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O PERFIL DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO ATENDIDOS PELA CIBM DE ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS EM 2016

Por:   •  22/8/2021  •  Trabalho acadêmico  •  6.885 Palavras (28 Páginas)  •  108 Visualizações

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PERFIL DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO ATENDIDOS PELA CIBM DE ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS EM 2016 INTRODUÇÃO

A frota de veículos automotores em circulação em todo o mundo obteve um aumento considerável proporcionado pelo desenvolvimento industrial do século XX. Em virtude desse aumento e da alta frequência de comportamentos inadequados, aliados a uma vigilância insuficiente, os acidentes de trânsito envolvendo veículos motorizados tornaram-se uma causa importante de traumatismos na população mundial (BASTOS; DE ANDRADE; SOARES, 2005).

Os acidentes de trânsito (AT) causam a morte ou incapacidade milhões de pessoas anualmente. E são um dos maiores problemas de saúde pública no nosso país. A perda de vidas é o principal dano, seguido dos impactos sociais e psicológicos nas vidas dos indivíduos e das famílias. Contudo, o custo do tratamento que atualmente chega a bilhões de reais tem sido crescente, obrigando o estado a retirar recursos de outras áreas estratégicas. Os acidentes envolvendo motocicletas estão em maior número comparados aos outros veículos, e são crescentes em todas as regiões em decorrência do aumento da frota destes veículos (BRASIL, 2007).

Segundo a AMBEV (2015), o Retrato da Segurança Viária no Brasil em relação aos acidentes de trânsito são atualmente a 9ª (nona) causa de morte, e a maior faixa etária está entre jovens de 15 a 29 anos. Isso significa que cerca de um 1,3 milhão de pessoas morrem anualmente nas vias. Diariamente, são mais de 3.400 homens, mulheres e crianças levados a óbito enquanto caminham, andam de bicicleta, motocicleta, automóvel ou outros tipos de veículos motorizados. E, devido a insegurança viária, até 50 milhões de pessoas são feridas a cada ano.

A redução dos acidentes constitui enorme desafio para a saúde pública, sendo necessário o desenvolvimento de estudos para compreensão da verdadeira magnitude do problema e distribuição das causas para sua prevenção e promoção da segurança (CAIXETA et al., 2010).

Os altos índices de morbimortalidade por acidentes de trânsito ocorridos no Brasil sejam por carro, ou outros meios de transportes, justificam a necessidade de estudos que levem a sociedade a conhecer o perfil epidemiológico da população acometida por acidentes de trânsito, o meio de transporte mais envolvido, bem como as diferenças entre as principais regiões do Brasil. O conhecimento de tais perfis epidemiológicos podem sumarizar as semelhanças e diferenças entre as principais regiões do país, além de suscitar demandas para novos estudos epidemiológicos e proposição de políticas e estratégias de prevenção de acidentes (COSTA; MANGUEIRA, 2014).

O cenário que envolve o atendimento pré-hospitalar (APH) tem sido objeto de alguns estudos epidemiológicos sobre a população atendida, incluindo o perfil das vítimas, coeficientes de letalidade, entre outros aspectos. No Estado de Goiás, percebe-se que quase a totalidade das investigações sobre a distribuição de agravos à população goiana tem sido restritas à capital (MEDEIROS et al., 2015).

Porém, é importante investigar outras cidades com localizações geográficas estratégicas como Águas Lindas de Goiás, uma vez que pertence a uma microrregião de várias cidades no entrono da cidade de Brasília/DF e o fluxo de veículos pela rodovia BR070 que passa pela cidade é muito grande, por ser esta uma rodovia federal e que também liga várias pequenas cidades à capital do país.

Portanto, o objetivo deste estudo foi identificar o perfil das ocorrências de acidente de trânsito atendidas pela unidade do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) de Águas Lindas de Goiás no ano de 2016, a fim de melhorar o serviço operacional, buscando a excelência nos serviços prestados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.

2. ACIDENTE DE TRÂNSITO

Segundo o IPEA (2003, p. 13), acidente de trânsito é:

O evento ocorrido na via pública, inclusive calçadas, decorrente do trânsito de veículos e pessoas, que resulta em danos humanos e materiais. Compreende colisões entre veículos, choques com objetos fixos, capotamentos, tombamentos, atropelamentos e queda de pedestres e ciclistas.

Para o Departamento Nacional de Trânsito (2001, p. 3), acidente de trânsito é “todo evento não intencional, envolvendo pelo menos um veículo, motorizado ou não, que circula por uma via para trânsito de veículos”.

Segundo Minayo, Souza e Malaquias (2005, p. 4), AT “é todo o evento com dano que envolva o veículo, a via, a pessoa humana ou animais e que, para caracterizar-se, tem a necessidade da presença de pelo menos dois desses fatores”.

Para Mello Jorge e Koizumi (2007, p. 12), o conceito de acidente de trânsito se caracteriza quando:

[...] envolve um veículo destinado, ou usado no momento do acidente, principalmente para o transporte de pessoas ou de mercadorias, de um lugar para outro, enquanto acidente de trânsito tem a definição de ser acidente com veículo, ocorrido em via pública, sendo está aberta ao público para a circulação de pessoas ou bens de um lugar para o outro.

Entende-se por acidente de transporte terrestre (ATT), segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID-10, como qualquer acidente que está relacionado a um tipo de veículo e ainda aqueles que são utilizados no momento do acidente, sobretudo quando se envolve transporte, seja de pessoas ou de mercadorias levados de um lugar para outro (ZANATTA, 2012).

Segundo Coelho (2013), os conceitos de acidente de trânsito (AT) e acidente de transporte terrestre (ATT) apresentam diferenças sutis. Porém, podem assumir os mesmo sentido quando para fins de pesquisa.

É relevante advertir que o uso do termo “acidente” para a denominação dos AT é controverso, uma vez que a palavra sugere fatalidade e imprevisibilidade – o que negaria, por definição, a própria possibilidade da ação preventiva sistemática. Mais que isso, a referência a algo que remete a um destino inevitável ou a dimensões que transcendem o domínio humano e acaba prestando-se a promover a isenção de responsabilidades, a camuflagem de incompetências e omissões frente ao problema. Portanto, não obstante as dificuldades de se substituir um termo consagrado pelo uso cotidiano, as limitações da língua e a própria classificação da CID é importante ressaltar que os “acidentes” são em sua imensa maioria, eventos previsíveis e, ainda que complexos, evitáveis, por meio de ações efetivas (RIPSA, 2009).

2.1. Acidentes de Trânsito no Brasil

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