O PAPEL DO PROFESSOR E DO ALUNO NO ENSINO
Trabalho Universitário: O PAPEL DO PROFESSOR E DO ALUNO NO ENSINO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Anaxx • 27/10/2013 • 2.084 Palavras (9 Páginas) • 930 Visualizações
Nessa análise, será discutido o papel desempenhado pelo professor e pelos alunos em sala
de aula, de modo a destacar, a atuação do professor na interação do aluno com o conhecimento.
Saviani (2003), ao defender uma pedagogia crítico-social dos conteúdos na qual professor
e alunos se encontram numa relação social específica – que é a relação de ensino - com o objetivo
de estudar os conhecimentos acumulados historicamente, a fim de construir e aprimorar novas
elaborações do conhecimento, aponta que o ponto de partida da ação pedagógica não seria a
preparação dos alunos, cuja iniciativa é do professor (Pedagogia Tradicional2
) nem a atividade,
que é de iniciativa dos alunos (Pedagogia Nova3
), mas seria a prática social comum a professor e
alunos, considerando que do ponto de vista pedagógico há uma diferença essencial em que
professor, de um lado, e os alunos de outro, encontram-se em níveis diferentes de compreensão
(conhecimento e experiências) da prática social.
Assim sendo, Fontana (2000) afirma que é preciso que o adulto assuma o seu papel com o
objetivo claro da relação de ensino (que é o de ensinar), levando em consideração a condição de
ambos os lados dessa prática, como parceiros intelectuais, desiguais em termos de
desenvolvimento psicológico e dos lugares sociais ocupados no processo histórico, mas por isso
mesmo, parceiros na relação contraditória do conhecimento.
É justamente, pensando nessa “prática social” que o professor deve estar ciente de que não
basta tratar somente de conteúdos atuais em sala de aula, mas sim, também, resgatar
conhecimentos mais amplos e históricos, para que os alunos possam interpretar suas experiências
e suas aprendizagens na vida social.
Por isso, como afirma Kramer (1989), para que essa função se efetive na prática:
[...] o trabalho pedagógico precisa se orientar por uma visão das crianças com
das crianças como seres
sociais, indivíduos que vivem em sociedade, cidadãs e cidadãos. Isso exige que levemos
2
O método tradicional de ensino trazia em sua essência o autoritarismo total na figura do professor, cuja
função se define como a de vigiar e aconselhar, corrigir e ensinar a matéria, estabelecendo uma relação
vertical entre professor e aluno, impossibilitando assim qualquer espaço que o aluno pudesse se “impor”,
explicitar o seu modo de entender o mundo.
3
Nessa pedagogia, ao contrário da Tradicional, como diz Saviani (2003), tudo partia do interesse do
aluno, o professor agiria somente como um estimulador e orientador da aprendizagem cuja iniciativa
principal caberia aos próprios alunos. Assim sendo, a aprendizagem seria uma decorrência espontânea
do ambiente estimulante e da relação viva que se estabeleceria entre alunos, o meio e o professor.
REVISTA CONTEÚDO ARTIGO
© Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.4, ago./dez. 2010 – ISSN 1807-9539 33
em consideração suas diferentes características, não só em termos de histórias de vida
ou de região geográfica, mas também de classe social, etnia e sexo. Reconhecer as
crianças como seres sociais que são implica em não ignorar as diferenças. (KRAMER,
1989, p. 19)
É exatamente nesse sentido que devemos considerar as experiências sociais acumuladas
de cada aluno e seu contexto social, de modo a construir a partir daí, um ambiente escolar
acolhedor em que o aluno se sinta parte do todo e esteja totalmente aberto a novas aprendizagens.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001), o enfoque social oferecido aos
processos de ensino e aprendizagem traz para a discussão pedagógica aspectos de excepcional
importância, em particular no que se refere ao modo como se devem entender as relações entre
desenvolvimento e aprendizagem, à relevância da relação interpessoal nesse processo, à relação
entre educação e cultura e ao papel da ação educativa ajustada às situações de aprendizagem e às
características da atividade mental construtiva do aluno em cada momento de sua escolaridade.
Nesse sentido, o segundo passo ao se discutir uma pedagogia crítico-social dos conteúdos,
de acordo com Saviani (2003), não seria a apresentação de novos conhecimentos pelo professor
(Pedagogia Tradicional) nem o problema como um obstáculo que interrompe a atividade dos
alunos (Pedagogia Nova). Caberia, neste momento, a identificação dos principais problemas
postos pela prática social. E a este segundo passo, Saviani (2003)
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