O Vírus Herpes simplesx
Por: Lohainell • 19/8/2019 • Trabalho acadêmico • 2.031 Palavras (9 Páginas) • 134 Visualizações
HERPESVÍRUS HUMANO
HISTORIA
A história do vírus herpes simplex começa na Grécia antiga em uma região onde já eram encontradas lesões genitais herpéticas, o médico da época Hipócrates documentou essas lesões causadas pelo vírus e as denominou de Herpes (denominada do grego herpein = rastejas) em referência ao aparecimento das vesículas na pele. Aumentando assim a curiosidade dos cientistas da época. Após inúmeras pesquisas, em 1968, os cientistas Nahmias e Dowdle demostraram que havia dois tipos de herpesvírus do gênero Simplexvirus. Sendo assim definiram que o Vírus Herpes Simplex seria classificado de acordo com suas diferenças antigênicas e biológicas, as infecções causadas pelo HSV-1 são as não genitais acima da cintura, e os HSV-2 são aquelas lesões abaixo da cintura e na região genital. (SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2013)
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Figura 1. Lesão labial causada por HSV-1, infecção Herpes Orolabial[pic 2]
Figura 2. Lesão causada na região genital, vírus HSV-2
A classificação do vírus da herpes é feita pelo International Committee on Taconomycof Viruses (ICTV), classificou os dois vírus na família Herpesviridae com gênero Simplex, tipos 1 e 2: herpesvirus humano 1 (HHV-1) e herpesvirus humano 2 (HHV-2) sendo essa a definição oficial. O HSV-1 e 2 possuem as características morfológicas e ciclos replicativos semelhantes aos de outros membros da família Herpesviridae, causando infecções persistentes nas células do hospedeiro. Podendo produzir infecções líticas, com ciclo replicativo curto, e estabelecer infecções persistente e latente em células neurais sensoriais. (SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2013)
Os HSV-1 e HSV-2 são constituídos de um virion esférico, envelopado que pode chegar a 225nm, e possuem quatro componentes: um core eletrodenso que contém o DNA viral; um capsídeo icosaédrico; uma substância amorfa, denominada tegumento, representando o acúmulo de proteínas, que envolve o capsídeo e um envelope formado por glicoproteínas, lipídios e poliaminas e mais de dez glicoproteínas. Os herpesvirus infectam diferentes tipos de células, tais como fibroblastos e células do epitélio escamoso e mucoso, células do epitélio cilíndrico, células gliais e terminações nervosas.
O ciclo de biossíntese desses vírus é rápido comparado com outros herpesvirus e sua classificação é baseada no ciclo lítico. A montagem de novos capsídeos são realizadas no núcleo, o DNA viral é transcrito em RNAm pela RNA polimerase II da célula hospedeira. A síntese do DNA viral é estritamente controlada, e a expressão é realizada de maneira sequencial e coordenada. Os genes mais estudados são os
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Figura 3. Desenho esquematico do Herpesvirus
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Figura 4. Microscopia Eletronica do Virus Herpes Simplex
Genes α (ALFA) ou iniciais imediatos, são transcritos na ausensia da síntese das proteinas virais, estão tambem envolvidos na ativação da expressão dos genes β (BETA) estão envolvidos particularmente na replicação viral e proteínas de ligação ao DNA, já os genes γ (GAMA) ou tardios são transcritos eficientemente em seguida a replicação do DNA viral e seus produtos estão envolvidos na montagem dos constituintes da partícula viral. O envelopamento é um processo complexo, hipóteses mais recentes obtidas por Mettenleiter sugerem que a formação do envelope é um processo duplo de envelopamento. (SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2013)
A montagem do vírus ocorre em vários estágios, depois do empacotamento do DNA, o nucleocapsídeo sofre maturação e adquire infecciosidade. Em células permissivas, o ciclo de biossíntese dos HSVs dura em média 18 a 20 horas.
MULTIPLICAÇÃO
Após a infecção, o vírus precisa adsorver a superfície da célula, através de interação com receptores celulares. Essa entrada acontece em duas fase, senda a primeira a adsorção das partículas virais à superfície celular, e a segunda é a interação irreversível entre envelope viral e a membrana celular, que resulta na fusão do envelope com a membrana citoplasmática, permitindo a penetração por endocitose no interior da célula. Essa adsorção do virion é mediada por glicoproteínas virais presente na superfície celular, alguns exemplos são as moléculas de sulfato de heparana, sulfato de condroitina e sulfato de dermatana. (SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2013)
A entrada do vírus do herpes e a fusão da membrana requerem três glicoproteínas do virion, a glicoproteína gB e um heterodímero gH / gL que funcionam como o maquinário central de fusão. O tropismo dos herpesvírus é frequentemente definido por proteínas e receptores de ligação a receptores acessórios.
Já foram descritas 11 glicoproteínas virais, e nove delas tem participação no ciclo de replicação viral. Inicialmente as glicoproteínas C e interagem reversivelmente com o receptor de sulfeto de heparana, essa interação só permanece estável a partir quando a glicoproteína D participa do processo. Após a penetração no citoplasma o nucleocapsídeo é transportado até o poro nuclear, onde o DNA vital é liberado no núcleo. (SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2013)
Para começar o processo infeccioso há duas opções, a infecção latente que consiste no DNA viral migrando para o núcleo dos neurônios podendo aparece e desaparece espontaneamente, permanecendo no indivíduo ao longo de toda a sua vida, e é circularizado pelas enzimas de reparo do DNA. Já na infecção produtiva que ocorre nas células epiteliais, o DNA permanece linear, através da ação de proteínas imediatas que inibem o mecanismo de reparo do DNA celular, ocorrendo a infecção lítica com a expressão dos genes dos HSVs. Após estabelecer uma infecção lítica nas células da mucosa ou epiderme, os vírus penetram nas terminações nervosas e são transportados pelos axônios, para os neurônios do gânglio superior, em poucos dias não é possível detectar as partículas virais e a latência se estabelece.
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Figura 5. Esquema ilustrativo do fenômeno de latência em herpesvírus humano simplex (HSV-1 e HSV-2).
TRANSMISSÃO
A transmissão depende do contato íntimo e pessoal do hospedeiro, com o susceptível alguém que esteja excretando ativamente os HSV-1 e HSV-2. Os vírus penetram diretamente na pele, mucosa da boca ou genital, podendo ser transmitido por fluidos corporais, secreções cervicais ou no liquido das vesículas. O risco de transmissão é maior se o contato for diretamente com o liquido das vesículas.
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