O QUE É UMA TESE E PARA QUE SERVE
Por: Letícia Lenice • 26/6/2017 • Resenha • 3.036 Palavras (13 Páginas) • 1.777 Visualizações
CAPÍTULO 1 - O QUE É UMA TESE E PARA QUE SERVE
Umberto Eco, autor do presente livro, inicia sua obra, explicando de forma sucinta a denominação de ”tese”, no qual traz como significado: “Uma tese é um trabalho datilografado, de grandeza média, variável entre as cem e as quatrocentas páginas, em que o estudante trata um problema respeitante à área de estudos em que se quer formar.”
O mesmo, num primeiro momento, aponta características acerca de uma tese, quais sejam: quantidade de laudas, apresentação, debate, veredicto, e a escala de pontuação, bem como, esclarece que a tese propriamente dita, é aquela apresentada em doutorado como trabalho original de pesquisa, já que para elaborar uma tese, é preciso que o estudante descubra algo que nunca foi dito antes por nenhum outro estudioso.
Sendo assim, Umberto Eco classifica as teses em: tese de compilação e tese de pesquisa, estes são os dois modelos mais típicos de tese.
Na tese de compilação, o estudante demonstra ter examinado criticamente a maior parte da literatura existente, ou seja, os trabalhos publicados sobre o assunto, sendo capaz de expô-la de modo claro, procurando relacionar os vários pontos de vista existente, auxiliando, consequentemente, o estudante no esclarecimento das ideias. Já na tese de pesquisa, há, na maioria das vezes, um trabalho mais longo e cansativo.
Ressalta o autor, que a escolha da tese de compilação ou de pesquisa, normalmente está ligado a determinados fatores, dentre eles, a maturidade e a capacidade de trabalho do estudante, bem como, fatores econômicos.
1.2 - A quem interessa este livro (Páginas 03 e 04).
Umberto Eco direciona está obra àqueles que possuem disponibilidade de tempo para dedicar-se a uma tese, bem como aos que possuem seriedade, a fim de garantir uma satisfação intelectual.
1.3 - Como uma tese pode servir também para após a formatura (Páginas 04 e 05)
O autor expõe na obra, dois caminhos distintos para que uma tese sirva após a formatura: A primeira é fazer com que a tese seja apenas o início de uma pesquisa ampla que será complementada após a faculdade, se, no caso, houver oportunidade e vontade do estudante para tal. A segunda traz a elaboração sendo “metódica, tendo como pressuposto a organização, no qual é dito que efetivamente para elaborar uma tese é preciso: (1) escolher um tema preciso; (2) recolher documentos pertinentes ao tema; (3) pôr em ordem esses documentos: (4) reexaminar em primeira mão o tema à luz da documentação recolhida; (5) dar forma orgânica a todas as reflexões precedentes; (6) empenhar-se para que o leitor compreenda o que quis dizer e possa, se for o caso, recorrer à mesma documentação a fim de retomar o tema por conta própria.
O autor destaca que criar uma tese é como exercitar a mente. É mais prazeroso estudar e escrever sobre algo que nos agrade, contudo, nem sempre isso é possível. Portanto, é a experiência e o conhecimento absorvidos que vale nesse processo.
CAPÍTULO 2 – A ESCOLHA DO TEMA
2.1 - Tese monográfica ou tese panorâmica? (Página 07 à 10):
Umberto Eco, nas primeiras linhas do segundo capítulo de seu livro, chama a atenção para o estudante de atentar quanto aos riscos de se pesquisar sobre um tema muito abrangente, fazendo com que o estudante se exponha a “toda sorte” dos questionamentos possíveis feito pela banca, vez que, o mesmo optando por uma tese ampla, denominada panorâmica, estará destinado a realizar um resumo entediante dos autores referente aquele assunto, fazendo com que a tese se torne muito extensa e/ou deixando de tratar de tópicos pertinentes. As perguntas realizadas pela banca sobre uma tese abrangente pode acarretar em reprovação do examinado.
Sendo assim quanto mais se restringe a tese unicamente ao tema, com maior segurança se irá trabalhar, pois deixará menos lacunas a banca para contestações, por isso, é preferível uma tese monográfica a uma tese panorâmica.
2.2 - Tese histórica ou tese teórica? (Página 10 à 12):
Na presente obra, diferencia-se tese histórica de tese teórica, estas, classificadas quanto ao tempo. Na qual temos como tese teórica aquela que se propõe a encarar um problema sobre assuntos abstratos como, por exemplo, existência de Deus, conceito de liberdade, natureza da vontade humana (...)
Conforme exposto na obra, a tese teórica não é recomendável ao estudante de experiência científica limitada, sob o risco de se fazer uma tese panorâmica, esta já supramencionada.).
Posto isso, ressalta que o estudante deve fazer pesquisas prévias sobre o assunto, para depois criar um método de experiência que o auxiliará para chegar a uma determinada conclusão do assunto.
2.3 - Temas antigos ou temas contemporâneos? (Página 14 à 17)
Umberto Eco debate a questão de fazer uma tese acerca de questões antigas ou contemporâneas. Ele relata que o estudo por através de um autor contemporâneo é mais difícil, embora se tenha uma praticidade de acesso aos arquivos mais recentes, os autores antigos já foram estudados, e, consequentemente, já possuindo quadro biográfico completo críticas fundamentadas, bem como, trabalhos que sirvam de apoio, a fim de facilitar a vida do estudante.
Se o estudante decide escrever sobre algo contemporâneo, o autor fala que ele pode cair na tentação de ficar comparando o presente com o passado, o que, de fato, prejudicaria o desenvolvimento de sua tese.
2.4 - Quanto tempo é requerido para se fazer uma tese? (Página 14 à 17)
Umberto Eco, estipula como tempo estimado para a elaboração de uma tese o mínimo de seis meses e o máximo de três anos.
Se acaso a pesquisa durar mais de três anos é porque o autor escolheu uma tese superior ao seu alcance, com isso o autor acaba se frustrando, pois há momentos em que, por desejar abordar todo o possível sobre o tema ou escolher a tese errada, estende, automaticamente o tempo de fim da pesquisa.
É dito que o momento ideal para a escolha de uma tese é no segundo ano de estudos, já que o estudante terá tempo suficiente para alterar seu tema sem prejuízos.
De outro turno, todo o processo de elaborar uma tese não dura menos que um semestre, abrangendo desde a ideia da tese à apresentação, isso, se o pesquisador tiver escolhido seu tema baseado em experiências já adquiridas.
2.5 - É necessário saber línguas estrangeiras? (Página 17 à 20)
A obra diz, que embora possamos encontrar pesquisas em outras línguas, o que, de fato, é uma oportunidade para aprendizagem, a tese em si não deve exigir conhecimento de línguas que o pesquisador não domine ou das que não está disposto a aprender. Porém, Umberto Eco, alerta, que para a elaboração de uma tese é melhor fazê-la quando não requeira que se aprenda uma língua, a fim de evitar dificuldades para o pesquisador.
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