O manifesto republicano conclui-se dando um ultimato ao governo vigente
Por: Luke_iayf • 13/6/2017 • Resenha • 952 Palavras (4 Páginas) • 285 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Curso: História do Brasil II – HIS046-TN – 60 horas semestrais – 04 créditos
Aluno: Lucas Gomes Silva
Professor: Tarcísio Botelho
2º semestre de 2016
Unidade V. O republicanismo no Brasil
TRABALHO ESCRITO EM GRUPO
Análise de documentos:
- Manifesto Republicano (1870)
- Manifesto do Partido Republicano Paulista (1873)
Grupos de até três pessoas
Valor: 10 pontos
Data da entrega: 05/12/2016
No início dos anos 1870, ressurgem no Brasil as propostas de adoção do regime republicano. Discuta o conteúdo do Manifesto Republicano, de 1870, e do Manifesto do Partido Republicano Paulista, de 1873, com base nas análises de José Murilo de Carvalho sobre a política imperial e de Ângela Alonso sobre o republicanismo no Brasil imperial.
Atenção: o foco deve recair sobre os documentos. A bibliografia indicada no cronograma (aula 28) deve ser utilizada como apoio para compreender o lugar dos grupos republicanos na conjuntura política.
Em 1870 foi fundado o primeiro Clube Republicano, em uma época que a ideia do Republicanismo era vaga na cabeça dos elementos medianamente intelectualizados nas grandes cidades, majoritariamente no Rio de Janeiro.
O Manifesto Republicano de 1870 foi criado para sintetizar o pensamento dos aderentes a Republica e tinha também como objetivo servir de base ideológica para os associados que viam se reunindo e fundando novos clubes no território nacional.
O Manifesto aborda incialmente a máxima de que no regime de corrupção em que se vivia, esclarecer o povo acerca da situação política da época é o único jeito de realizar as aspirações nacionais. Ao caracterizar o movimento republicano não como exclusivista mas como patriótico o manifesto abre caminho para expor acusações de usurpações governamentais e erros políticos que acabam por influenciar os negócios tanto externos quanto internos da pátria. O Manifesto expõe o problema de que ao mesmo tempo que a coletividade nacional clama por independência em frente a problemática organização política da época, as tradições do velho regime trabalham para dificultar as conquistas morais e de liberdade do povo, vendo somente oportunidades para reforçar o poder monárquico.
O documento mostra como os interesses dinásticos passaram por cima da vontade popular, ao caracterizar a Assembleia Constituinte de 1823 como apenas um grosseiro joguete monárquico, convocada para acalmar a opinião popular e que logo seria descartado. O Manifesto questiona também a legitimidade da representação nacional, em um país que não exerce o direito a eleição livre e onde a liberdade individual está primeiro sujeita a forças públicas. Na questão de representantes populares, o manifesto expõe que todo o aparato político é sujeito a vontade monárquica e demissível perante a vontade do soberano.
O documento trabalha então a ideia de que a coroa portuguesa de fato não tinha nenhuma intenção de estabelecer uma forma política independente a monarquia no país, desse modo a divisão, tanto política quando administrativa permaneceu a mesma, apesar da transferência de sede monárquica. A Assembleia Constituinte tentou representear a ideia do princípio federativo, mas a dissolução da mesma acarretou no fim desses ideais.
O manifesto usa também o exemplo a Guerra do Paraguai, colocando a ocupação do Mato Grosso e a invasão do Rio Grande do Sul como prova de que o regime de centralização é desastroso e impotente para salvaguardar a integridade nacional e a honra do país e também que a autonomia das províncias seria um princípio solene para o movimento republicano, defendendo assim a elevação das mesmas para o patamar de Estados Próprios.
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