O QUE É FÍSICO?
Tese: O QUE É FÍSICO?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: isaaroso • 6/3/2014 • Tese • 1.096 Palavras (5 Páginas) • 186 Visualizações
Introdução
1.1 PARA QUE SERVE A FÍSICA?
A ciência desempenha um papel muito importante no mundo contemporâneo. Não era
assim há poucas gerações: o desenvolvimento científico tem-se acelerado enormemente.
Tornou-se lugar comum dizer que vivemos numa sociedade tecnológica e medir o progresso
pelo grau de desenvolvimento tecnológico. A tecnologia depende crucialmente da
ciência para renovar-se, e também contribui para ela, mas não devem ser confundidas.
Sem dúvida, nossas vidas são profundamente afetadas pela tecnologia, e de forma
que, muitas vezes, está longe de ser benéfica. Basta lembrar os problemas da poluição e
do aquecimento global. Os cientistas são frequentemente responsabilizados pelos aspectos
negativos decorrentes de suas descobertas, embora o uso que delas se faz dependa
de fatores políticos e econômicos alheios a sua vontade. Por mais benéfica que seja a
intenção original, ela é frequentemente deturpada. Por isso mesmo, os cientistas devem
ter consciência de sua responsabilidade.
Vários problemas cruciais de nossa época dependem para sua solução de avanços
científicos e tecnológicos, inclusive aqueles que se originam direta ou indiretamente
desses avanços. Os problemas da energia e do meio ambiente adquiriram uma importância
vital.
A reação anticientífica existiu desde os primórdios da história da física. Basta lembrar
o exemplo de Galileu. Goethe atacou Newton por sua teoria das cores, dizendo que a
essência das cores se percebe num pôr do sol, e não fazendo experimentos com um prisma.
É preciso reconhecer que a visão científica do mundo não exclui nem invalida outras
variedades da experiência. Podemos aplicar a acústica, a neurofisiologia e a psicologia ao
estudo das sensações provocadas pela audição de uma sonata de Mozart, mas ainda estaríamos
omitindo provavelmente o aspecto mais importante.
A consciência das limitações do método científico não nos deve impedir de apreciar
sua imensa contribuição ao conhecimento da natureza. A motivação básica da
ciên cia sempre tem sido a de entender o mundo. É a mesma curiosidade que leva um
menino a desmontar um relógio para saber como funciona. De que são feitas as coisas?
16 Curso de física básica
Como e por que se movem os corpos celestes? Qual é a natureza da eletricidade e do
magnetismo? O que é a luz? Qual a origem do universo? Estas são algumas das grandes
questões que têm sido abordadas pelos físicos.
A experiência tem demonstrado que o trabalho de pesquisa básica, motivado exclusivamente
pela curiosidade, leva com frequência a aplicações inesperadas de grande
importância prática. Conta-se que o grande experimentador Michael Faraday, questionado
pelo primeiro-ministro da Inglaterra sobre para que serviria sua recente descoberta
do fenômeno da indução eletromagnética, teria respondido: “Quem sabe um dia
será taxado pelo governo”. Quase todas as aplicações que fazemos hoje em dia da energia
elétrica decorrem do efeito descoberto por Faraday. O transistor, o laser, os computadores
resultaram de pesquisas básicas em física.
O trabalho de muitas gerações demonstrou a existência de ordem e regularidade
nos fenômenos naturais, daquilo que chamamos de leis da natureza. O estudo que ora
iniciamos pode ser empreendido pelos mais diversos motivos, mas uma de suas maiores
recompensas é uma melhor apreciação da simplicidade, beleza e harmonia dessas leis.
É uma espécie de milagre, como disse Einstein: “O que a natureza tem de mais incompreensível
é o fato de ser compreensível”.
1.2 RELAÇÕES ENTRE FÍSICA E OUTRAS CIÊNCIAS
A física é, em muitos sentidos, a mais fundamental das ciências naturais, e é também
aquela cuja formulação atingiu o maior grau de refinamento.
Com a explicação da estrutura atômica fornecida pela mecânica quântica, a química
pode ser considerada até certo ponto como um ramo da física. A física forneceu a
explicação da ligação química, e a estrutura e as propriedades das moléculas podem ser
calculadas “em princípio” resolvendo problemas de física. Isso não significa que o sejam
na prática, exceto em alguns casos extremamente simples. De fato, na imensa maioria
dos casos, os sistemas químicos são demasiado complexos para serem tratáveis fisicamente,
mesmo com auxílio dos computadores mais poderosos disponíveis, o que significa
que os métodos específicos extremamente engenhosos elaborados pelos químicos
para tratar esses problemas continuam sendo indispensáveis. Entretanto, não temos
razões para duvidar de que as interações básicas responsáveis pelos processos químicos
sejam já conhecidas e reduzidas a termos físicos.
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