destacando-se o Granito Central de Carajás, ) e em alguns intalaram-se bacias preenchidas por rochas vulcânicas e/ou sedimentares(Formação Gorotire).
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