O USO DE JOGOS PARA O APRENDIZADO DA MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Por: Fabricia Resende • 20/9/2019 • Trabalho acadêmico • 2.168 Palavras (9 Páginas) • 425 Visualizações
FABRÍCIA ASSIS RESENDE GONÇALVES – 8082823
Graduação em Licenciatura em Matemática
O USO DE JOGOS PARA O APRENDIZADO DA MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Profa. Ms. Juliana Brassolatti Gonçalves
Claretiano - Centro Universitário
BATATAIS
2019
Resumo:
O uso de jogos para o aprendizado da matemática no ensino fundamental nasce da necessidade de atrair a atenção da nova geração de crianças que são fortemente, desde a primeira infância, estimuladas por jogos interativos e vídeos de canais e aplicativos da Internet. Fazendo-se uso de outras metodologias de ensino de matemática, diferente da tradicional, onde o aluno deixa de receber as informações acadêmicas em forma de “pacotes” de conhecimentos, ou seja, deixa de ser um “depósito” de conteúdo, e passando a ser um dos construtores de ideias e conhecimento, a partir da experimentação pratica desenvolvida pelos jogos, no qual o papel do professor é atentar para valorizar o papel pedagógico.
Palavras chaves: Jogos Matemáticos, Lúdico, Educação Matemática.
INTRODUÇÃO
O ensino tradicional segundo Becker (1994) é a doutrina segundo a qual todo o conhecimento tem sua origem no domínio sensorial, na experiência. Esta teoria considera que a mente do aluno nada contém e, portanto, é receptiva e passiva. O conhecimento viria do objeto e o aluno o recebe passivamente através de experiências. Assim, essa forma de ensino acentua a transmissão de conhecimentos já construídos e estruturados pelo professor. Do ponto de vista do ensino tradicional, basta que o professor tenha o domínio dos conteúdos a serem ensinados para ensinar bem, e ainda, as falhas no processo de aprendizagem, na maioria das vezes, é justificada pela pouca atenção, capacidade ou interesse do aluno.
D’Ambrósio (1989) aponta algumas consequências dessa prática educacional, tal como, observa-se que os alunos passam a acreditar que a aprendizagem da matemática se dá através de um acúmulo de fórmulas e algoritmos, assim, eles passam a supervalorizar o potencial da matemática formal, desvinculando o conhecimento matemático de situações reais. Nesta concepção de ensino, em nenhum momento durante o processo de ensino/aprendizagem são criadas situações em que o aluno precisa ser criativo ou onde ele esteja motivado a solucionar um problema.
O jogo recebe de teóricos como Piaget, Vygotsky, Leontiev, Elkonin, entre outros, as contribuições para o seu aparecimento em propostas de ensino de matemática. O raciocínio decorrente do fato de que os alunos apreendem através do jogo é que este possa ser utilizado em sala de aula. As primeiras ações de professores apoiados em teorias construtivistas foram no sentido de tornar as salas de aula bastante ricas em quantidade e variedade de jogos, para que os alunos pudessem descobrir os conceitos inerentes às estruturas dos jogos por meio de sua manipulação.
Perelman (1961) é um dos grandes precursores do uso do jogo no ensino de matemática, usando-o como possibilidade de explorar um determinado conceito e colocando-o para o aluno de forma lúdica. Os quebra-cabeças, os quadrados mágicos, os problemas-desafios, dentre outros, podem ser enquadrados nessas características de jogo como a forma lúdica de lidar com o conceito. Neste contexto, o objetivo do professor no trabalho com jogos atenta para valorizar o papel pedagógico, ou seja, o desencadeamento de um trabalho de exploração e/ou aplicação de conceitos matemáticos.
O presente estudo é uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, sendo caracterizado, segundo a natureza dos dados, como uma pesquisa bibliográfica.
DESENVOLVIMENTO
Os jogos, ultimamente, vêm ganhando espaço em nossas escolas numa tentativa de trazer o lúdico para dentro da sala de aula. A pretensão da maioria dos professores, com a sua utilização, é a de tornar as aulas mais agradáveis com o intuito de fazer com que a aprendizagem torne-se algo fascinante. Além disso, as atividades lúdicas podem ser consideradas como uma estratégia que estimula o raciocínio levando o aluno a enfrentar situações conflitantes relacionadas com seu cotidiano e, também, a utilização dos jogos vem confirmar o valor formativo da matemática, não no sentido apenas de auxiliar na estruturação do pensamento e do raciocínio dedutivo, mas, também, de auxiliar na aquisição de atitudes.
“É preciso desenvolver no aluno a habilidade de elaborar um raciocínio lógico e fazer uso inteligente e eficaz dos recursos disponíveis, para que ele possa propor boas soluções às questões que surgem em seu dia-a-dia, na escola ou fora dela”. (DANTE, 1999, p.11-12).
De acordo com Groenwald e Timm (2019), “A aprendizagem através de jogos, como dominó, palavras cruzadas, memória e outros permite que o aluno faça da aprendizagem um processo interessante e até divertido”. De acordo com as autoras, “Neste sentido verificamos que há três aspectos que por si só justificam a incorporação do jogo nas aulas. São estes: o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sociais”. Como professores de matemática, devemos perceber que, nem sempre, a resolução de exercícios desenvolve a capacidade de autonomia do aluno. Já, os jogos, “envolvem regras e interação social, e a possibilidade de fazer regras e tomar decisões juntos é essencial para o desenvolvimento da autonomia”. (Kammi,1992, p.172) e, são tomadas de decisões que fazem com que o aluno deixa de ser passivo. Para que o nosso aluno seja preparado para exercer a cidadania dentro de um contexto democrático, é imprescindível que ele desenvolva determinadas competências que certamente podem ser oferecidas pelos jogos. A boa convivência dentro de um grupo, por exemplo, depende de alguns fatores, tais como: desenvolvimento de pensamento divergente, capacidade de trabalhar em equipe, disposição para aceitar criticas, desenvolvimento do pensamento critico, do saber comunicar-se, entre outros. Constatando-se, assim, que é importante investir cada vez mais em jogos que visem alcançar esses objetivos, bem porque, penso que tais competências dificilmente seriam desenvolvidas num ensino tradicional. Atualmente, vemos em nossa sociedade, um grande desenvolvimento tecnológico e científico e, em contrapartida, um imenso descontentamento dos nossos alunos. Assim, temos a função, como educadores, de resgatar o desejo de apreender e, mais especificamente, o desejo de apreender matemática.
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