O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ATRAVÉS DO BRINCAR
Monografias: O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ATRAVÉS DO BRINCAR. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bianes2 • 19/11/2014 • 2.255 Palavras (10 Páginas) • 1.160 Visualizações
1. A história do brincar
Na Antiguidade, as crianças participavam, tanto quanto os adultos, das mesmas festas, dos mesmos ritos e mesmas brincadeiras. Segundo Ariés (1981.p.94), nessa época o trabalho não ocupava tanto tempo do dia e nem participação de toda a comunidade, sem discriminação de idade, nos jogos e divertimentos era um dos principais meios do que dispunha a sociedade para estreitar seus laços coletivos e para se sentir unida.
Segundo Velasco (1996), a brincadeira era considerada um elemento da cultura, do riso e do folclore, era um fenômeno social, onde todos participavam e somente mais tarde ela perdeu os vínculos comunitários, tornando-se individual.
Na Antiguidade, as crianças participavam de todas as festas, lazer e jogos dos adultos, mas em ambientes diferentes. “Estes ocorriam em praças públicas, espaços livres sem a supervisão dos adultos, as crianças se misturavam em grupos de diferentes faixas etárias e de ambos os sexos.” (VELASCO, 1996, p.39).
Portanto, percebemos que nos dias atuais as brincadeiras infantis mudaram muito em relação ao passado. As crianças de hoje se divertem com computadores e vídeo games, fazendo com que as brincadeiras de antigamente não tenham nenhum significado. A informação hoje em dia é imediata, o aprendizado das crianças é mais ágil, não existem impedimentos ou distância para que qualquer um saiba o que está acontecendo ao seu redor.
Hoje, com a evolução das civilizações das grandes cidades, da mudança de hábitos, o brincar sofreu várias mudanças. Houve redução de espaço físico, não há segurança para as crianças brincarem, o ritmo da vida moderna diminuiu o tempo para as atividades lúdicas e as tecnologias desestimulam as brincadeiras com o brinquedo em si. (VELASCO, 1996 p. ? Livro Casilda
Sem dúvida, o avanço traz muitas mudanças e comodidades, mas ao mesmo tempo não se devem esquecer suas origens, os valores do brincar na rua, o prazer de estar entre amigos, o conviver e dividir o sorriso.
1.1 A importância do brincar
Ao longo dos anos, muitos autores têm pesquisado sobre o brincar, os jogos, brinquedos e brincadeiras, acreditamos que esses, são ingredientes vitais para uma infância sadia e para um aprendizado significativo, já que o brincar estimula o desenvolvimento intelectual da criança, como também ensina os hábitos necessários ao seu crescimento. Assim, devemos proporcionar as crianças momentos de convivência saudável, amiga, criativa e construtiva, pois através da brincadeira a criança atribui sentido ao seu mundo, se apropria de conhecimentos que a ajudarão a agir sobre o meio em que ela se encontra, reconhecendo a cultura brasileira, resgatando brincadeiras, jogos e cantigas de roda.
De acordo com Kishimoto (1988), a brincadeira possui um fim em si mesmo, ou seja, surge livre, sem noção de obrigatoriedade, exercendo-se pelo simples prazer que a criança encontra ao colocá-la em prática.
Conforme Friedmann (2004), brincar é bom e divertido. Parece algo tão simples e espontâneo, que muitos esquecem ser fundamental para o desenvolvimento saudável do ser humano. Felizmente, cada vez mais a ciência vem comprovando a importância do brincar, sendo que tal informação está chegando com maior velocidade e abrangência às escolas de educação infantil, local privilegiado para o incentivo dessa prática.
O conceito de brincar é infinitamente flexível, oferecendo escolhas e permitindo liberdade de interpretação. A maioria dos profissionais que trabalham com a educação e o cuidado inicial de crianças pequenas ao redor do mundo normalmente concorda que o ato de brincar é importante para o desenvolvimento, a aprendizagem e o bem-estar delas possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.
O brincar vai desde a sua prática livre até uma atividade dirigida, com regras e normas. Os jogos são ótimos para desenvolver o raciocínio lógico, e também para o desenvolvimento físico, motor, social e cognitivo. Apesar da visão renovada das possibilidades de utilização dos jogos na escola, o jogo ainda está muito distante de ser integrado realmente como recurso e metodologia. Em geral, o uso dos jogos no cotidiano escolar se restringe a atividades extremamente dirigidas, que contribuem muito pouco para o desenvolvimento da autonomia, da criatividade e da produção de cultura. (Wajskop, 2007).
Para Vygotsky (1996) e Benjamin (1984), o jogo facilita o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, destacando que a imaginação nasce no jogo e, pra ele, antes do aparecimento do jogo não há imaginação.
Já para Piaget (1971 apud Bomtempo, 1985: 57), “o jogo leva a criança a exercitar o mundo tal como ela compreende, fazendo assim com que ela se liberte de certas coisas que incomodam. Nesse sentido, o jogo tem uma função catártica”.
Portanto, percebe-se que através do jogo a criança desenvolve a capacidade de interagir, de descobrir e testar suas próprias habilidades, além do que também, ela aprenderá a conviver com os colegas nessa interação, nesse processo, a criança pode expressar suas emoções e sentimentos por meio de gestos e pensar que, em seus jogos as crianças podem representar e experimentar vários papéis fantasiando serem bichinhos, professores, médicos, mamãe, etc.
Estudos atuais têm se preocupado em observar a infância e suas brincadeiras visando compreender as formas de sociabilidade da criança e seu diálogo com a cultura adulta. Assim percebeu-se que a criança, sua infância e sua produção cultural são dignas de serem estudadas em si mesmo e não apenas baseados no que os adultos pensam dela.
O processo de socialização que antes era entendido como uma espécie de preparação para a brincadeira é uma das linguagens que se destacam na infância e é através dela que a criança significa e resignifica o mundo, constituindo suas práticas culturais.
(Vigotsky84, apud WAJSKOP, 2007), afirma que: “É na brincadeira que a criança consegue vencer seus limites e passa a vivenciar experiências que vão além de sua idade e realidade, fazendo com que ela desenvolva sua consciência”.
Dessa forma, é na brincadeira que se pode propor à criança desafios e questões que a façam refletir, propor soluções e resolver problemas. Brincando, elas podem desenvolver sua imaginação, além de criar e respeitar regras de organização e convivência, que serão no futuro,
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