O PAPEL DO SUPERIOR NO AMBIENTE DE POLÍTICAS DE COTAS
Por: Sandra Oliveira • 2/7/2017 • Artigo • 3.421 Palavras (14 Páginas) • 226 Visualizações
SANDRA MARIA BARBOSA DE OLIVEIRA - RA
Pós-Graduação em Supervisão e Inspeção Escolar
O PAPEL DO SUPERIOR NO AMBIENTE DE POLÍTICAS DE COTAS
Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Bimbatti Moreira
BATATAIS
2012
O PAPEL DO SUPERIOR NO AMBIENTE DE POLÍTICAS DE COTAS
Resumo
Tendo como base a contestação sobre o sistema de cotas para negros no ensino superior, o presente artigo tem por objetivo discutir a proposta de estabelecimento de cotas raciais no ensino superior e como a instituição de ensino através de seus supervisores/coordenadores realiza um acompanhamento pedagógico desses alunos que ingressaram através dessa política de inclusão. Para tanto, recorreu-se à análise de diversos artigos e matérias publicadas pela imprensa escrita, por caracterizar como pesquisa bibliográfica. Por fim, concluiu-se que as discussões que nortearam sobre o sistema de cotas consagra uma fase de reflexões mais explícitas sobre as questões raciais, o que favorece a transformação do afro-descendente no sentido de atuar de forma crítica e emancipatória na conquista de seus direitos.
Palavras-chave: sistema de cotas. Identidade. ações afirmativas, supervisor/coordenador pedagógico.
- Introdução
Para Durham(2003) políticas de cotas é uma ação afirmativa que não pode ser baseada apenas na cor das pessoas, mas também nos aspectos sociais e biológicos. O presente estudo representa uma análise reflexiva sobre a ação afirmativa de cotas raciais e a relação da ação do supervisor/coordenador escolar com os alunos que foram egressos através dessa política de inclusão.
O objetivo principal deste estudo é discutir a proposta de estabelecimento de cotas raciais no ensino superior e como a instituição de ensino através de seus supervisores/coordenadores realizam um acompanhamento pedagógicos desses alunos que ingressaram através dessa política de inclusão. Também se pretende fazer uma reflexão se ocorreram mudanças significativas na ação do coordenador/supervisor em suas atribuições diárias em relação a esses alunos.
O tema proposto é relevante porque oportuniza uma reflexão sobre a ação afirmativa de cotas raciais e a relação do supervisor/coordenador com os alunos egressos através dessa política de inclusão. O assunto procura abordar como o supervisor/coordenador de um curso superior atua com os alunos ingressantes através das cotas raciais. Existe um acompanhamento pedagógico diferenciado? O próprio aluno precisa “correr” através da recuperação da defasagem curricular que houve em sua vida acadêmica?
- Metodologia
Para Abrantes (2011) A pesquisa científica é aquela que procura conhecer além do fenômeno, pois busca respostas concretas onde o conhecimento se da através da verdade absoluta.
Atualmente é entendido como uma busca constante de explicações e de soluções cada vez mais rigorosa, pois pretende aproximar cada vez mais da verdade de maneira sistematizada, mas aceita também a analise, comparação e a síntese, os processos mentais da dedução e indução, investigação experimental ou racional, onde busca renovar e avaliar sempre, pois o conhecimento é um processo que deve sempre estar em construção. Segundo este critério, obtém-se, no mínimo três importantes tipos de pesquisa: a bibliográfica, a descritiva e a experimental.
A pesquisa proposta é do tipo: bibliográfica, qualitativa e descritiva.
Segundo Abrantes (2011) a pesquisa bibliográfica, é proveniente de fontes escritas, procura-se explicar os problemas a partir de referências publicadas em documentos, que pode ser realizada independente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental, onde ambos os casos buscam conhecer e analisar sobre um determinado tema, que se constitui parte da pesquisa descritiva ou experimental quando tem a intenção de recolher as informações e conhecimentos que são produzidos nas diversas formas de investigação são sistematizados de acordo com determinadas perspectivas.
Pesquisas qualitativas não estão, diretamente, relacionadas ao levantamento de dados numéricos.
Para o mesmo autor a pesquisa descritiva analisa, registra os fatos sem manipular, buscando conhecer diversas situações e relações que ocorrem na vida social, econômica e política e outros aspectos do comportamento humano. Essa pesquisa desenvolve-se principalmente nas ciências humanas e sociais, abordando dados e problemas para serem estudados onde o assunto não consta em nenhum documento. Nessa pesquisa pode assumir em diversas formas sendo elas: estudo descritivo, pesquisa de opinião, pesquisa de motivação, estudo de caso, pesquisa documental, sendo assim a pesquisa descritiva trabalha em diversas formas, sobre os dados colhidos da própria realidade.
- A UNIVERSIDADE BRASILEIRA ESTÁ PARA TODOS?
Hoje para ingressar em um curso superior, os jovens se deparam com um grande desafio quando o assunto é universidades públicas, pois a seleção de candidatos se dá em um processo predominantemente elitista e o acesso a essas universidades acontecem de forma limitada quando os estudantes são provenientes de escolas da rede pública.
Para Vasconcelos e Lima (2004) a qualidade apresentada no ensino médio nas escolas públicas brasileiras apresenta-se comprometido, devido aos diversos empecilhos. Entre eles, vale ressaltar a precariedade na infraestrutura e no material de apoio didático, a inexistência da segurança nas escolas, a falta de motivação de professores e alunos, falta de plano de carreira para professores, salários defasados e a desatualização docente diante das novas metodologias e tecnologias de ensino. Para os mesmos autores diversos problemas podem reduzir a “competitividade” do discente oriundo da escola pública em comparação a um educando de escola particular.
Segundo Castro (2001) o ensino primário e secundário estão frágil e as consequências irão aparecer no ensino superior quando poucos terão a chance de ingressar. Para autor a culpa não é do ensino superior. “ Ele apenas herda a iniquidade dos níveis mais baixos de educação” . (p.120)
Para garantir a cidadania plena é necessário que a igualdade de acesso à educação seja para todos os níveis. É imprescindível que corrija as desigualdades que os alunos da escola pública tiveram no decorrer de sua vida acadêmica e que tenha condições suficientes para acessar o ensino universitário no país. Ainda é evidente o elevado grau de elitismo da universidade brasileira, o que acaba em afastar das grandes questões sociais. Para Vasconcelos e Lima (2004) grupos que representam a “minorias” como negros, índios, deficientes físicos e alunos de escolas públicas, têm sido absurdamente sub-representados no ensino superior.
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