OS IMPACTOS DA PANDEMIA SOBRE A AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL
Por: Gilvandro Soares • 21/9/2021 • Seminário • 1.211 Palavras (5 Páginas) • 296 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E AGRÁRIAS - CCHSA
DEPARTAMENTO DE GESTÃO E TECNOLOGIA AGROINDUSTRIAL
Disciplina: Comercialização dos produtos agroalimentares
Período: 2020.2
Professor: Genyson M. Evangelista
OS IMPACTOS DA PANDEMIA SOBRE A AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL
Gilvandro Damião Ferreira Soares
Bananeiras – PB
Resumo
Estima-se que a pandemia do coronavírus (Sars-Covid-19) deverá repercutir de diversas maneiras e intensidades sobre a produção, a distribuição e a oferta de alimentos. Neste artigo discutimos o alcance e a profundidade da crise decorrente do Covid-19 sobre a agricultura e o agronegócio do Brasil e analisamos as repercussões potenciais e os efeitos da sobre a agricultura familiar, o setor de processamento de carnes e a distribuição de alimentos. A metodologia foi baseada na escolha de um conjunto de indicadores e variáveis sobre a agricultura e o agronegócio tomando como referência o contexto nacional e o cenário global. Buscamos informações da imprensa e revisamos uma ampla quantidade de materiais e dados de conjuntura publicados por diversos organismos nacionais e internacionais, assim como agentes privados. As conclusões da análise apontam que a pandemia poderá ter efeitos benéficos e aumentar a oferta da produção e a inserção internacional do agronegócio do Brasil.
A demanda por alimentos está aumentando e é possível que o acirramento da disputa comercial Estados Unidos da América versus China amplie as exportações. A análise também indica problemas potenciais no abastecimento do mercado interno e eventuais aumentos de preços, assim como inflação de alimentos, que decorre tanto do aumento da demanda como dos custos de produção em razão da desvalorização cambial, que representa estímulo à exportação. Os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a agricultura familiar e o abastecimento dos mercados locais foi mais forte no início da pandemia quando houve restrições ao comércio e a circulação de produtos. As políticas públicas e o papel do Estado não se demonstram eficazes na crise, especialmente no que concerne aos problemas de contaminação nos frigoríficos e abatedouros. Encerramos sugerindo para a necessidade de reposicionar o sistema alimentar tornando-o mais resiliente e sustentável.
Vivemos tempos difíceis! Desde 2020, um vírus tem ceifado vidas e sonhos, tem rompido com as mais diversas estruturas sociais, econômicas e sustentáveis. Inevitavelmente, o setor da agricultura familiar e da economia solidária foi afetado, o seu impacto é avassalador. Sem o trabalho das mãos do homem do campo, os alimentos não são postos na mesa.
Enquanto União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), historicamente sabemos que a agricultura familiar no Brasil é desvalorizada, principalmente fazendo-se comparativo ao agronegócio, cadeia produtiva também de extrema importância para a economia nacional. Com isso, quero dizer que se já tínhamos dificuldades na articulação e comercialização dos nossos produtos, com a pandemia do Coronavírus (Covid-19), a situação ganhou um novo patamar: muito mais delicado e preocupante.
Atualmente, são extremas as dificuldades em decorrência da sustentabilidade econômica das cooperativas de agricultura familiar brasileira, já que se limitou a comercialização dos produtos in natura e semi-industrializados. Outro fator foi que diminuiu-se consideravelmente a oferta dos alimentos aos mercados institucionais, como escolas e universidades, já que nem todas as cooperativas conseguem distribuir para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Infelizmente tem que se destacar também, que significativa quantidade de produtos, quando não vendidos por preços irrisórios para atravessadores, acabam-se estragando nas próprias propriedades rurais: o que é uma verdadeira lástima. Claro que a ausência de uma política pública emergencial, direcionada para os nossos agricultores rurais, assim como existe para os empresários, por exemplo, é outro aspecto que é necessário se considerar. Certamente, se nossos governantes tivessem um olhar mais humanizado aos agricultores, talvez, muito deste impacto econômico sustentável seria amenizado.
Enfim, a pandemia não deixará de existir em função deste cenário e lamentarmo-nos não adiantará. É imprescindível que trabalhemos coletivamente para a construção de planos e ações que venham trazer esperança ao nosso povo que planta e cuida da terra. Nós, enquanto Unicafes, estamos em constante luta para que nossas cooperativas continuem suas atividades, incentivando-as para que insistam e cooperem, pois sabemos que é com a união dos esforços que passaremos por esta pandemia mais fortalecidos.
Além
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