O Ludico
Artigos Científicos: O Ludico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 02061964 • 3/6/2014 • 7.682 Palavras (31 Páginas) • 679 Visualizações
INTRODUÇÃO
Sabe-se que o campo pedagógico vem sofrendo muitas mudanças e com ele os recursos didáticos especialmente os jogos e brincadeiras. A criança tendo o seu espaço livre na hora do recreio, solta a sua imaginação e fantasia com suas brincadeiras prazerosas, porque se sentem mais livres para brincar, conversar e até inventar suas próprias brincadeiras.
Vale ressaltar que os jogos não estão relacionados somente com o ato de brincar e sim com o desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo, moral e social. Portanto, é com o desenvolvimento harmonioso e global da criança que o educador deverá interagir o lúdico através dos jogos e brincadeiras como recursos pedagógicos acessíveis aos diversos níveis de ensino. No brincar, aprende-se e ensina-se sobre o mundo em que se vive e por esse motivo a brincadeira é a forma como toda a criança inicia sua relação, com o mundo. (MACEDO, 2010).
Sendo assim considera-se de vital importância que a ação pedagógica desenvolvida com crianças da educação infantil e ensino fundamental deva basear-se no respeito e no conhecimento de suas características específicas.
Segundo Kamii:
Faz-se necessário a constante formação dos professores em relação à ação dos mesmos sobre esses recursos, pois em sua maioria constitui-se que o professor tem pouco conhecimento sobre a importância do lúdico em sala de aula e fora dela também. E a falta desse conhecimento impede que o professor lance mão de um recurso tão valioso quanto o brincar das crianças e consequentemente não o utilizando impedirá que se promova um melhor desenvolvimento e aprendizado das mesmas. (2001, p. 75).
A Educação lúdica, especificamente o jogo, através da constatação lógica e integrada contribui para a boa formação do educador. No entanto, a falta de conhecimento e fundamentação teórica dos professores no nível da educação infantil e ensino fundamental são quase inexpressíveis, haja vista que os educadores não os vislumbram com o seu real sentido. (LUKESI, 1994).
Porém a contribuição significativa do jogo para o desenvolvimento das atividades pedagógicas irá depender da concepção que se tem o jogo, aprendizagem e desenvolvimento.
Assim é de competência do educador, em especial o que trabalha na educação infantil, compreender as fases do desenvolvimento da criança para adequar os jogos e brincadeiras e encaminha-los dentro do processo ensino-aprendizagem.
Justificativa
O brincar da criança é a fonte de vida, prazer, revelação de sentimentos e ideais, fantasias, interação entre o imaginário numa descoberta espontânea e persistente onde tudo o que a circunda se faz: experimentação e pode ser transformado em brinquedo. A importância do jogo no desenvolvimento psicossocial da criança vai além do que se possa imaginar.
Brincar não significa passatempo. A criança se utiliza da brincadeira para conhecer o mundo que a cerca. Através do jogo a criança desenvolve a sua imaginação e seu pensamento abstrato. Através das brincadeiras a criança poderá ter um bom desenvolvimento psicomotor e psicossocial, assim como as levará à socialização e à contribuição para a sua vida afetiva. As atividades lúdicas encorajam também o desenvolvimento intelectual, através da atenção e da imaginação, facilitando a sua expressão. (ALMEIDA, 2003, p. 12).
Questões Norteadoras
Que importância pedagógica pode ser evidenciada nas brincadeiras e jogos infantis no espaço do recreio?
Qual o real valor do brincar no processo ensino-aprendizagem?
Objetivo Geral:
Avaliar a importância do brincar no espaço do recreio no processo ensino-aprendizagem.
Objetivos Específicos:
Realizar observações do desenvolvimento de brincadeiras infantis;
Verificar como as crianças se organizam para realizar tais brincadeiras;
Articular a realização dessas brincadeiras e uma possível compreensão psicopedagógica das mesmas.
METODOLOGIA
No intuito de se obter uma educação de qualidade para a Educação Infantil, abordou-se primeiramente nesta pesquisa um levantamento bibliográfico. Em seguida foi realizado um estudo que abordasse informações e conhecimentos sobre brincadeiras e jogos como estratégias de ensino-aprendizagem através de questões que envolvessem o jogo, resgate histórico, jogos e brincadeiras no contexto da Educação Infantil, desenvolvimento das habilidades linguísticas, jogos e brinquedos, a criança e a construção social.
No momento seguinte realizou-se uma pesquisa de campo através de entrevistas e observações. Tal pesquisa foi feita numa abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada com duas turmas, uma da educação infantil e outra da alfabetização na Escola Municipal Rui Barbosa, localizada no município de Flores de Goiás – GO.
CAPÍTULO I – REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Brincar, Aprendizagem e Mediação
Áries (2007, p. 34), diz que para Vigotski na abordagem histórico-cultural, brincar é satisfazer necessidades com a realização de desejos que não poderiam ser imediatamente satisfeitos.
O Brinquedo seria um mundo ilusório, em que qualquer desejo pó de ser realizado. As duas principais características colocadas pelo autor são as regras e a situação imaginária, sempre presentes nas brincadeiras. De acordo com essa teor ia, quando as crianças mais novas brincam, elas utilizam muito a situação imaginária, a imaginação está presente com força, enquanto as regras ficam mais ocultas, mas não deixam de existir. A brincadeira de casinha é um exemplo do brincar das crianças pequenas, em que o imaginário reina, mas certas regras de comportamento devem ser seguidas. Com o passar d o tempo, as regras vão tomando mais espaço e a situação imaginária vai diminuindo, como num jogo de queimada em que as regras são primordiais, mas a situação imaginária de dois lados opostos em “guerra” e de comportamentos diferentes daqueles da vida
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