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O Leitor

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Por:   •  21/3/2015  •  443 Palavras (2 Páginas)  •  284 Visualizações

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No século XXI muito se fala em analfabetismo, principalmente no Brasil, pelo valor que a leitura e a escrita adquiriram no modo de vida na sociedades urbanas e industriais permeadas pela ciência e tecnologia.

Mas o problema do analfabetismo não inicia-se de agora, vem de longas datas, e já foi um problema no mundo, faz parte da história da humanidade; mas em alguns países da Europa, América do Norte e Ásia tiveram como objetivo, que a alfabetisação fosse amplamente difundida mesmo que a prática da leitura e escrita fosse diferente entre as classes sociais, infelizmente o Brasil não teve a mesma visão.

Hoje o que temos são repetidas situações de discriminação e humilhação vividas com grande sofrimento e, por vezes, acompanhadas por sentimentos de culpa e vergonha.

O roteiro do filme "O Leitor" (que acontece na Alemanha na época de Hitler), o filme mostra a nossa realidade atual. Relata a vida de uma mulher analfabeta, que ganhava a vida trabalhando de guarda em transportes públicos (o que não exigia dela leitura e escrita), devido à essa condição ela era uma pessoa sozinha, vivendo preconceito e a condição de analfabeta tem um relato que traduz bem essa situação: "a gente tem vergonha também das pessoas (...)".

A personagem do filme tem tanta vergonha de ser analfabeta que preferiu a condenação perpétua a confeçar a incapacidade dela perante os livros, a não compreensão das letras para a formação da palavra escrita, a revelar seu segredo o qual era causa de temor e imensa vergonha.

A condição de analfabeto provoca sentimento de frustração.

"Eu só tenho inveja... É de não saber ler" (citado em Abramovay e Andrade. 2005: 42)

Já presa por 10 anos, ela passa a ser alfabetizada através da leitura gravada que uma pessoa enviava à ela, foram 8 anos deste trabalho para que ela fosse alfabetizada.

Em suma, depois da alfabetização, talvez fosse a primeira vez que ela tenha reletido sobre a sua própria vida, que até então, ato incomum praticado por ela.

Pessoas como ela, (aqui, lá, no presente ou no passado) não refletem muito sobre a vida, vivem intensamente cada momento sem a mínima preocupação com o futuro como se não houvesse tempo e/ou espaço, apenas dizem o que tem para ser vivido.

A história se repete tanto, na ficção quanto na realidade, nos livros, só troca os personagens, o enredo é o mesmo.

E o desejo de "Deixar de ser sombra dos outros" também é compartilhado por qualquer analfabeto, mesmo que ele não admita, às vezes por ser de idade avançada.

Acredito que muitos repitam o som da música: "você também é responsável, então me ensine a escrever, eu tenho a minha mão domável, eu sinto a sede do saber."

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