O DESEMPENHO COGNITIVO DE SURDOS NO USO DE JOGOS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Por: Anthoniberg C. de Matos • 22/11/2015 • Projeto de pesquisa • 1.532 Palavras (7 Páginas) • 490 Visualizações
O DESEMPENHO COGNITIVO DE SURDOS NO USO DE JOGOS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Linha de pesquisa 1: Currículo, Didáticas e Métodos de Ensino das Ciências Naturais e Matemática.
Provável Professor(a) Orientador(a): Dra Ivanete Batista dos Santos
1 - INTRODUÇÃO:
Decorrente aos raros materiais específicos para uso no ensino de Matemática para surdos, pois em sua grande maioria dos existentes são para as séries iniciais e devido ao tabu que os alunos têm com a disciplina matemática, pois para estes,
A Matemática constitui-se num campo de conhecimentos originado da necessidade de resolver problemas concretos da realidade, fazendo parte do cotidiano das pessoas. No entanto, a aprendizagem matemática é considerada por muitos alunos na escola como um desafio quase que intransponível acessível apenas para “gênios”. (GIL, p.18, 2007)
Por outro lado, quando nos reportamos às práticas dos professores de matemática, em muitos casos, percebemos que se concentram mais em atividades de exercícios mecânicos, do que mesmo em situações reais. Nessa perspectiva, vale ressaltar que:
[...] um dos maiores erros que se praticam em educação, em particular na Educação Matemática, é desvincular a Matemática das outras atividades humanas, pois, em todas as civilizações existem conhecimentos matemáticos inseridos em contextos culturais (D’AMBRÓSIO,1999, p. 97).
Estendendo essa realidade ao contexto em que há alunos surdos, a situação torna-se mais agravante. Entre os problemas encontrados, podemos citar os seguintes: falta a de um ensino que tenha como base a língua de sinais como primeira língua e a falta de materiais concretos, pela comunidade docente, para a construção do conhecimento matemático do aluno (a) surdo (a). Essa falta de um olhar mais abrangente sobre o modo como ensinar a esses discentes, afeta diretamente o desenvolvimento cognitivo dos sujeitos surdos. Para Fortes (2015, p. 3), “[...] tal fato faz com que o aluno surdo acumule uma lacuna significativa nos conhecimentos matemáticos”. Assim, pode-se perceber o quanto é importante se criar estratégias e materiais específicos que venham facilitar o aprendizado da matemática pelos escolares surdos.
Os estudos acerca do ensino de matemática, voltados para o escolar surdo, apontam um processo de mudança em relação à questão do Surdo, tanto no aspecto linguístico (Libras) quanto na questão da cultura surda (jeito de ser e de pensar da comunidade surda). Entretanto, esse processo ainda é muito lento dentro das políticas educacionais brasileiras. Vale assinalar que
[...] há muito caminho a ser percorrido até que os Surdos consigam o direito de ter profissionais capacitados dentre eles, professores surdos e professores ouvintes, além de intérpretes de Libras, que possam garantir-lhes o acesso aos conhecimentos científicos (BERTOLI, 2012, p. 1).
Para D’Antonio (2006, p. 17), “[...] nossa cultura presume que ensinar e aprender estão de algum modo, necessariamente dependentes da fala de quem ensina, o que se revela na própria estrutura discursiva da sala de aula”. Professores falam para ensinar, alunos ouvem para aprender. Diante disso, os surdos encontram uma barreira, pois, estes sujeitos, obviamente possuem a comunicação prejudicada em um ambiente que utiliza uma língua que não lhes é acessível, em sua forma oral, e que não dominam em sua forma escrita.
Nogueira e Machado (1995) esclarecem, em seu estudo, que os professores de surdos costumam considerar que a Matemática é a disciplina que menos apresenta dificuldades para os seus alunos, à exceção dos problemas, cujos entraves são atribuídos, não sem razão, às dificuldades óbvias de interpretação dos enunciados. Logo se percebe claramente que a Libras é fundamental no que tange ao ensino de matemática para alunos surdos. É justamente através da Libras que os escolares surdos podem compreender a expressão de conteúdos complexos ou abstratos.
No atual contexto, a busca de estratégias que possibilitem uma melhor abstração dos educandos, tornou-se uma necessidade. No âmbito do ensino de matemática, tais estratégias são mais que necessárias para o aprendizado, tanto dos discentes ouvintes quanto dos discentes surdos:
Se considerarmos que ensinar Matemática seja desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, desenvolver a criatividade, desenvolver a capacidade de manejar situações reais e resolver diferentes tipos de problemas, com certeza, teremos que partir em busca de estratégias alternativas (LARA, 2003, p. 21).
Por conta disso, resolvemos adotar, como concepção teórica, a Resolução de Problemas, pois a vemos como uma ferramenta didática/metodológica importante e fundamental para o desenvolvimento intelectual do aluno e para o ensino da matemática. Nesse caso,
A Resolução de Problemas é um método eficaz para desenvolver o raciocínio e para motivar os alunos para o estudo da Matemática. O processo ensino e aprendizagem pode ser desenvolvido através de desafios, problemas interessantes que possam ser explorados e não apenas resolvidos (LUPONACCI e BOTIN, 2004, p. 1).
A partir dessas reflexões supracitadas busca-se, neste projeto de mestrado, aprofundar as discussões, no sentido de contribuir com a compreensão das estratégias utilizadas por um professor ouvinte no ensino de medidas para alunos surdos do 9º ano do ensino fundamental do Instituto Pedagógico de Apoio à Educação dos Surdos de Sergipe (IPAESE), utilizando Libras como a primeira língua.
2 – JUSTIFICATIVA:
Diversos estudos abordam a preocupação com a qualidade da Educação Básica e trazem no bojo dessas discussões a importância do Ensino de Matemática para alunos surdos (GIL, 2007; ARAÚJO, 2015; FORTES,2015). A partir das leituras desses autores, foi possível elaborarmos algumas questões que podem nos levar a refletir sobre o objeto de pesquisa desse projeto: Quais são as estratégias utilizadas por professor ouvintes no ensino de matemática para alunos surdos? Quais as principais preocupações, dificuldades, problemas, expectativas, carências sentidas pelos professores de Matemática na educação de deficientes auditivos, no decorrer do processo de ensino aprendizagem? Será que os aspectos psicológicos, os estados afetivos e motivacionais, reconhecidos como fatores relevantes e que influenciam o sucesso e o fracasso escolar, interferem no desempenho pedagógico dos professores de Matemática, durante processo ensino aprendizagem?
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