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O Renascimento, momento de renovação cultural compreendido entre a Idade Média e a chamada Idade Moderna

Por:   •  28/5/2018  •  Relatório de pesquisa  •  2.521 Palavras (11 Páginas)  •  291 Visualizações

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Introdução

O Renascimento, momento de renovação cultural compreendido entre a Idade Média e a chamada

Idade Moderna, impulsionado por mudanças históricas e culturais, é responsável por trazer,

de fato, à cena da literatura europeia e à Literatura Portuguesa, os impactos das grandes navegações.

Seu desenvolvimento se dá principalmente entre os séculos XV e XVII, mas, quais são os

movimentos estéticos mais importantes neste período?

Você verá, ao longo deste capítulo, que nesse período, também conhecido como Quinhentismo,

ocorreu o desenvolvimento do Classicismo ou Era Clássica. Classicismo e Renascimento, afinal,

representam a mesma coisa? O Classicismo, conforme Moisés (2004, p. 74), “constitui um movimento

em que se tornou moda a supervalorização dos escritores da Antiguidade greco-latina.

Integrado ao Humanismo e à Renascença, o Classicismo se espraiou pela Europa, ao longo dos

séculos XV a XII”. Este movimento, como você estudará nesse capítulo, impacta consideravelmente

a concepção de arte na Europa. São revisitadas, por exemplo, concepções estéticas presentes

na Poética, de Aristóteles, e a obra literária passa a ser produzida à luz da representação

de um ideal canônico que remonte à tradição clássica. Nesse contexto, é importante também

questionar: de que forma acontece a transição para a literatura renascentista e como ela, enfim,

se estabelece? Ainda se percebe na literatura do momento inicial deste período, a presença de

valores medievais e renascentistas em conflito, o que torna possível vislumbrar as mudanças nos

valores da sociedade portuguesa em transição.

Este capítulo pretende, então, demonstrar as principais mudanças históricas e sociais que impactam

a Literatura Portuguesa do período citado, destacando os principais autores dessa época,

demonstrando, sobretudo, as peculiaridades da produção de Luís Vaz de Camões, uma das figuras

mais importantes das letras portuguesas.

Bom estudo!

2.1 A literatura e as grandes navegações

As grandes navegações, forma como ficaram conhecidas as buscas marítimas visando à ampliação

das riquezas europeias nos séculos XV e XVI, se iniciam em Portugal ainda no século XIV,

com a busca por novas rotas marítimas para o Oriente. Essa busca é apoiada pelos sentimentos

humanistas, calcados na visão da nobreza de um homem com base em seus feitos e com o crescimento

e agora consolidação da burguesia, pela concepção da importância de um povo baseada

na riqueza que este povo possui. Esse sentimento, principalmente, move as buscas por riquezas

e pela expansão dos domínios portugueses.

O presente tópico demonstra as principais características da literatura que se desenvolve em Portugal

nesse período, dividindo-a em literatura náutica, narrativas de viagem e narrativas de naufrágio.

Veja suas características.

O Renascimento: como se

estrutura a produção literária

portuguesa renascentista?

06 Laureate- International Universities

Literatura Portuguesa

2.1.1 A literatura náutica

Por literatura náutica entendem-se os “livros de marinharia, escritos para pilotos, mas também

o de muitos relatos das primeiras viagens. Essa literatura não tem valor propriamente literário”

(SARAIVA; LOPES, 1989, p. 305). Através de crônicas ou relatos, a maioria delas se presta a detalhar

aspectos inerentes às viagens empreendidas neste período em busca de novos horizontes.

As principais produções portuguesas deste gênero são o Roteiro de viagem de Vasco da Gama, de

Álvaro Velho (1989), e a famosa carta de Pero Vaz de Caminha sobre o “achamento” do Brasil.

Acredita-se que o Roteiro de viagem de Vasco da Gama tenha sido escrito a bordo do navio em

que Vasco da Gama viajava para a Índia. Nesse documento, são descritos povos, plantas, armas,

batalhas e objetos ou aventuras encontrados e vividos nesta viagem. Seu manuscrito foi levado,

em 1834, para a biblioteca do Porto, em Portugal, e lá permanece até hoje.

Leia um fragmento do roteiro em que se fala da rotina de Calicute, vista em viagem à Índia:

E por aqui é costume de não levar ao rei nenhuma coisa que primeiro o não façam saber àquele

mouro seu feitor e depois ao bale; e, quando o capitão lhe fez saber, vieram e começaramse

a rir daquele serviço, dizendo que não era aquilo nada para mandar a el-rei, que o mais

pobre mercador, que vinha de Meca ou Índias, lhe dava mais que aquilo; e que se lhe queria

fazer serviço que lhe mandasse algum ouro, porque el-rei não havia de tomar aquilo. (VELHO,

1989, p.62)

Como se vê, a preocupação principal deste documento é registrar informações importantes da

viagem de Vasco

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